09/12/2021

Dentista que atirou no marido em PG é tenente e está presa em quartel do Exército

Por Santa Portal em 09/12/2021 às 20:17

(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)

A dentista autuada em flagrante por tentativa de homicídio em Praia Grande, porque efetuou um disparo de pistola em seu marido, é tenente do Exército. Por esse motivo, Karina de Freitas Fogolin, de 41 anos, encontra-se presa no 2º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), em Osasco. O seu advogado requereu a soltura da acusada ou, alternativamente, a conversão da custódia cautelar em prisão domiciliar. O Ministério Público (MP) se manifestou contra o pedido da defesa e a Justiça ainda irá apreciá-lo.

O atentado aconteceu em frente à residência do casal, na esquina das ruas Marechal Eurico Gaspar Dutra e Marechal Leitão de Carvalho, no Canto do Forte, às 18h25 de sexta-feira (3) da semana passada. Atingido na região torácica, o empresário Bruno Piva Júnior, de 52 anos, foi socorrido no próprio carro por policiais militares, sendo levado ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, onde permanece internado. Até quarta-feira (8), conforme apurou o Santa Portal, o seu estado era grave.

Com um projétil alojado no corpo, o empresário estava entubado e em coma induzido. Devido ao estado clínico, ele ainda não pôde apresentar a sua versão sobre o caso. No momento em que policiais militares chegaram ao local do atentado e se depararam com a vítima baleada, lá estava a sua mulher. A tenente contou que se tratava de tentativa de roubo, mas não soube informar quantos e como eram os supostos ladrões. Posteriormente, testemunhas afirmaram que ela fora a autora do disparo.

Provável arma do crime, uma pistola 7.65 com dez munições foi achada sob um carro na garagem da residência do casal. Coberto por uma lona, o veículo se encontrava a cerca de quatro metros do portão. Dentro do imóvel, os PMs ainda apreenderam espingarda calibre 12 e mais de 30 munições de vários calibres, inclusive de fuzis e de metralhadora ponto 50, que é armamento bélico utilizado pelas Forças Armadas. Após o encontro do arsenal e ser desmentida por testemunhas, a acusada admitiu ter atirado na vítima.

A mulher alegou sofrer agressões físicas do marido, justificando nunca ter registrado boletim de ocorrência devido à esperança de que ele melhorasse. Karina também acusou Bruno de desviar valores da conta dela, abrindo o leque de supostas motivações do atentado. O empresário e a dentista se casaram recentemente, em julho deste ano, e mantinham convivência aparentemente harmônica, conforme postagens públicas feitas por ambos em seus respectivos perfis no Facebook.

No entanto, uma pessoa conhecida do empresário revelou que Bruno estaria deixando a moradia do casal na data do crime. Ele já teria colocado malas com roupas dentro do automóvel, onde os PMs o encontraram ferido. Uma menina, que é filha da vítima de outro relacionamento, teria presenciado o pai ser baleado. Karina tem dois filhos, de 7 e 13 anos, também frutos de outro relacionamento. Estas crianças se encontrariam no interior da residência no momento do tiro.

Preventiva decretada

Após ser autuada em flagrante no 1º DP de Praia Grande (Vila Tupi), a tenente teve a preventiva decretada em audiência de custódia realizada no fim de semana. Posteriormente, o advogado da acusada requereu a revogação da custódia ou a sua conversão em prisão domiciliar, sob os argumentos de que ela é primária com bons antecedentes, possui dois filhos menores de idade e que é “teratológica” (absurda) a decisão que decretou a preventiva.

O requerimento ainda será apreciado pela Justiça. Nesta quinta-feira (9), a promotora Mariana da Fonseca Piccinini ofereceu parecer contrário ao pedido da defesa, no qual destacou a “gravidade” do crime. Segundo a representante do Ministério Público (MP), a manutenção da preventiva se faz necessária para garantir a ordem pública e pela conveniência da instrução criminal, uma vez que estão presentes a prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria.

A substituição da prisão preventiva por domiciliar, pelo fato de a acusada ser mãe de filho menor de 12 anos, também é incabível, conforme salientou a promotora. O artigo 318-A, inciso I, do Código de Processo Penal veda tal benefício quando o delito é cometido com violência à pessoa. Por fim, Mariana Piccinini salientou que primariedade, por si só, não é suficiente para embasar a soltura. O Santa Portal tentou conversar com a defesa da tenente e com as famílias dela e do empresário, mas ninguém se manifestou. (EVF)

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