Greve dos servidores de São Vicente entra no 5º dia com nova manifestação

Por Santa Portal em 14/03/2022 às 16:28

Os servidores municipais de São Vicente entraram no 5º dia de greve nesta segunda-feira (14). A categoria pede um reajuste de 16% nos salários, em contraste com a oferta da Prefeitura de 1,8%, rejeitada em assembleia na última sexta-feira (11). Por isso, servidores fizeram uma nova manifestação em frente o Paço Municipal nesta segunda-feira (14).

Com faixas e cartazes, apitaço e panelaço, a categoria se concentrou às 8h com um carro de som e microfone aberto.

O Sindicato afirmou que a greve continua até que haja uma proposta justa de reposição salarial da Prefeitura. Ainda nesta segunda-feira, a categoria retornou à porta da Prefeitura, em novo protesto.

O SindServ garantiu, ainda, que a Comissão de Greve deve se reunir novamente na noite desta segunda-feira (14), após um novo ato às 17h, para decidir a programação desta terça-feira (15).

No final da sexta-feira (11), o juiz titular da Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Vicente, Fabio Francisco Taborda, intimou o Sindicato a garantir, em todas as unidades de saúde, o comparecimento de 80% dos servidores de cada categoria (profissão).

Segundo o Sindserv, a decisão liminar, concedida pelo mesmo magistrado a pedido da prefeitura, determinava que esse percentual se referia ao conjunto de servidores nas unidades. Em relação aos demais serviços, é mantido o percentual de 30% dos servidores em atividade.

O secretário geral do SindServSV, Marcelo Arias, criticou a atuação do prefeito Kayo Amado visando “desmobilizar e deslegitimar um movimento de greve legítimo e legal, apesar de nunca ter sentado à mesa com o sindicato”.

Denúncias de assédio

Segundo Arias, o Secretário de Gestão da Prefeitura, Yuri Câmara, tem exigido que os diversos setores produzam listas de grevistas em uma política oficial de assédio e perseguição. “Existem denúncias de trabalhadores sobre ameças de desconto em folha e chefias pedindo listas com os nomes dos servidores que estavam na greve. Essas práticas servem ao mesmo propósito nefasto”, ressalta.

O Sindicato, que já havia recorrido da liminar concedida antes do início da greve, informou que também irá recorrer desta intimação. Afirma, no entanto, que a diretoria do Sindicato e Comissão de Greve já atualizaram a condução do movimento grevista e estão orientando os servidores a respeitarem as novas determinações.

“Estamos em contato com o conjunto dos servidores públicos municipais para garantir o cumprimento dessa decisão”, afirma o presidente do SindServSV, Edson Paixão.

Segundo Arias, essas ações judiciais parecem feitas “sob medida” buscando atingir a capacidade de mobilização da categoria, já que, por exemplo, a mais recente intimação foi executada após às 18h, ou seja, após o expediente do Fórum. Em caso de descumprimento, a pena é de multa diária de R$ 50 mil ao SindServSV.

Os dirigentes e membros da Comissão de Greve criaram um abaixo assinado virtual defendendo a revisão imediata da decisão do juiz. O Sindicato questiona o fato do magistrado “exigir o cumprimento de termos diferentes daqueles que ele mesmo determinou na liminar, inviabilizando, na prática, o direito de greve”.

O Sindicato garantiu, em nota, que a greve continua “até que haja uma proposta justa de reposição salarial do Governo Kayo Amado”.

Proposta rejeitada

A categoria votou contra o reajuste proposto pela Prefeitura de 1,8% na última sexta-feira (11). A nova proposta incluía como benefícios:

  • Incorporação do abono de forma gradual, sendo 30 % do abono incorporado para as referências B até a K em 2022 e; para as demais referências, 30% do abono incorporado em 2023;
  • Equiparar o abono da referência K com as demais referências anteriores.
  • Estabelecer um piso salarial para todas as referências para, sempre que o salário mínimo for superior ao valor da referência, esta seja ajustada para o salário mínimo.
  • Reajuste de 1,8% nas referências salariais do município referentes ao reajuste previsto na Constituição Federal.

Os servidores pedem a correção de 16% nos vencimentos, índice da inflação acumulada nos últimos dois anos.

O que diz a Prefeitura de São Vicente

A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Gestão (Seges), informa que está em estudo uma nova proposta para ser enviada ao sindicato ainda esta semana.

A Seges monitora os impactos da greve e está fazendo o levantamento do balanço da paralisação.

A lei permite que os pontos sejam cortados, mas por enquanto a orientação é registrar as faltas e futuramente podem ser fruto de negociação com o sindicato.

O orçamento disponível é de R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões do Fundeb para os professores e R$ 10 milhões para o SindServ-SV.

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