Família de morto por espancamento em Guarujá pede justiça; ex nega envolvimento

Por Santa Portal em 09/05/2023 às 16:00

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

Tristeza e revolta foram os sentimentos que marcaram o velório e o sepultamento de Osil Vicente Guedes, de 49 anos, que teve morte encefálica dias após ter sido brutalmente espancado em Guarujá. O corpo da vítima foi sepultado na manhã desta terça-feira (9), no Cemitério da Consolação, em Vicente de Carvalho.

Segundo um parente de Osil, que preferiu não se identificar, a família quer justiça. “Não queremos vingança, queremos Justiça. Queremos que a polícia investigue para a gente saber o que realmente aconteceu. Não é uma coisa natural, é algo anormal. Não é da vida. Foi algo muito violento. Queremos a verdade”, disse, em entrevista exclusiva à Santa Cecília TV.


Foto: Fabiano Roma/Santa Cecília TV

Um áudio de Osil, enviado a uma sobrinha, aponta que ele teria sido agredido por um grupo no dia anterior ao linchamento. “Ela te contou que chamou três traficantes para me espancar? O cunhado e mais dois bandidos perigosos. Ela te contou isso? Mas isso não vai ficar assim não”, diz a vítima, na gravação.

Sobre a possibilidade revelada em primeira mão pelo Santa Portal e investigada pela Polícia Civil, de que o espancamento teria ocorrido a mando da ex-namorada de Osil, esse familiar destaca que prefere aguardar o desfecho das investigações.

“Eu não posso afirmar nada porque a polícia está investigando. Vamos ver o que as investigações vão apontar. Só sei que não era algo de agora. Vinha de uma semana atrás, com brigas e discussões. Mas só a polícia investigando mesmo para a gente saber o que aconteceu”, completou o parente de Osil.

Ex nega acusação

A ex-namorada de Osil foi ao 2º DP de Guarujá e prestou depoimento na última quinta (4), dia seguinte ao espancamento. A mulher afirmou que ele estava “transtornado com o fim do relacionamento” e que estaria tomando medicações para tirar a própria vida.

Os dois teriam se relacionado entre junho de 2022 e 29 de abril deste ano, quando o namoro terminou. De acordo com a ex, Osil saiu junto com seu filho, de 9 anos, e no dia seguinte ele teria voltado para a casa dela para devolver a chave.

Osil, então, teria dito que a partir daquele momento teria uma “vida nova” e que ele se mataria no dia seguinte. Na sequência, o homem teria enviado vídeos para a sua ex tomando vários remédios. Ele também teria pedido que ela fosse buscar o seu filho, após a sua morte.

Após dois dias sem contato, na terça (2) ele teria voltado a entrar em contato com a ex-companheira. A ex de Osil, que é psicóloga, estava em um atendimento em seu consultório e teria pedido para ele ir embora. Segundo ela, não houve discussão. Osil, entretanto, teria retornado de noite.

Assustada após ele supostamente ter pulado o muro e entrado na casa, a mulher teria chamado a Polícia Militar.

Por fim, a psicóloga diz que, no dia do espancamento, Osil não teria telefonado para ela e nem teria ido até a sua residência. Ela só soube do linchamento após ter sido avisada por uma sobrinha dele.

Investigação

O linchamento de Osil Vicente Guedes não foi decorrência de suposta fake news de que ele furtou uma moto. O homem teria sido espancado por desconhecidos a mando de uma ex-namorada. Essa informação foi prestada no início da tarde deste domingo (7), na Delegacia de Guarujá, por um irmão do falecido.

Entenda o caso

Nas imagens que circulam nas redes sociais é possível identificar ao menos quatro moradores batendo em Osil com capacete e pedaços de madeira. De acordo com testemunhas, a violência teve início após gritos de “pega ladrão”.

Horas depois, no entanto, a suposta vítima do “roubo”, que teria tido a moto levada, informou que o homem espancado não o roubou. Na verdade, ele emprestou o veículo para Osil.

A agressão ocorreu, na tarde da última quarta, entre a Rua Tambaú e a Avenida Oswaldo Cruz, no Pae-Cará, em Vicente de Carvalho.

A Polícia Militar informou ter sido acionada para atender uma ocorrência em que um homem, ainda não identificado, havia sido espancado. Ao chegar no local, os oficiais constataram a vítima caída ao solo e com um ferimento na cabeça, além de sangramento intenso.

Foram requisitados exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC) e o caso foi registrado inicialmente como lesão corporal no 2º DP de Guarujá – a qualificadora, porém, irá mudar para “homocídio” com a morte de Osil.

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