09/08/2019

Bronze na patinação artística no Pan, santista Gustavo Casado anuncia despedida do esporte

Por Ted Sartori/#Santaportal em 09/08/2019 às 08:44

JOGOS PAN-AMERICANOS – O deslizar dos patins e os movimentos suaves de Gustavo Casado não serão mais vistos competitivamente. Aos 28 anos, o patinador santista, bronze na patinação artística livre nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, anunciou que irá encerrar a carreira.

“Nunca tinha competido em um Pan. Era algo que faltava em minha carreira. Agora consegui e termino por aqui”, afirmou o atleta, em entrevista ao programa Só Esportes, da Rádio Ômega, de Santos. “Se eu fosse seguir meu coração, ainda estaria competindo. Mas chega uma certa idade da vida que temos que usar a cabeça, com uma decisão mais racional. Não vou patinar a vida toda, mas vou guardar sempre no meu coração”, emendou.

Ao se notar a idade de Gustavo, parece precoce falar em despedida. Não exatamente no caso da patinação, na qual ele está desde os 7 anos, quando começou a assistir os movimentos na modalidade da irmã Pâmela, sete anos mais velha. “Tem gente que patina por mais tempo, mas nornalmente nessas categorias como a minha para-se entre 28 e 29 anos”, explica.

No entanto, o patinador não ficará longe do esporte que é sua paixão. Gustavo Casado segue ensinando a alunos com idades que variam de 7 a 22 anos no Clube Saldanha da Gama, em Santos, tudo o que aprendeu, além de participar de shows para o qual seja contratado. “Hoje em dia fico mais nervoso vendo um atleta meu competir. Porque, quando é com você, é você quem resolve. No caso de ver o atleta, não: eu tenho que ajudá-lo a resolver o problema”, conta.

Percalços pesados como a medalha
Por sinal, o bronze em Lima teve percalços responsáveis pelo brilho da medalha assemelhar-se com a de ouro. O equipamento apresentou problemas logo ao desembarcar no Peru, no início da semana de treinos que antecedeu às disputas – estas ocorridas logo nos primeiros dias da competição multiesportiva no Peru, no fim de julho.

“Antes de eu treinar, vi que estava tudo certo e resolvi dar uma olhada no freio do patim esquerdo. Resolvi abaixá-lo um pouco porque quando a gente vai treinando, vai desgastando o freio. Quando fui mexer no pino para soltar, fez um estalo e o da base espanou. Não o pino que segura, a própria base mesmo. Tentei colocar um pino reserva que eu tinha e não funcionou. Era mesmo a base que quebrou. Isso tudo na segunda-feira antes do treino”, detalha.

Restou a Gustavo fazer os saltos na atividade com o patim quebrado e só fazendo saltos com a perna direita. Ele, então, foi a um local que vendia peças e conseguiram arrumar, fazendo uma gambiarra para prender, como o próprio atleta definiu. “Mas ele não estava preso 100%. Às vezes, sentia mover. Fiz os outros treinos, mas não estava atrapalhando”, relembra.

No dia da competição, Gustavo pensou em prender mais um pouco as peças para que ele se sentisse um pouco mais seguro. O aspecto psicológico estava ligeiramente alterado em razão disso. Uma surpresa, porém, aconteceu. “Fui apertar um pouco mais o parafuso que eu tinha colocado. E estourou. Uma hora antes da competição. Aí me levaram de novo no local que vendia peças. Retornei, arrumei, aqueci, coloquei os patins e competi”, conta, naturamente mais aliviado ocm o passar do tempo.

Gustavo admite que não competiu do jeito de antigamente, aquele que lhe deu vários títulos mundiais em que, inclusive, desbancou os italianos, verdadeiras potências da modalidade. O pódio, no entanto, chegou.

“Entrei um pouco nervoso. Não sei se, talvez, por ser a última competição, isso acabou pesando também. Mas vou ser eternamente grato. Não pelo bronze, mas pela oportunidade de ter conhecido pessoas novas e de ter trazido a medalha. Fiquei um pouco chateado de não ter patinado um pouco melhor. Mas são coisas que acontecem”, comenta o patinador. Assim como sempre é hora de acontecer o adeus.

Colaborou Anderson Firmino, da Agência Só Esportes

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