Crítica | Raya e o Último Dragão explora ainda mais a cultura chinesa na Disney
Por Gabriel Fernandes Rocha de Oliveira/Engenharia do Cinema em 06/03/2021 às 19:49
CRÍTICA – Sendo a primeira grande animação da Disney a ser lançada nos cinemas depois da reabertura das salas no mundo, ?Raya e o Último Dragão? consegue pegar carona no sucesso que ?Mulan? fez no Disney+ ao expandir ainda mais a cultura chinesa. Apresentando um novo universo e personagens carismáticos, sem dúvidas estamos vendo mais uma franquia da casa das ideias nascendo aos poucos.
Se passando no mundo de Kumandra, a história mostra uma época onde dragões e humanos viviam em enorme harmonia. Mas quando uma força maligna surge na terra, os primeiros se sacrificam em prol da humanidade e deixam suas energias armazenadas em um sagrado artefato. Quinhentos anos depois, após as diferentes aldeias que o cercam entrarem em uma batalha e o mesmo acabar sendo destruído, resta para a jovem guerreira Raya tentar resgatar as partes e estabelecer a paz no reino. Só que ela não imaginava que contaria com a ajuda do último dragão existente, para completar essa missão.
Já começo destacando que por mais a trama apresenta vários personagens e universos novos (que certamente abrirá portas para novas séries no Disney+ e sequências), o escopo não foge do padrão das produções do estúdio. Aqui a mensagem é em torno da ?união e confiança?, que já foi apresentado várias e várias vezes em outras animações.
Mas por mais que a direção de Don Hall e Carlos López Estrada seja operante, na metade da história a narrativa fica bastante cansativa e tediosa (já que os coadjuvantes não são tão interessantes como deveriam). A exceção fica para o parceiro e amigo de Raya, Tuk Tuk (que também é o transporte oficial dela) e a antagonista Namaari (cujo arco é bem desenvolvido).
Agora uma coisa que ficou bastante certa, foi a grande referência que eles tiveram em torno dos recentes games ?Death Stranding? e ?Ghost of Tsushima? (que fazem bastante sucesso no Playstation 4). Seja na concepção dos cenários e batalhas, ou nas ?criaturas misteriosas? que os dragões combatem.
Apesar de entreter o seu espectador, ?Raya e o Último Dragão? consegue apenas ser muito melhor que o live-action de ?Mulan?, mas ainda é cedo para julgarmos como uma marcante animação da Disney.
Obs: Na versão dos cinemas, há um divertido curta metragem musical rotulado de “Us Again”. Por isso, caso haja a oportunidade, chegue cedo em sua sessão.