09/12/2020

'Hoje, qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre racismo', diz Jorge Jesus

Por Folha Press em 09/12/2020 às 12:32

RACISMO – O técnico português Jorge Jesus, 66, minimizou o episódio ocorrido na última terça-feira (9) no duelo entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, pela Champions League, em que atletas das duas equipes deixaram o gramado após acusarem o quarto árbitro de racismo contra um integrante da comissão técnica do time turco.

Para Jesus, campeão brasileiro e da Libertadores com o Flamengo em 2019, o debate sobre questões raciais no futebol virou um modismo.
“Bem, eu não sei… Não estava lá. Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se disse, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento”, afirmou o treinador, atualmente no Benfica, antes de seguir com outra declaração infeliz.

“Hoje, qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. Pode-se dizer a mesma coisa contra um branco, já não é racismo. Está se implementando essa onda no mundo”, disse Jorge Jesus.

A entrevista do técnico foi mal recebida inclusive por torcedores do próprio Benfica, clube que Jesus assumiu em 2020 com o objetivo de levá-lo ao mata-mata da Champions League. A equipe portuguesa caiu ainda na terceira fase eliminatória do torneio, para o PAOK de Abel Ferreira, hoje treinador do Palmeiras.

O acontecimento
Em confronto válido pela última rodada da fase de grupos da Champions, jogadores do Istanbul Basaksehir acusaram o quarto árbitro do jogo, o romeno Sebastian Coltescu, de ter proferido uma ofensa racista contra um integrante da comissão técnica do time turco.

Diante da recusa dos atletas dos dois clubes de voltarem ao gramado, a Uefa comunicou a suspensão da partida, que será reiniciada nesta quarta (9), às 14h55 (de Brasília), com uma diferente equipe de arbitragem. A entidade europeia afirmou ter iniciado investigação sobre o caso.

O integrante da arbitragem teria se referido ao ex-jogador camaronês Pierre Webó, assistente técnico do Istanbul, como “aquele negro”. “Por que você diz negro?”, reagiu o assistente, expulso pelo árbitro principal, o também romeno Ovidiu Hategan, durante a discussão.

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