Câmara de Santos realiza audiência pública sobre futuro da Escolástica Rosa
Por Santa Portal em 27/03/2025 às 10:05
A Câmara Municipal de Santos promoveu, nesta quarta-feira (26), uma audiência pública para discutir o futuro das instalações da Escolástica Rosa, imóvel pertencente à Santa Casa de Santos e desativado há seis anos. A iniciativa foi proposta pelo vereador Paulo Miyashiro (Republicanos) após uma polêmica envolvendo o uso do espaço, que é tombado e está com a estrutura em péssimas condições.
A audiência ganhou força depois que deputados da região sugeriram ao Governo de São Paulo a transformação do imóvel em uma escola cívico-militar. A proposta gerou debate entre vereadores, líderes estudantis e membros da sociedade civil, com opiniões divididas sobre o uso do local.
O prédio, que foi deixado à Santa Casa de Santos no testamento de João Otávio dos Santos, fundador do Colégio Escolástica Rosa, abrigou a instituição até 2004, quando passou a ser vinculada ao Centro Paula Souza (CPS) e se tornou uma Escola Técnica Estadual (Etec). Desde o final de 2018, o imóvel está desocupado. Em 2023, foi apresentado um projeto de restauração orçado em cerca de R$ 50 milhões, mas o valor subiu para R$ 77 milhões desde então.
Durante a audiência, o arquiteto e vice-presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), Gustavo Nunes, destacou os desafios do projeto. “Eu quero ver o meu projeto técnico aprovado e executado, mas temos grandes desafios para isso, porque estamos falando de investimentos muito altos”, afirmou Nunes.
A proposta de transformar o espaço em uma escola cívico-militar gerou controvérsia entre os presentes na audiência pública. Durante a sessão, estudantes e representantes da sociedade civil protestaram contra a iniciativa.
“É inadmissível que esteja sendo debatido um projeto de lei sem antes dialogar com os estudantes que vão ser afetados por esse modelo de ensino. A gente acredita que precisa voltar a ser uma instituição de ensino”, disse Matheus Café, presidente do Centro de Estudantes de Santos e Região.
“Hoje estamos em um prédio alugado que o governador paga caríssimo. A gente acha que se tem dinheiro para fazer uma escola militar, tem dinheiro para voltar a ser uma instituição de ensino referência no estado [Fatec e Etec]”, completou Café.