Avó acusa hospital de Santos de negligência com neto em estado crítico de saúde

Por Santa Portal em 12/03/2024 às 06:00

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

A cuidadora de idosos Maria Cristina Barros acusa a Santa Casa de Santos de vários casos de negligência nos cuidados de seu neto, Rhaví, de 4 anos, que está internado na unidade de saúde desde seu primeiro ano de vida. O menino sofreu um dano cerebral grave após se afogar em uma piscina no sítio da família, em Itariri, em 2020.

Entre alguns dos casos de negligência citados por Maria Cristina, estão o manejo errado das cânulas que Rhaví tem que utilizar e a fratura das duas pernas do menino por uma fisioterapeuta do hospital, além de um óleo receitado por uma neurologista que foi retirado do tratamento de Rhaví, o que ocasionou em convulsões diárias. Ela também alega que uma pulseira de ouro e uma quantia de mais de R$ 600 foram furtadas do cofre do quarto onde o menino está internado.

Em outra ocasião, a cuidadora de idosos cita que foi impedida pelo hospital de ficar com o neto por uma ordem judicial do hospital. Ela conta que Rhavi fica sozinho no quarto sem monitoramento integral.

Maria Cristina explica que, na ocasião do acidente, Rhaví foi dado como morto. No entanto, durante o transporte funerário, um médico notou que o menino ainda estava vivo. Ele foi transferido para o Hospital Regional de Registro, onde a família foi informada que Rhaví possuía apenas 1% da função cerebral.

“Desenganaram o Rhaví. Pediram para eu doar os órgãos dele, falaram que ele não ia sobreviver mas eu bati o pé. Aí ele foi melhorando”, relembra Maria Cristina. Quando o menino completou um ano internado em Registro, já com a saúde estabilizada e com uma sonda gástrica e traqueostomia, Rhaví foi transferido para a Santa Casa de Santos.

Ao chegar na Santa Casa, o quadro de saúde do menino se agravou e ele teve que passar oito meses na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), momento em que ele passou a usar ventilação mecânica. A partir daí, Maria Cristina conta que passou a viver no hospital, já que o quadro de saúde do menino teve altos e baixos, com vários casos de negligência nos três anos seguintes, segundo alega a cuidadora de idosos.

“Comecei a ver várias coisas erradas dentro do hospital [Santa Casa]. Primeiro, foi com as técnicas. Desde que ele entrou no hospital, ele sempre foi cuidado pelas mesmas técnicas. Quando mudam, ele passa mal, porque tem estresse pós-traumático laudado”, explica. Ela conta que, a partir do momento que passou a reclamar, passou a sofrer retaliações dentro do hospital. Em seguida, as negligências começaram a tomar mais forma.

Maria Cristina conta que, desde o início do ano, ela tem horários definidos para poder ficar com o neto devido à ordem judicial. No entanto, ela diz que, por conta do caso do menino ser de alta complexidade e ele possuir estress pós-traumático, Rhaví deveria ter um acompanhante pelo tempo que for necessário.

Ajuda com custos

Para arcar com os custos do tratamento de Rhaví, Maria Cristina criou uma vakinha online, que pode ser acessada no link. A batalha diária do menino é documentada no perfil Rhaví – Gota de Esperança, no Instagram (clique aqui para acessar).

O que diz a Santa Casa?

A Santa Casa de Santos, por meio de sua assessoria de comunicação, informa que, de acordo com as diretrizes éticas e legais vigentes, a instituição ressalta que o paciente em questão está atualmente sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar, que o acompanha diariamente, fornecendo toda a assistência necessária para o seu bem-estar e tratamento.

Entretanto, devido a existência de um processo judicial em curso relacionado ao paciente, o hospital não tem autorização para fornecer detalhes específicos sobre o caso, em conformidade com as obrigações legais associadas ao processo judicial em questão.

Além disso, conforme estipulado pela Lei de Proteção de Dados, a Santa Casa de Santos é obrigada a preservar a confidencialidade e a privacidade das informações do paciente. Portanto, a instituição não pode divulgar qualquer dado pessoal ou clínico que possa identificar ou comprometer a sua privacidade.

O hospital reitera o compromisso com a integridade e o respeito aos direitos do paciente, bem como o cumprimento das normativas legais pertinentes, visando sempre a sua segurança e proteção.

Quanto às acusações que a Srª. Maria Cristina faz com relação a supostos furtos no quarto do paciente, o hospital desconhece quaisquer ocorrências desta natureza e, devido a gravidade da acusação, tomará as providências cabíveis junto à autoridade policial.

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