15/11/2017

Delator da Fifa acusa Globo de pagar propina por direitos de transmissão de torneios

Por ANSA em 15/11/2017 às 09:54

ESTADOS UNIDOS – O executivo argentino Alejandro Burzaco, delator do esquema de corrupção na Fifa, acusou diversas emissoras, incluindo a TV Globo, a Fox Sports e a Televisa, de pagarem propinas em troca de direitos de transmissão de torneios ligados à Conmebol.

A acusação foi feita nesta terça-feira (14), durante uma sessão do julgamento de cartolas sul-americanos no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos. Um dos réus é o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.

Ex-executivo da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias, Burzaco confessou ter dado propinas a Marin, entre 2012 e 2015, ao paraguaio Juan Ángel Napout, entre 2010 e 2015, e ao peruano Manuel Burga, de 2010 a 2013.

O objetivo era obter favorecimento na negociação de contratos de transmissão televisiva. Segundo ele, grupos de mídia também pagavam subornos para obter os direitos. Ele citou as seguintes empresas: TV Globo (Brasil), Fox Sports (EUA), Televisa (México), Media Pro (Espanha), Full Play (Argentina) e Traffic (Brasil).

Por meio de uma nota, a Globo diz “veementemente” que “não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina” e ressalta que não é parte dos processos que correm na Justiça norte-americana.

“Em suas amplas investigações internas, (a Globo) apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra”, afirma o comunicado.

Alejandro Burzaco se entregou às autoridades em 2015, após a prisão de diversos cartolas da Fifa na Suíça. No julgamento, José Maria Marin é acusado de cobrar propinas em contratos de transmissão e marketing relativos à Copa do Brasil, à Copa América e à Libertadores.

O caso é julgado nos Estados Unidos porque o ex-presidente da CBF e os outros cartolas no banco dos réus teriam usado o sistema bancário norte-americano para movimentar dinheiro fruto de subornos.

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