Bancário que atropelou cantor Adalto Mello estava em ‘resenha’ horas antes do crime
Por Santa Portal em 30/12/2024 às 10:00
O bancário Thiago Arruda Campos Rosas, de 32 anos, que confessou dirigir o carro que atropelou e matou o cantor santista Adalto Mello, 39, na madrugada deste domingo (29), publicou em suas redes sociais que estava em uma confraternização horas antes do crime, inicialmente classificado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, agravado pela embriaguez.
No entanto, após ter acesso a imagens de câmeras de segurança da Avenida Tupiniquins, no Japuí, o delegado Daniel Pereira de Sousa retificou a capitulação jurídica dos fatos, entendendo que houve um homicídio doloso.
No vídeo publicado em seu story no Instagram, no final da tarde, o bancário escreveu: “Aquela resenha de fim de ano”. A confraternização ocorreu em uma cobertura de prédio com piscina, onde Thiago estava acompanhado de diversos amigos. Local onde pode ter ingerido álcool, fato confirmado pelo teste de bafômetro.
De acordo com a Lei Seca, ou Lei nº 11.705/2008 da Constituição Federal, caso o resultado do bafômetro seja igual ou superior a 0,34 mg/l, o condutor comete um crime de trânsito. O teste de Thiago indicou 0,82 mg/l (miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões), um índice cerca de duas vezes e meia acima do estipulado pela legislação.
Além disso, os policiais relataram que o bancário apresentava sinais claros de embriaguez, como fala pastosa, olhos avermelhados e dificuldade para caminhar.
Defesa de Adalto endossa recapitulação do acidente
A defesa de Adalto destacou que a recapitulação da classificação jurídica do acidente foi a decisão mais adequada. “O boletim de ocorrência é um registro realizado em sede de cognição sumária, isto é, os dados apenas são relatados sem maior análise e profundidade. Assim, entendemos ser coerente a decisão do delegado com base na análise das imagens e considerando todo contexto (embriaguez, excesso de velocidade, negligência e imprudência)”, declarou o advogado Vitor Vitorio, ao Santa Portal.
À polícia, Thiago alegou que a moto surgiu inesperadamente à sua frente, impossibilitando qualquer reação para evitar o acidente. Contudo, imagens de câmeras de segurança mostram o condutor realizando uma ultrapassagem de outro carro em alta velocidade e atingindo a moto de Adalto logo em seguida.
A reportagem tentou localizar a defesa de Thiago, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para posicionamentos.
Relembre o caso
O cantor santista Adalto Mello, de 39 anos, morreu na madrugada deste domingo (29), por volta das 2h30, ao ser atropelado na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, em São Vicente. O artista, que conduzia uma moto após realizar um show em Praia Grande, foi atingido pelo bancário Thiago Arruda Campos Rosas, de 32 anos, que dirigia embriagado. O motorista foi preso em flagrante.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o carro modelo I/Kia Sportage colidiu com a motocicleta de Adalto antes de atingir uma árvore. A Polícia Militar encontrou o veículo com as portas abertas e sinais de colisão, enquanto a moto estava caída no solo. O cantor de pagode foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, mas as tentativas de reanimação não tiveram sucesso.
Adalto era conhecido na Baixada Santista por seu talento musical, liderando o grupo Pagode do Adalto. Ele havia se apresentado horas antes em Praia Grande e tinha outro show marcado para este domingo à tarde, no bairro Ocian.
O corpo de Adalto passou o domingo em Praia Grande e seguiu na manhã desta segunda-feira (30) para o IML Santos, para realização da autópsia. Portanto, ainda não há data e local para o velório.