Grupo convoca ato em Santos para impedir envio de aço brasileiro a Israel

Por Marcela Morone em 04/09/2025 às 11:00

Reprodução/Instagram/@palestinalivre.bs
Reprodução/Instagram/@palestinalivre.bs

Os coletivos Palestina Livre Baixada Santista e Frente Palestina Livre convocaram atos em Santos, para esta quinta (4) e sexta-feira (5), para impedir que um carregamento de 48 caixas de barra de aço saia do Porto de Santos com destino à Haifa, em Israel.

Nesta quinta-feira, às 16h, haverá uma moção de repúdio na Câmara Municipal de Santos, com um ato em frente ao prédio na sequência. Na sexta, às 11h, os coletivos vão protestar em frente à Autoridade Portuária de Santos (APS), no Macuco.

Os protestos foram organizados após a vereadora de Santos, Débora Camilo (PSOL), e a deputada federal, Sâmia Bomfim (PSOL), protocolarem uma representação no Ministério Público Federal que contesta a exportação da carga de quase 56 toneladas. O uso do aço, produzido pela espanhola Villares Metals, é classificado como “dual”, ou seja, civil e militar, e tem destino à empresa IMI Systems, subsidiária da gigante bélica israelense Elbit Systems.

A carga está prevista para sair do Porto de Santos nesta sexta-feira (5) com destino ao porto de Roterdã, na Holanda, e deve seguir viagem para Haifa, onde tem chegada programada para 17 de outubro.

No documento, as parlamentares destacam que a IMI Systems está diretamente ligada à indústria militar de Israel e opera em contextos marcados por graves denúncias de violações de direitos humanos, especialmente na Faixa de Gaza. A preocupação central é que o aço exportado do Brasil possa ser utilizado na produção de armamentos empregados em operações militares contra civis palestinos.

Exportação contrariaria posição oficial do Itamaraty

A representação também aponta que a exportação contraria a própria diretriz do Ministério das Relações Exteriores, anunciada publicamente pelo chanceler Mauro Vieira, de suspender todas as exportações de material militar para Israel diante da intensificação dos ataques contra a população palestina.

O documento destaca ainda a incompatibilidade da operação com compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito do Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT). O tratado, do qual o país é signatário, proíbe a exportação de materiais que possam ser utilizados para cometer genocídio, crimes contra a humanidade ou graves violações das Convenções de Genebra.

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