Hospital Ana Costa investiga nove casos suspeitos de Zika. Seis são gestantes

Por #Santaportal em 16/02/2016 às 12:15

SANTOS – O chefe do serviço de infectologia do hospital Ana Costa, Evaldo Stanislau, alerta que o hospital investiganove casos suspeitos de Zika Vírus. Destes, seis pacientes são gestantes e os bebês sofrem demicrocefalia. Ontem (15) à tarde, o hospital confirmou o primeiro caso do vírus na Baixada Santista.

Os casos suspeitos foram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz, assim como o já confirmado. Mas não conseguiu os resultados até agora. Ohospital só teve a confirmação da doença após enviar os exames para o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP).

Além da paciente de 34 anos, que teve a presença dovírus confirmada, outras noves pessoas estão sob investigação. O médico afirma que mesmo com casos de microcefalia, ainda é preciso confirmar se há relação com o Zika Vírus, já que a doença pode ser contraída em outros quadros, comorubéola congênita, sífilis, toxoplasmose congênita, problemas de desenvolvimento do feto e outros.

Oinfectologista alerta que 80% das pessoas que contraem o Zika Vírus não têm sintomas.Segundo Stanislau, a mulher de 34 anos estava grávida de oito semanase sentiu os sintomas da doença em janeiro. “A gestante apresentou um quadro de vermelhidão no corpo e procurou um pronto-socorro. Em seguida houve uma piora com quadro de dores articulares. Ela voltou para o pronto-socorro. Foram feitos exames para dengue e todos deram negativos. Diante disso, e do quadro clínico, suspeitou-se da infecção pelo vírus Zika”.

A paciente teve o sangue coletado e amostra foi enviada para o Instituto Adolfo Lutz, e foi feita a notificação de suspeita. A paciente – como normalmente acontece com viroses – se recuperou da doença antes que o resultado do exame fosse divulgado. Mas na última quinta-feirasofreu um aborto espontâneo. Uma coleta da urina da paciente e a amostra de sangue coletada em janeiro foram enviadas, então, para o Instituto de Medicina Tropical, e a doença foi constatada. A vítima trabalha em Santos, e é moradora de Praia Grande.

“Não é possível afirmar que tenha sido por causa do Zika Vírus, pois uma grande parte de gestações terminam em aborto. Entretanto nós temos material biológico deste feto abortado, e iremosfazer a pesquisa do vírus”.

A demora na confirmação dos casos é uma das preocupações do especialista. “O alerta é para as autoridades sanitárias. É inaceitável, por mais que a gente tenha um volume grande de notificações, que não seja feito um esquema de dedicação intensa. Os casos que encaminhamos ao Adolfo Lutz entre dezembro e janeiro ainda não tiveram seus resultados divulgados”, explica.

Ele conta que em 48 horas o Instituto de Medicina Tropical deu retorno dos exames. “Quando você recorre a uma instituição de pesquisa, uma instituição acadêmica, que também é pública, em 48 horas a gente teve resultado. Então não há dificuldade técnica. É importante que o Governo ponha todos os esforços, aumente o número de funcionários, de agentes disponíveis para que o resultado, o descarte ou confirmação, dos casos seja feito com maior rapidez”, encerra.

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