20/03/2015

Coordenadora da Unisanta explica higiene bucal de bebês e crianças

Por Aldo Neto/Especial para o #Santaportal em 20/03/2015 às 12:38

ESPECIAL – O tempo passa e a Saúde Bucal nem sempre recebe a atenção necessária das pessoas. Incentivar desde cedo à limpeza dos dentes, da boca e da língua é importante para que as crianças cresçam com a cultura de realizar sua higiene bucal de forma correta. Mas, como introduzir a Saúde Bucal na vida de bebês e crianças? A fim de equacionar essa questão aos seus internautas no Dia Mundial da Saúde Bucal (que é comemorado nesta sexta-feira, dia 20 de março), o Santaportal ouviu uma especialista no tema: a odontopediatra e coordenadora do curso de Odontologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Rosângela Aló Maluzza Florez.

Segundo a cirurgiã-dentista, o bebê deve desde cedo ser incentivado a fazer a higiene bucal dos dentes. E esse incentivo vem dos pais. “Colocar o carrinho do bebê na porta do banheiro enquanto o pai e a mãe fazem sua higiene bucal e em seguida limpar o dentinho (caso já tenha), a linguinha e a boquinha do bebê é uma maneira de incentivar a higiene bucal desde cedo”, disse Rosângela.

Outro dado importante para criar essa cultura, segundo Rosângela, é a mãe desde a gestação frequentar o consultório de algum odontopediatra para receber orientações. “Por exemplo, o bebê nasce sem dente. Mas já mama no peito. Se não for feita uma higienização correta na língua do bebe, ela fica branquinha com sujeira. É preciso limpar também”. A odontopediatra explica como: “Basta pegar uma gaze, das mais firmes que não soltam muito pelo e fazer um preparo com uma colherzinha de café de água oxigenada 10 volumes para três colheres de água filtrada. Mistura molha a gaze e faz a limpeza da língua e dos dentes com isso”.

Rosângela explica que a escovação dos dentes começa com entre um e dois anos de idade. “Antes a criança não compreende o que fazer”. Quando as crianças ficam com mais idade, o ideal é já terem suas escovas de dente. “A partir da idade que elas têm uma compreensão maior, as crianças podem fazer sozinhos sua higiene bucal, mas é fundamental a supervisão dos pais, para ver se está sendo feito de forma correta”.

A escolha da pasta de dente é determinante para o sucesso da higiene bucal das crianças. “Até os dois anos e meio a criança não pode, em hipótese alguma, ter contato com cremes dentais com flúor. Diferente dos adultos que devem buscar uma pasta que tenha esse componente. Existem várias pastas no mercado sem flúor que são ideais para a limpeza das crianças até os dois anos e meio”.

Aplicativos
A coordenadora da Odontologia da Unisanta diz que os aplicativos de jogos que ensinam higiene bucal, disponíveis para tablets e celulares têm ajudado a disseminar a Saúde Bucal entre as crianças. “Geralmente os bonequinhos desses jogos aparecem com os dentes cheios de buraquinhos de cárie, e o desafio para as crianças é operar os motorzinhos e jogar água para eliminar a cárie e limpar os dentes. Muitas as crianças com cáries tem dor. Então as personagens do joguinho dão um gritinho simulando dor. Isso faz as crianças associarem a limpeza bucal para evitar a dor. É muito útil”.

Medo do dentista
Várias crianças desenvolve medo de frequentar o consultório odontológico, com medo da dor ocasionada pelo tratamento de problemas dentários. Para Rosângela, levar as crianças desde cedo, dos primeiros meses de vida, ao consultório ajuda o não desenvolvimento dessa fobia. “O medo é associado à dor e ao desconhecido. A dor só aparece com o tempo. A partir do momento em que a criança frequenta o consultório pela primeira vez e não sentiu nada, gostou do espaço, teve prazer de ir, usou um flúor agradável, ela não cria medo”, explica.

Nas crianças que desenvolvem esse medo do dentista, a odontopediatra recomenda o trabalho de conversar com elas a fim de mostrar a importância do tratamento. “O medo é criado por traumas e pela maneira que o profissional lidou com a criança. É preciso conversar e mostrar que não vai doer”.

Especialistas
Diretor regional da Baixada Santista e do Vale do Ribeira do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), Braz Antunes Mattos Neto, diz que o Crosp incentiva que os pais levem os filhos a odontopediatras, que são especialistas em lidar com criança. “Os odontopediatras tem a capacidade técnica e a paciência necessária para desenvolver dentro de cada garoto, o desejo de fazer sua higiene bucal. São profissionais especialistas que fazem a diferença na hora de criar a cultura da higiene bucal nas pessoas. A orientação do Crosp é que se busque sempre um especialista neste setor, pois as crianças tem uma linguagem própria, e o odontopediatra está mais bem preparado para interagir com elas”.

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