Começa hoje (15) a audiência do caso conhecido como Máfia das Lotações, em São Vicente

SÃO VICENTE – Começou na manhã de hoje (15) a audiênciao dos 15 réus presos na Operação Martim Afonso, em São Vicente. O escândalo conhecido como máfia das lotações investiga um esquema de trafico de drogas e lavagem de dinheiro por meio do dinheiro vindo do transporte público do município.

A previsão é que a audiência prossiga até a semana que vem. Advogados, réus e testemunhas começaram a chegar ao Fórum de São Vicente por volta das 9 horas da manhã. Dos 19 indiciados durante a Operação, 15 se tornaram réus, entre eles o vereador Eronaldo José de Oliveira, conhecido como Ferrugem.

Ferrugem é acusado de atuar como lobista da organização criminosa que comandaria a máfia das lotações em São Vicente. O vereador cumpre prisão domiciliar.

Outro réu ligado ao poder público é o ex-Secretário de Assuntos jurídicos de São Vicente Sinval Braz, que também está em prisão domiciliar. Ele é apontado como responsável por alterar regras no transporte municipal, entre elas a obrigatoriedade de trocar modelos antigos de lotações por outros mais caros, o que fez com que cooperados que não faziam parte esquema vendessem seus alvarás para integrantes da quadrilha.

Quatro dos indiciados não se tornaram réus por falta de provas que os ligassem ao esquema, e dois deles são testemunhas de defesa. Entre eles está Jorge Braga de Mesquita, pertencente a uma das associações de oposição à cooperativa que atua no transporte de São Vicente.

São esperadas nesses quatro dias de audiênciasdoze testemunhas de acusação e 46 de defesa, além de todos os 15 réus que também devem ser ouvidos. Os promotores são do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público.

O escândalo que ficou conhecido como Máfia das Lotações foi revelado depois de uma operação do Gaeco no dia 7 de março deste ano. As investigações apontam que uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios usava a cooperativa de transporte alternativo municipal de São Vicente para lavar dinheiro e financiar o tráfico de drogas em varias cidades do Estado. Os policiais prenderam 18 acusados de fazer parte do esquema e cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em São Vicente, na capital paulista e em outras cidades do interior do estado.