14/06/2024

Festival de eletrônica Só Track Boa assume cara brasileira em nova edição

Por Luana Franzão/Folhapress em 14/06/2024 às 10:03

Divulgação/Alisson Demetrio
Divulgação/Alisson Demetrio

O Só Track Boa assume uma face mais local a partir desta edição. O evento, que começa em São Paulo nesta sexta-feira (14), aposta no slogan “Made In Brazil”, na tentativa de se consolidar como o maior festival de música eletrônica feito por brasileiros.

A ideia surfa na onda do sucesso de DJs brasileiros como Vintage Culture, Anna e Mochakk, que acumulam apresentações no exterior -e também se diferencia do Tomorrowland e de outros festivais de música eletrônica de fora que produzem edições no Brasil.

Enquanto o Tomorrowland importa o line-up carregado de atrações internacionais que o consolidou no exterior, o Só Track Boa procura a mistura entre tendências nacionais e internacionais, e valoriza sonoridades brasileiras, como o funk, a exemplo de Mu540 e Caio Prince.

O formato importado pelo Tomorrowland preserva a configuração do festival, vendendo uma experiência similar à do original, em Boom, na Bélgica. Apesar de ter artistas brasileiros na escalação, o festival belga não assimila a identidade dos países por onde passa.

Além disso, o Só Track Boa também se diferencia do Time Warp, outro festival de origem europeia que tem uma edição no Brasil. Nascido na Alemanha, ele traz atrações do techno, importando a experiência dos clubes berlinenses. O Afterlife, norte-americano, também promove no país shows idênticos aos realizados no exterior, com foco no techno melódico.

Nesse cenário, o Só Track Boa ganha destaque ao assumir sua característica singular entre os quatro grandes -ser brasileiro na origem. “Quando falamos do Só Track Boa, estamos assumindo uma referência que vem de fora e adicionando um tempero nosso dentro desse laboratório. Acreditamos que ‘brazilians do it better'”, afirma Vitor Reis, diretor criativo do festival.

Mais de 40 artistas nacionais e internacionais vão se apresentar no festival, na Neo Química Arena, em São Paulo, para um público estimado de 70 mil pessoas. O evento se detém na house e no techno, mas abre espaço para artistas de trance, afrohouse e techno melódico.

Entre os destaques estão CamelPhat, Bhaskar, Massano e o headliner do festival, Vintage Culture, também um dos responsáveis pela produção do evento. Neste ano, ele toca sozinho e depois divide as pick-ups com Anna, artista do techno melódico, corrente em ascensão na cena. Vintage lançou um álbum no último mês, nomeado “Promised Land” -as novas faixas podem aparecer em sets no festival.

O duo britânico CamelPhat deve atrair o público para o palco principal na noite de sábado. Eles são responsáveis por hits como “Cola” e “Breathe”, e já lideraram o ranking da BeatPort, principal site de compras da música eletrônica.

Após problemas com reclamações de barulho em 2023 no Autódromo de Interlagos, o festival se deslocou para a Neo Química Arena, na zona leste. Os palcos foram montados nos estacionamentos do espaço, e o estádio servirá de barreira sonora entre as duas estruturas principais.

O festival conta com três palcos: o principal, batizado de NSD -abreviação do inglês “Never Stop Dancing”, nunca pare de dançar-, o Oca e o LuvLab, um espaço será destinado à experimentação, com sets em dupla juntando artistas de funk, eletrônica e MPB. Mu540, do funk, divide as pick-ups com Mochakk, do house, na sexta-feira e Luedji Luna canta para Francis Mercier discotecar no sábado (15).

Com as misturas inusitadas, o festival espera atrair um público que circula em festas “underground” da cena eletrônica de São Paulo, que não costuma frequentar festivais como o Só Track Boa, de caráter mais comercial.

Marcelo Madueño, diretor de produção de eventos da Entourage Live, a produtora do festival, destaca que uma pesquisa guiou parte das escolhas para esse ano. “As respostas das nossas entrevistas nos indicaram que as pessoas tinham interesse no funk, pop e trap”, ele afirma. “E não é pouca gente, estou falando de 60% dos respondentes.”

Só track boa

  • Quando? Sex. (14) e sáb. (15), a partir das 17h
  • Onde? Neoquímica Arena – av. Miguel Ignácio Curi, 111, São Paulo
  • Preço: Ingressos a partir de R$ 700
  • Link
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