03/09/2019

Há trinta anos, um sinalizador no Maracanã deu o que falar no jogo Brasil x Chile

Por Ted Sartori/#Santaportal em 03/09/2019 às 09:20

MEMÓRIA – A rivalidade entre Brasil e Chile alcançou níveis jamais alcançados há 30 anos, durante as Eliminatórias para a Copa de 1990. E teve seu ápice com um episódio muito especial e curioso, ocorrido exatamente em 3 de setembro de 1989.

Os problemas começaram pouco tempo antes, em 13 de agosto daquele ano, quando as seleções se enfrentaram em Santiago. No empate por 1 a 1, o gol chileno foi polêmico. A arbitragem marcou sobrepasso do goleiro Taffarel, os donos da casa cobraram a infração rapidamente na pequena área e González marcou.

Três semanas depois, Brasil e Chile entraram em campo no Maracanã pela classificação ao Mundial da Itália. Os chilenos precisavam vencer para garantir a vaga. Quando a seleção ganhava tranquilamente por 1 a 0, com gol de Careca, a farsa começou a se desenhar aos 24 minutos do segundo tempo.

Um sinalizador foi atirado no gramado, perto do goleiro Rojas, conhecido do futebol brasileiro por ter atuado no São Paulo. O arqueiro chileno simulou ter sido atingido. Os jogadores, então, se reuniram, levaram-no nas mãos para o vestiário e não voltaram para o campo.

Um líquido vermelho começou a brotar aos poucos no uniforme de Rojas. O goleiro havia tirado uma lâmina da luva e cortado o supercílio, naturalmente causando o aparecimento de sangue. O restante, porém, teria sido mercúrio cromo.

O sinalizador havia sido atirado por Rosenery Mello. A fama pelo incidente fez com que ela ficasse conhecida como “a fogueteira do Maracanã” e fosse capa da Playboy. Rosenery morreu em 2011, vítima de aneurisma cerebral.

Com a desistência dos chilenos em campo, o árbitro Juan Carlos Lostau encerrou a partida com o triunfo brasileiro. A questão foi parar na Fifa, o Brasil assegurou de fato e de direito lugar na Copa e a seleção chilena acabou pagando muito caro pela atitude.

Foram banidos do futebol o goleiro Rojas, o técnico Orlando Aravena, o médico Daniel Rodriguez e o dirigente Sergio Stoppel. O zagueiro Fernando Astengo pegou quatro anos de suspensão e a seleção ficou impedida de disputar as Eliminatórias para o Mundial de 1994 – voltaram na edição de 1998, na França. Na mesma época, Rojas teve uma nova chance como preparador de goleiros no São Paulo. E a rivalidade entre Brasil e Chile nunca mais chegou a essa intensidade.

No vídeo abaixo, confiram uma análise a respeito do caso ainda no calor do momento no programa Toque de Bola, exibido pela extinta TV Manchete:


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