“Como prefeita de Santos, vou conseguir ajudar toda a região”, detalha Rosana Valle

Por Santa Portal em 09/09/2024 às 05:00

Sarah Vieira
Sarah Vieira

Candidata à Prefeitura de Santos, Rosana Valle (PL) explicou que, se eleita, mesmo abdicando de sua cadeira na Câmara Federal, vai ajudar as demais cidades da Baixada Santista, realizando soluções metropolitanas. A deputada criticou, em entrevista ao Rumos & Desafios, exibida na última quinta-feira (5), a falta de trabalho integrado entre os atuais prefeitos da região, citando a criação da Estação Elevatória com Comportas (EEC), na Zona Noroeste, que gerou inundações em São Vicente.

Além disso, a representante da coligação partidária MDB, PL, Mobiliza e PRD projetou um maior investimento em tecnologia na saúde, criação de creches noturnas, redução do secretariado, trabalhos sociais para pessoas em situação de rua, entre outros. O ex-presidente do Legislativo, Sadao Nakai (MDB), é o candidato a vice-prefeito de Rosana nas eleições que acontecem em 6 de outubro.  

Assim como Rosana Valle, o programa Rumos & Desafios entrevistará, até 12 de setembro, os postulantes às prefeituras das cidades da Baixada Santista, sendo televisionado todas as terças e quintas-feiras, às 21h, também com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.

Na última eleição você chegou a apoiar o atual prefeito Rogério Santos (Republicanos). O que que aconteceu de lá para cá? Por que resolveu se candidatar?

Apoiei porque acreditava que ele poderia ser um bom gestor e na época também eu não quis me candidatar porque estava no início do meu mandato, era nova na política, então resolvi apoiá-lo. Ao longo do tempo nós fomos percebendo que não foi uma gestão como gostaríamos que a nossa cidade fosse conduzida.

Por isso, conversei com muitas pessoas, elas me pediram para eu me candidatar, isso foi crescendo e, após estudar a cidade, me sinto preparada. Tenho experiência no Legislativo de seis anos praticamente como deputada e esquadrinhamos a cidade com um grupo de pessoas voluntárias com bastante experiência, por isso me sinto preparada para administrar a minha querida cidade, a nossa querida Santos.

Na última eleição você recebeu 159 mil votos de eleitores de outras cidades. Se você for eleita, qual mensagem você gostaria de deixar para esses eleitores?

Gostaria de deixar para os eleitores da Baixada Santista a mensagem de que como prefeita de Santos eu vou conseguir ajudar toda a região. Porque percebo que a nossa Baixada Santista não se desenvolve, não vai para frente na área do turismo, na saúde, nas soluções metropolitanas, porque os prefeitos muitas vezes se voltam para o seu próprio umbigo, para as suas próprias necessidades.

Sem contar que uma cidade sozinha não consegue se desenvolver, nós precisamos de soluções metropolitanas. Eu tenho essa visão, diferentemente de outros prefeitos, que se concentram nas soluções da sua cidade, mas existem problemas que não se resolvem com soluções únicas, aliás, a maior parte deles.

Solução com relação às enchentes, você faz uma obra na sua cidade e isso causa impacto na cidade vizinha, que foi o que aconteceu quando abriram uma comporta e o Rio dos Bugres, em São Vicente, acabou inundado e até hoje a Prefeitura de Santos tem que pagar aluguel social para essas famílias. Então, vou buscar como líder da região, da Baixada Santista, soluções metropolitanas, ajudando Santos, consigo ajudar também as demais cidades a se desenvolverem.

Como você avalia a transparência da atual administração municipal?

Hoje nós não temos essa transparência facilitada para a população, se fala em portal da transparência, que as informações estão acessíveis, mas se eu falar para você que está em casa, como acionar o site de uma secretaria para saber quanto foi gasto, qual é o orçamento daquela secretaria, aposto que a população não sabe. Esses números precisam estar mais claros para a população, a transparência tem que ser também na fiscalização, na auditoria, no prestar contas para população.

Nossa cidade tem muito recurso, nós temos um estimado de mais de R$ 5 bilhões de orçamento para o ano que vem. Onde está sendo gasto esse dinheiro? A população quer saber, é o nosso recurso, é o dinheiro dos nossos impostos. Então essa é a transparência que queremos deixar para a população.

E também os serviços municipais serem mais acessíveis. Hoje a tecnologia está para facilitar a prestação de contas, que os vereadores e a própria população acompanhem isso. Então nós vamos fazer a transformação digital que Santos precisa. Hoje em muitos municípios você tem acesso aos serviços na palma da sua mão no celular.

Nós vamos colocar aplicativos onde o cidadão possa dizer, por exemplo, de poda de árvore, de calçada com problema, de buraco, de falta de vaga de creche, de necessidades. Hoje em dia as pessoas têm a noção e o sentimento de que elas só conseguem ter acesso a um serviço, se conhecerem um vereador. Até poda de árvore, isso não é trabalho de vereador. É uma prestação de contas que tem que ser município-população.

O vereador ele tem que se preocupar com coisas mais importantes como, por exemplo, fiscalizar o orçamento, saber onde os nossos recursos estão sendo gastos e criar leis e propor soluções para melhorar a vida da cidade. Então, essa transformação digital que já aconteceu em muitos municípios vai acontecer em Santos. Santos sem papel.

Você falou do orçamento da cidade que realmente ultrapassa a casa dos R$ 5 bilhões, por outro lado nós temos algumas estatais que juntas têm uma dívida superior a R$ 1 bilhão. Que é o caso da Prodesan, Cohab Santista, CET, quais são os seus planos para essas empresas?

R$ 1,5 bilhão, se juntar CET, Prodesan e Cohab. Vamos ressignificar essas empresas. Por exemplo, a Cohab, que é a que deve mais, tem 100 dos 600 funcionários comissionados de Santos. Será que é necessário esse tanto? E a Cohab não é só de Santos, é um consórcio, Santos, Cubatão, Guarujá e São Vicente.

Essa dívida não é só de Santos, então ela precisa ser estudada. A Cohab tem que cumprir o papel dela. Temos funcionários que estão anos e anos trabalhando com seriedade, com determinação. Esses vão ficar garantidos, mas vamos dar um outro direcionamento para companhia.

Ela tem que servir para o propósito que ela foi criada. Construção de moradias, inclusão em programas do Estado, programas federais, para que a gente diminua o nosso déficit habitacional na nossa cidade. Na Baixada Santista é imenso, em Santos também. Uns falam em 15 mil moradias que são necessárias para suprirmos o nosso déficit habitacional. E a Cohab tem que servir para isso.

Que medidas você pretende tomar para incentivar o engajamento da população no orçamento e também na criação de políticas públicas?

Nós vamos conversar com as pessoas. Um gestor não pode ficar embutido dentro do gabinete. As soluções que são tomadas nos gabinetes normalmente elas fracassam. E temos visto isso nas reuniões que nós estamos fazendo com a população. Há quase um ano, venho encontrando as pessoas, conversando com elas. Os problemas que aponto aqui não foram problemas que eu identifiquei. A população que nos contou.

Vemos as soluções que foram tomadas no centro da cidade que foram inócuas. Não adianta você propor isenção de ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis), de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Se você vai conversar com o comerciante, ele fala que são tantos documentos, são tantas coisas que precisam ser apresentadas, que ele tem que contratar um consultor, que sai mais caro do que se ele não tivesse a isenção. Então, parece uma boa solução, né? Bom, se recuperar a fachada a gente vai dar isenção. Só que você vai ver na prática, não funciona.

Corredor cultural, vimos também soluções que foram tomadas pelo município. Só que nessa rua tem um comerciante que é dono de uma oficina mecânica há 30 anos. Ele faz o quê? Então, você não pode tomar decisões de gabinete sem conversar com a população. Não são obras pontuais também no centro da cidade que vão trazer a vida de volta para lá.

No Centro, falta moradia de médio padrão. Tem que chamar os construtores para participarem desse projeto. Você não pode tirar os serviços municipais do centro da cidade. Como você quer revitalizar se não tem pessoa? Se os próprios serviços do município saíram de lá? Então, são discussões que estamos ouvindo da população, dos comerciantes, das pessoas que enfrentam esse problema no dia a dia.

No dia 17 de maio, você participou do programa CDL no Ar e assumiu o compromisso de criar uma secretaria do comércio. Como que você vê a atual estrutura hoje da prefeitura e o que você mudaria se eleita?

Inchada. Nós temos 25 secretarias. Não é necessário ter tanta secretaria assim mesmo porque elas não conversam entre elas. Elas só criam problema para população. Mais do que criar secretaria, vamos criar eixos de atuação. Você precisa buscar um serviço no município, buscar um atendimento e ser atendido.

Um exemplo de que as secretarias não conversam, um comerciante do Centro nos disse que a prefeitura estabeleceu que ele precisava recuperar a fachada do imóvel porque é um imóvel histórico. Ele começou a fazer essa recuperação de acordo com as regras. Aí veio a outra secretaria, dizendo que o Código de Posturas indica que ele precisa fazer acessibilidade senão vai ser multado. Ele fez a acessibilidade, a rampa para o cadeirante e a secretaria voltou e multou porque ele alterou a fachada.  

Na nossa gestão, vamos criar eixos de atuação para o munícipe, para que ele tenha o problema dele resolvido. O munícipe não quer saber se a secretaria X, se a secretaria Y, ele quer dar entrada num processo e ter isso agilizado. Então, mais do que criar secretarias, vamos criar formas de atender a população, sem multiplicar as 25 secretarias que hoje, infelizmente, muitas vezes, são usadas por partidos políticos que apoiaram na campanha.

Esse loteamento não é saudável. Um partido político vai te apoiar e fala assim, ‘olha, eu aceito apoiar esse grupo desde que eu tenha a Secretaria de Saúde porteira fechada’. A população está vendo. Não é mais essa forma de fazer política que a população atura, ela está cansada disso e quer ver transparência, prestação de contas, legitimidade, fiscalização e é isso que estamos propondo a fazer.

Você fala também em plantar soluções inovadoras e parcerias para melhorar a qualidade dos serviços de assistência social. Dá para detalhar que medidas seriam essas?

Na assistência social, temos diversos projetos. O principal problema hoje que a gente vê é a pessoa em situação de rua. Entra governo, sai governo e não resolve esse problema e Santos acaba sendo um polo de recebimento dessas pessoas. Então nós temos que encarar esse problema também com muita seriedade e com muita responsabilidade.

Primeira coisa, existe o Consultório de Rua. É um programa que se for bem implantado, dá certo. Só que hoje nós temos uma viatura, um grupo que faz essa busca desse consultório de rua que é onde tem um médico que pode atestar, por exemplo, se a pessoa está ali numa situação e precisa de uma internação compulsória. Só que, como a gente vê o número de pessoas se multiplicou nas ruas da nossa cidade.

Precisamos fazer essa triagem. Então nós temos que ter equipes de Consultório de Rua realmente eficientes que possam fazer essa abordagem. No caso, a Guarda Municipal tem que fazer a busca ativa, porque no meio dessa população de rua tem muito bandido, tem gente infiltrada e essas pessoas precisam ser presas, precisam ser encaminhadas.

Nós temos que fiscalizar também para que Santos não receba pessoas de outras cidades. É crime você descarregar durante a madrugada vans com pessoas que vêm do interior, que os prefeitos muitas vezes mandam para cá. Porque aqui tem praia, porque é um clima agradável, porque tem chuveirinho na praia. Senão a gente não consegue nunca resolver esse problema.

E os que precisam de atendimento, que são viciados, que são pessoas que precisam de reabilitação, nós vamos oferecer programas e parcerias com as igrejas, com as instituições que já fazem isso. Só que, quando elas fazem, entregam prato de sopa, leva cobertor. Tudo isso é válido, porque a nossa população é solidária. Só que quando um morador de rua é contagiado por aquele momento e fala, ‘eu quero me tratar’, a ONG não sabe o que fazer. Ela fica ligando para um médico amigo, para ver onde vai internar.

Nós temos que ter um protocolo para essas ONGs, para essas parcerias. Hoje as igrejas fazem esse papel importante, só que elas precisam de treinamento. As pessoas poderiam ter esses convênios com o município, porque elas atuam na localidade onde elas estão.

Por exemplo, é uma igreja naquele bairro. Então você estabelece um protocolo de um ano e meio, que vai desde a internação, depois que a pessoa passou por aquela limpeza para se livrar do vício, ela precisa ter um atendimento, senão ela vai voltar para a rua, se ela não tiver vínculo com a família. Então, vi esses programas darem certo em algumas situações, por exemplo, em São Paulo.

Como deputada tive chance de contribuir com um projeto que foi feito por uma igreja e que dá certo, mas ele é um ano e meio. Você interna, depois tenta reabilitar, resgatar o vínculo com a família. Coloca a pessoa num abrigo, não é um abrigo, numa casa provisória, porque esses abrigos também já estão aprovados, que não dá certo.  Você vai em uma multidão, as pessoas brigam entre si. Não adianta falar que tem lugar para cachorro, também não dá.

Tem que tratar individualmente esses casos, restabelecer o vínculo dessas pessoas com a sociedade. Então, sabendo fazer essas separações, vamos conseguir ajudar muito na área da assistência social nessa situação que tanto preocupa o santista.

No seu plano de governo, não há uma menção específica sobre reciclagem ou coleta de resíduos sólidos. E a vida útil do aterro sanitário no Sítio das Neves na Área Continental vai até 2031, segundo a empresa que gerencia o local. Quais são os seus planos para enfrentar essa situação.

Já sabemos que a prefeitura fez uma renovação de contrato e uma prorrogação pelos próximos 30 anos com a empresa que é hoje responsável pela coleta de lixo na nossa cidade. Estamos estudando item a item o que foi prometido, o que vai ser implantado porque sabemos dessa necessidade, que a nossa população carece, que a gente aperfeiçoe.

Estive no Japão recentemente e vi o quanto podemos avançar nesse sentido para que a gente gere cada vez menos o lixo, e que aproveite cada vez mais a reciclagem, treine as nossas crianças nas escolas e todo esse processo temos que calcular para os próximos anos realmente. Então, Santos precisa se adequar, fazer essa evolução.

Hoje ainda há muito desperdício na nossa cidade, a população dos prédios, nas escolas, precisamos implementar essa política realmente que é a tendência para que a gente gere cada vez menos lixo. Portanto, vamos estudar essa prorrogação, esse contrato que foi feito pelos próximos 30 anos e vamos aderir aos projetos que forem bons para a nossa cidade.

As últimas administrações adotaram o modelo das organizações sociais para gerenciar os equipamentos de saúde. Qual é sua visão sobre isso? Você pretende ampliar ou interromper esse tipo de processo?

Hoje existem em torno de oito organizações, OS, que prestam serviços na área da saúde na nossa cidade. O problema não são as OS, é a fiscalização e a auditoria desses serviços. O que nós sabemos é que o município tem recurso importante para ser implementado na área da saúde, em torno de R$ 1 bilhão por ano.

Então, esses recursos não estão sendo gastos de forma apropriada. Primeira coisa que nós temos que estabelecer é uma fiscalização constante, uma auditoria, para você ver se esses serviços contratados, eles realmente estão indo ao alcance da população. O que sabemos também é que não adianta você inaugurar a unidade de saúde se ela não for eficiente.

Temos 66% dos santistas que têm planos de saúde. Esse é um dado atual, não é um dado antigo, que mudou na pandemia, é o dado de agora. Então, temos 34% por cento dos santistas que dependem dos serviços de saúde pelo SUS. Esses santistas têm que ser bem atendidos, porque dinheiro tem.

Você precisa otimizar o trabalho, não adianta você cortar a fita, inaugurar uma unidade de saúde. Se a população, agora mesmo, estava subindo para o estúdio e a atendente lá falou, ‘Rosana, estou esperando há dois anos e meio para fazer uma cirurgia, preciso tirar o mioma e não consigo, estou na fila’.

Por que isso acontece? O que está acontecendo? Não temos o controle dessa situação, temos que ter o cadastro, tenho que saber, como prefeita, exatamente quem está na fila, por que está esperando na fila, para eu encontrar uma maneira de otimizar e de diminuir isso. Hoje, a fila dá a volta na ilha e não está certo esse atendimento, porque dinheiro para a saúde tem.

Então, nós vamos dar mais recursos para a área da saúde, porque nós temos condição, inclusive, porque Santos teria condição de destinar uma porcentagem ainda maior para a área da saúde, que a gente não está no teto, isso significa em torno de R$ 100 milhões a mais em todos os anos.

No entanto, não é só isso, vamos otimizar esses recursos e vamos fiscalizar essas ações que são feitas na cidade, para diminuir as filas, para que as pessoas não fiquem à espera de um especialista. Temos um projeto que é importantíssimo, que é a telemedicina, não a do jeito que ela é anunciada hoje pelo município, é a telemedicina onde a pessoa vai no seu clínico, na UBS (Unidade Básica de Saúde) e se ela precisar ser encaminhada para um especialista, o seu clínico já entra em contato na hora, os dois juntos.

Ou seja, o paciente vai estar olhando para o médico dele e, ao mesmo tempo, já vai conversar com o especialista e isso consegue resolver a longa espera, a dificuldade que Santos tem para contratar profissionais desse tipo, porque eles ficam nos melhores hospitais de São Paulo, é difícil trazê-los para cá. Então nesse tipo de serviço você vai facilitar o pedido de exames, o encaminhamento, o diagnóstico, o tratamento e até a cura. Isso é importante.

Passei uma manhã inteira em Jundiaí conhecendo esse serviço, hoje o prefeito tem uma aprovação que chega quase a 80% porque implementou as clínicas da família e elas agem dessa forma. Quando você vai no médico, você quer ser tratado, ter um encaminhamento e ser curado.

Agora, se você vai no médico e falam, ‘vou te dar um encaminhamento e você vai ficar esperando ter esse especialista para lhe atender’. A pessoa já volta pensando que a doença vai progredir porque vai ficar esperando na fila e temos que resolver o problema daquele cidadão que está como paciente naquele horário. Além de contratar serviços das clínicas particulares, a cidade precisa ter a noção de qual é essa fila, quantas pessoas estão à espera e fazer essa triagem para poder prestar esse atendimento para a população e nós vamos fazer isso.

Quais medidas serão tomadas para garantir educação em tempo integral aos estudantes da rede pública?

Hoje, um estudante em Santos gasta por ano R$ 34 mil. É um bom dinheiro. Essa educação na nossa cidade teria que ser top, só que não é, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostrou isso. O índice mostra que o nível da educação na cidade vem caindo. Municípios que estão à nossa volta deram saltos de desenvolvimento nessa área. Praia Grande, por exemplo, gasta R$ 14 mil por ano por aluno com muito mais alunos para serem atendidos, é em torno de mais de 50 mil lá e aqui são 26 mil.

Então, a escola de tempo integral é ótima, mas ela tem que ser eficiente, ela tem que funcionar. Você deixar a criança no período do contraturno no colégio aprendendo é excelente, desde que ele aprenda. Vamos fazer o reforço, aulas de música, esporte, não como é hoje onde só serve para propaganda, falar que 75% das crianças estão em tempo integral, não acontece isso.

Reúne cinco escolas, coloca num lugar, as crianças ficam lá a tarde inteira muitas vezes sem fazer atividade nenhuma e os pais acabam tirando porque a criança fica sem atividade, sem um esporte, sem ter um trabalho pedagógico. Nós vamos realmente encarar a educação em tempo integral de forma efetiva, consciente, porque dinheiro, como falei, tem R$ 34 mil por aluno.

É para gastar 34 mil reais sim, desde que o professor seja valorizado não tenha o pior salário por hora a aula da Baixada Santista, como é hoje, desde que a educação seja alto nível, que o nosso Ideb aumente, que a merenda seja excelente. No entanto, não é o que tenho ouvido as pessoas, os pais falarem por aí.

Outro dia, estava numa reunião, era numa garagem e uma senhora do outro lado, no outro prédio, estava debruçada na janela e quando falei a respeito da educação e o que nós pretendíamos, da nossa proposta, ela falou que tirou a filha da escola em tempo integral porque ela ficava sem fazer nada. Então, nós temos propostas excelentes para a área da educação também.

Você acha viável o município ter creches noturnas para atender o trabalhador que trabalha no período noturno?

Acho, é essencial. Não só creches noturnas, como também ampliar o horário dessas creches. Hoje os pais que entram 7h tem que deixar alguém tomando conta do filho até o horário de entrar ou o horário de sair da creche. 16h não é o horário para sair da creche, o pai e a mãe trabalham até 18h ou 19h. Como ele faz? Ele tem que contratar alguém para ir buscar a criança na creche, então fica inviável.

Tem que alcançar a realidade da cidade, tem que criar alternativas para que a população, a mãe, o pai, possa trabalhar de forma tranquila, e não é possível que a gente permita uma situação dessa. Então nós vamos ampliar os horários das creches, vamos atender aquela mãe, aquele pai que precisa entrar mais cedo na escola, colocar o filho na creche, nós vamos ter esse período. Isso é primordial e é fácil de resolver.

Você é casada, tem dois filhos e já está na vida política há seis anos. Como que a sua família lida com isso?

Minha família me ama, meu marido às vezes no começo não queria que eu entrasse para a política, mas hoje me apoia, sabe da importância desse meu trabalho. O meu filho também, sempre trabalhei muito, então ele, quando eu tinha que viajar, como trabalhei durante 25 anos, falava com orgulho e hoje ele também fala com orgulho, ‘minha mãe está trabalhando para melhorar a vida das pessoas, para fazer o que ela acredita, e realmente fazer a transformação’.

Acredito nessa política que venho fazendo. Não é uma política partidária, não é uma política de interesse pessoal, eu poderia continuar como deputada, era mais tranquilo para mim, mas sou santista, os meus filhos são daqui, quero uma cidade melhor para eles. Por isso eu com coragem estou me candidatando, porque sei que não é saudável o mesmo grupo estar no poder há 30 anos.

A alternância de poder é necessária e sempre foi muito fácil as disputas aqui. Contudo, amo a minha cidade, é a cidade onde a minha família progrediu e quero dar essa contribuição. Só teve um motivo para eu me candidatar, quero deixar um legado, uma história, ser lembrada como uma excelente prefeita que fez a diferença na vida de você que está em casa nos assistindo.

Podemos contar com a sua participação nos debates em 17 de setembro e 2 de outubro?

Sim, já estou participando das reuniões pré-debate.

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