Eleições presidenciais repercutem na imprensa internacional
Por Agência Brasil em 08/10/2018 às 11:11
ELEIÇÕES 2018 – O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil é destaque nos principais jornais do mundo hoje (8). Em manchetes que ocuparam espaços privilegiados nas primeiras páginas, a imprensa internacional ressaltou a surpresa com a conquista de Jair Bolsonaro (PSL), que obteve quase metade dos votos entre os eleitores.
O choque de grande parte dos brasileiros diante do número foi o tom da matéria do The Washington Post . A reportagem destaca que a campanha de Bolsonaro dividiu a maior nação da América Latina ao longo de linhas raciais e de gênero e lembrou que, muitas vezes, o candidato do PSL é comparado ao presidente norte-americano Donald Trump.
O The New York Times destacou que o candidato de extrema direita que falou com carinho da antiga ditadura militar do Brasil e teceu comentários ofensivos sobre mulheres, negros e gays chegou perto de uma vitória na eleição presidencial de domingo.
A matéria revela, ainda, o atual cenário brasileiro marcado pela repulsa da população à política e de defesa do combate à criminalidade e corrupção.
Em tom mais ameno, a emissora pública BBC , do Reino Unido, estampa em sua página na internet a disputa, em segundo turno, entre Bolsonaro e Fernando Haddad, marcada para 28 de outubro.
O mexicano La Jornada destaca a distância confortável que Bolsonaro teve em relação a Haddad. Segundo o jornal, será difícil para a esquerda reverter o resultado na eleição presidencial.
O jornal aponta as várias surpresas negativas para a esquerda durante o pleito, citando as derrotas para o Senado do veterano Eduardo Suplicy, por São Paulo e, em Minas Gerais, da ex-presidente Dilma Rousseff.
Vizinhos
Entre jornais sul-americanos, o argentino Clarín , de Buenos Aires, estampa a manchete Jair Bolsonaro varre o Brasil e fica com ampla vantagem para a votação com Fernando Haddad.
O jornal destaca que o ex-capitão do Exército fechou o score com uma diferença de quase 17 pontos, o que pode revelar uma tendência sobre o segundo turno.
O periódico também veiculou a mensagem transmitida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos seus seguidores, na qual afirma que o Brasil caminha para o diálogo e respeito e aposta que a esperança superará o ódio.
Europa
O jornal português Diário de Notícias mostra um Brasil partido ao meio e destaca que faltou pouco para o candidato Jair Bolsonaro vencer em primeiro turno. O jornal Público também estampou que o Brasil deixou Bolsonaro com um pé na presidência.
Mais crítico, o francês Le Monde descreve a conquista da maior parte dos votos pelo candidato nostálgico da ditadura militar, às vezes rude, racista ou homofóbico.
Lembra, ainda, o momento em que os holofotes da política se viraram para Bolsonaro, durante a sessão no Congresso, em abril de 2016, quando, ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) ,dedicou sua escolha “em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”, acusado de ser um dos torturadores da ditadura militar.
O El País , da Espanha, reservou o maior espaço ao assunto entre todas as publicações, classificando o resultado como uma onda conservadora que tomou o país e garantiu ampla vantagem a Bolsonaro no segundo turno para se tornar o próximo presidente do Brasil.
A publicação ressalta a polarização aguda entre os presidenciáveis, comparando com água e óleo e considera o pleito como uma das eleições mais emocionantes da história democrática.
Barricada
O jornal espanhol também traz manchetes com o posicionamento da região Nordeste, a barricada do PT e as perdas do partido de esquerda como a derrota de Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais. Os tucanos também aparecem nas matérias do El País, que destaca derrotas como no comando do estado de Mato Grosso e a luta por votos que o PSDB ainda espera conquistar em seis estados.
O inglês The Times mostrou que o Brasil chegou perto de eleger um presidente de extrema direita revelando uma onda de apoio ao populista, considerado a resposta da América Latina a Donald Trump.
Também da Inglaterra, o The Guardian lembra que Bolsonaro venceu em número de votos, mas não teve ainda a vitória e comparou a campanha improvável e eletrizante do candidato de extrema-direita a qualquer telenovela brasileira.
O italiano L`Opinione e, na Alemanha, a Deutsche Welle (DW), lembraram que o Brasil terá que definir o futuro presidente em um segundo turno e destacaram os percentuais de votos dos dois presidenciáveis.
O mesmo destaque foi dado pelo China Daily , do outro lado do mundo.