Campanha de Lula quer usar Alckmin para atrair tucanos após desistência de Doria

Por CATIA SEABRA E VICTORIA AZEVEDO/FOLHAPRESS em 24/05/2022 às 06:42

Marlene Bergamo/Folhapress
Marlene Bergamo/Folhapress

Vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) deverá atuar na conquista do apoio de tucanos já no primeiro turno da disputa presidencial.
Essa é a aposta de integrantes da coordenação da pré-campanha de Lula após a desistência do ex-governador João Doria (PSDB).

Segundo esses colaboradores, a expectativa é que o setor importante do PSDB irá aderir à candidatura da dupla, graças a um movimento encampado por Alckmin, que foi chamado de “vice dos sonhos” pelo ex-presidente, na tarde desta segunda-feira (23), durante reunião com dirigentes de partidos aliados.

“Se vocês encontrarem um vice dos meus sonhos é o Alckmin”, afirmou Lula, durante o encontro, segundo relato de alguns dos presentes.

Além de Alckmin, a expectativa é que o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira busque apoio no tucanato. Na avaliação de um integrante da cúpula petista, “a saída de Doria abre a porteira e acelera este movimento”. Aloysio Nunes diz, no entanto, ser importante que o próprio Lula defina como será essa articulação.

“Não estou tentando angariar apoio de tucanos ao Lula. Acho necessário esperar que o próprio candidato diga como pretende ampliar sua campanha para além da coligação que lançou a chapa Lula/Alckmin”, afirmou.

Petistas apostam, por exemplo, na aproximação com tucanos como os ex-governadores Tasso Jereissati e Marconi Perillo, além do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto. Apesar do assédio, Perillo descarta, neste momento, uma declaração de apoio a Lula já no primeiro turno. Segundo ele, o PSDB deve ter candidato à Presidência. “Na minha opinião, a saída deveria ser caseira, lançando Eduardo Leite à Presidência”, afirmou.

Minutos após saber da desistência de Doria, Lula afirmou que conversará com todos os setores sociais. Em reunião com dirigentes partidários, o petista disse que ninguém gosta mais de diálogo do que ele. O ex-presidente citou o agronegócio, o mercado financeiro e o empresariado como exemplos de setores com os quais está disposto a conversar.

Segundo o deputado Ivan Valente, presente na reunião, Lula disse que sempre dialogou e vai continuar dialogando, mas vai falar olho no olho com o trabalhador. Coube à presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, informar aos participantes da reunião da desistência de Doria, segundo ela, por ter se isolado no partido.

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