"É uma variante preocupante", diz pesquisadora santista sobre nova cepa

Por #Santaportal em 27/05/2021 às 12:21

VARIANTES – Uma nova variante do coronavírus, identificada no interior de São Paulo, chamada P.4 foi descoberta por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Rede Corona-Ômica-BRM. Essa variante apresenta a mutação L452R , a mesma encontrada também nas variantes indiana (B.1.617) e californiana (CAL.20C) do coronavírus.

Deste grupo de pesquisadores, há uma santista, Cíntia Bittar, virologista, formada na Faculdade da Unesp de São José do Rio Preto, onde vive hoje. 

Ela conta que já trabalhou com vários vírus ao longo dos anos, inclusive com o da zika, durante a epidemia, mas com o surgimento do coronavírus, passou a trabalhar e integrar a Rede Corona-Ômica. Trata-se de uma rede que faz a vigilância de genomas do coronavírus, para entender quais as variantes que estão circulando pelo país. “Essa rede é nacional, mas nós formamos um subgrupo no interior paulista”, completa.

“O objetivo do grupo, além de fazer esse monitoramento, é detectar possíveis variantes que surgem. Foi então, quando estávamos avaliando amostras de Porto Ferreira, no interior de São Paulo, que detectamos uma mutação que nos chamou a atenção e fomos fazer mais estudos para entender melhor”. 

Com as análises, os pesquisadores perceberam que realmente se tratava de uma variante nova e já haviam dados desse genoma em 21 cidades do Estado de São Paulo.

“Nós comunicamos o grupo internacional que faz a designação de nomes para as linhagens e eles concordaram e deram o nome de P.4”, comenta. 

Preocupação

A pesquisadora conta que ainda não há como saber como essa variante irá afetar a população. “Não sabemos se é mais contagiosa ou causa mais doenças. Ainda não temos dados porque nossos resultados são muito recentes”, explica. 

“Para entender essas questões, nós precisamos fazer mais estudos e observar como os pacientes que estão sendo infectados estão progredindo. Também não temos como definir se irá se espalhar”. 

Mas ela comenta que o que mais a preocupou foi a presença da mutação que está presente na variante da Califórnia e da Índia, apesar de não estarem relacionadas. “É uma variante preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por isso é um forte alerta para ficarmos de olho”. 

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.