Diretor de Engenharia da Unisanta aponta problemas que levaram ao surgimento de crateras em Santos

Por Rodrigo Martins em 27/02/2023 às 21:00

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

O Santa Portal ouviu o Prof. Dr. Aureo Pasqualeto Figueiredo, diretor de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), sobre os problemas que causaram o surgimento de crateras na Rua Goiás, em Santos. Na semana passada, um motociclista caiu em um buraco aberto na via, localizada no bairro Boqueirão.

Para Áureo, a expansão de imóveis pela cidade e o aumento do peso de veículos ao longo dos últimos anos são fatores que contribuíram para que houvesse um maior desgaste do asfalto no local.

“A questão da Goiás é pontual, mas um problema que está espalhado por outras áreas da cidade. Com a modernidade e a construção de edifícios com grandes garagens, obras foram sendo feitas no subsolo. Os prédios utilizam sistemas de bombeamento que sugam a água e pequenas partículas vão sendo carregadas para os sistemas de drenagem ao longo dos anos. Elas se acomodam no solo e, assim, começam a aparecer rachaduras no solo. Isso é agravado por veículos cada vez mais pesados, como caminhões de materiais pesados”, disse o engenheiro, em entrevista exclusiva.

Segundo o professor universitário, a Prefeitura e a Sabesp precisam trabalhar em conjunto, de maneira que esses pontos mais vulneráveis de asfalto nas vias de Santos possam ser identificados e reparados, evitando assim possíveis surgimentos de novos buracos ou crateras.

“No século passado, tivemos o trabalho do Saturnino de Brito com a instalação dos canais. A nossa região era cortada por cursos d’água e foi aterrada, para depois ser feito o arruamento. O pavimento é uma coisa mais complexa, uma estrutura com camadas onde os carros circulam. Só que essa porção da ilha onde foram feitos os calçamentos fica quase no nível do mar. Com o passar dos anos, o calçamento vai ficando mais frágil. O pavimento começa a sofrer deformações e o asfalto começa a ficar trincado, o que causa deterioração. Isso tem que ser acompanhado pelas autoridades, com a colocação de cones nas ruas para alertar a população sofre a deformação do pavimento”, explicou Áureo.

O engenheiro ressalta que o poder público deve não apenas acompanhar a situação das ruas e avenidas, como delimitar o peso dos veículos que trafegam pela cidade.

“Precisamos de uma ação efetiva de levantamento dos pontos onde existe esse tipo de problema. Até porque, se um buraco se abre na rua coloca em risco a vida das pessoas. Tivemos obras importantíssimas na Rua Goiás, é fundamental que a substituição da rede de esgoto seja completada. Já a Prefeitura, além de levantar os pontos de possível fragilidade, bem como os indícios de afundamento, precisa controlar o peso dos veículos que circulam na cidade para que o pavimento – cuja vida útil é de 20 anos de duração – não acabe antes da hora”, concluiu.

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