Desmonte de garimpo clandestino em parque de Sete Barras termina com uma morte e uma prisão

POLÍCIA – Um vigilante do Parque Estadual Intervales morreu e um garimpeiro foi preso no desmonte de um garimpo clandestino no bairro Saibadela, em Sete Barras, no Vale do Ribeira, ocorrida entre sexta (1) e ontem, no interior do local.

Durante patrulhamento ambiental, foi realizada fiscalização conjunta com equipe do Parque Estadual. A trilha do Rio Saibadela foi percorrida, de olho na extração ilegal de palmitos e atos de caça. Depois de quatro horas de caminhada, o garimpo clandestino para extração de ouro foi localizado, com utilização de motor a combustão, mercúrio e outras ferramentas.

Na abordagem, havia quatro indíviduos no local, sendo que três fugiram e o quarto, identificado como R. A. de L., foi detido, dando a ele voz de prisão. O trio, porém, estava armado e disparou em direção às equipes policiais, atingindo na perna esquerda um dos guardas do parque. Ele permaneceu consciente, mas com dor localizada. Logo após, houve o segundo disparo, também do trio, e que atingiu o outro guarda do parque, mas na cabeça e não resistiu.

Houve contato com o centro de operações, solicitando apoio do Grupamento Aéreo para socorrer as vítimas baleadas, além de contato direto com o Grupamento Aéreo de Santos e de Sorocaba, Baep e demais equipes de apoio, a fim de subsidiar informações necessárias para o atendimento adequado.

Os autores dos disparos retornaram perto do local onde as equipes policiais se abrigavam – uma tenda de lona sob um barranco. Diante do silêncio, segundo a polícia, os três começaram a falar com o intuito de provocar e saber se ainda havia policiais no local. “Olha, já derrubamos dois, faltam mais dois”, “Eles estão abrigados no barranco, vamos dar a volta e cercar”, “Agora vou acertar aquela rede (referindo-se a uma rede de descanso existente no local de abrigo das equipes)”. A rede, de fato, foi alvejada, momento em que se iniciou a troca de tiros entre os indivíduos e a equipe, onde ninguém foi atingido.

As aeronaves chegaram, mas não desceram para o resgate no local da ocorrência. Diante do afastamento das aeronaves, juntamente com o horário avançado, redução de luz natural e vulnerabilidade das equipes quanto á segurança, os policiais foram para longe do abrigo, com o intuito de evitar possível confronto desfavorável as equipes, permanecendo apenas o guarda baleado na cabeça.

Só quando o dia nasceu os policiais foram até um local aberto e visível, para que pudessem ser avistados pela aeronave, o que ocorreu, por intermédio do Águia 19 e apoio dos Águias 01 e 20. Todos foram resgatados para local seguro.

A ocorrência foi apresentada na Delegacia de Polícia de Sete Barras. O delegado de plantão, Edison Clem, lavrou o boletim da prisão de R. A. de L., além da apreensão de um revólver Taurus calibre 38, mais cinco munições íntegras e uma deflagrada, utilizadas pelo vigilante do parque que morreu.