Governo de SP diz ser contra realização do Carnaval: "Não é o momento"
Por Santa Portal em 05/01/2022 às 14:27
O governador João Doria e os membros do comitê científico do estado se manifestaram de maneira contrária a realização do carnaval. Para eles, tanto o carnaval de rua quanto os desfiles de escola de samba podem colocar a população em risco, contribuindo para o aumento de casos de covid-19, principalmente com o aumento de casos da variante ômicron nos municípios paulistas.
Apesar de ser contra a realização do carnaval, Doria destacou que a decisão será das prefeituras, e não do governo estadual. “A posição do Governo de São Paulo é expressada pela opinião dos nossos médicos: não é o momento de promover aglomerações. Essa é a nossa orientação, mas essa decisão cabe, por súmula, aos municípios”, disse.
O coordenador do comitê científico, João Gabbardo, também se mostrou contrário ao carnaval. “A situação dos desfiles é muito parecida com a dos estádios de futebol. É possível ter controle desse ambiente, caso todas as pessoas, inclusive as que desfilam, estejam vacinadas. É essencial que o público nas arquibancadas esteja de máscara. Mesmo assim, as pessoas vão ter que se deslocar aglomerando no transporte coletivo, existe a aglomeração na entrada e na saída do sambódromo. Isso tudo tem que ser analisado com preocupação. Mas no caso do carnaval de rua não tem como fazer esse controle, é uma aglomeração imensa. Por isso, vejo como algo impensável para o momento”, afirmou.
O médico Esper Kallás, que também integra o comitê científico de SP, alertou que a contaminação pela variante Ômicron ainda deve estar em alta no período do carnaval. “Ainda estamos aprendendo, mas o que acontece em outros países pode servir de exemplo para nós. É preciso ter cuidado, pois podemos entrar em uma onda de disseminação muito intensa. Por isso, a recomendação é de sermos cautelosos neste momento”, comentou.
O secretário de Saúde do estado, Jean Goryncthein, foi outro membro do governo paulista a reprovar a possível realização do carnaval. “Qualquer condição que permita aglomeração, principalmente nas ruas, o que é natural em uma atividade festiva, onde as pessoas dançam, cantam e bebem, é preocupante. Sobre os desfiles de escola de samba, podemos ter uma anuência se for garantido que todas as pessoas estarão vacinadas e tivermos testagem. Também seria necessário que as pessoas utilizem as máscaras de forma adequada. Tudo isso precisa ser levado em consideração”, destacou.
Até ontem, o balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo apontava que já foram confirmados 87 casos da variante Ômicron, todos com resultado de sequenciamento genético e investigação epidemiológica. Em Santos, apenas um caso de contaminação por essa nova cepa foi confirmado até o momento.
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