25/10/2016

Amigo do "Capita", Clodoaldo relembra conselhos e diz: "Não existirá outro como ele"

Por #Santaportal em 25/10/2016 às 21:54

FUTEBOL – O ex-volante Clodoaldo, ídolo do Santos e tricampeão mundial com a seleção brasileira, era um dos grandes companheiros de Carlos Alberto Torres. Amigo pessoal do “Capita”, Corró lembra da personalidade de Torres e destaca as principais qualidades do amigo. (Confira o depoimento de Clodoaldo no vídeo acima).

Clodoaldo revela que desde os seus primeiros passos no futebol, Carlos Alberto Torres já era um incentivador dele. “A passagem principal que tenho com ele foi no inicio da minha carreira, quando passei a jogar nos Aspirantes. Ele vinha me cumprimentar e me incentivava. Ele falava: ‘Você vai jogar no time de cima logo’. Fez cobranças dentro do clube para que eu pudesse jogar. Mas, na época, a direção entendia que eu era muito jovem e o técnico também pensava assim. Porém, o Carlos Alberto já tinha essa visão ele já tinha. No final de 1966 para 1967, fiz a minha primeira excursão com o Santos para o futebol europeu. Quando voltei em 1967 já era titular”, contou.

Dentro de campo, o ex-volante classifica o “Capita” como um dos melhores de todos os tempos. “Vou falar pouco, sabe por quê? Ele foi o melhor de todos os tempos. Foi o melhor no Brasil e no planeta. Não existiu e não existirá outro como o Carlos Alberto Torres. É fácil falar dele como profissional”, disse.

Além disso, a liderança de Carlos Alberto Torres era visível até mesmo diante das principais estrelas da seleção que conquistou a Copa do Mundo do México, em 1970. “A sua qualidade como líder era enorme. Ele enxergava o jogo muito bem e corrigia o posicionamento da equipe taticamente. Em 1970, o Brasil perdia a semifinal para o Uruguai, por 1 a 0, quando ele falou para eu sair para o jogo, para atacar. Você imagina atacar em um time com Jairzinho, Tostão, Gerson, Pelé e Rivellino? Seria muita ousadia. Eu perguntei se ele tinha certeza e ele disse: “Absoluta”. Ele se reuniu com o Gerson, que estava tendo muitas dificuldades para jogar. Ele aceitou e recuou para atuar na minha posição. Nesses sete, oito minutos, tive a felicidade de ir ao ataque e empatar o jogo. Enxergar isso em um jogo decisivo como foi contra o Uruguai, o cara precisa de muita sabedoria e competência”, comentou o ex-líder do meio-campo santista.

Clodoaldo relembrou ainda que a amizade entre os dois se fortaleceu durante os períodos de preparação e disputa da Copa de 1970. “Convivi tanto tempo com ele, mas na concentração da seleção, foi um longo período e diário. Você ficar 90 dias concentrado não é normal. Ficamos em uma fortaleza, isolada, todos sabem disso. Vivi com ele um período tão longo, mas aprendi tanto com esse cara, que nós fortalecemos essa amizade que tínhamos no Santos nesse período com a seleção brasileira lá no México”, destacou.

A personalidade forte de Carlos Alberto Torres fora dos gramados também será lembrada por Corró. Segundo o amigo, o “Capita” sempre foi crítico da falta de planejamento no futebol brasileiro. “Ele era contra o improviso, contra a falta de planejamento do futebol brasileiro. Ele entendia, como eu também entendo, que a oportunidade tem que ser dada para o profissional que se dedica e quer vencer na vida. Dentro da seleção, ele pensava que tem jogador que começa e depois de atingir um determinado estágio, chega na seleção brasileira. O mesmo se aplica aos técnicos. Sempre que tinha a oportunidade de expressar as suas opiniões, ele era muito claro e direto, não fazia questão de agradar. Agradando ou não, ele colocava o que ele achava que tinha de mudar. Da mesma forma que era quando jogávamos: não tinha Clodoaldo, não tinha Pelé, não tinha Coutinho e não tinha ninguém. Ele dava bronca mesmo. Era esse o Carlos Alberto que a gente conhecia, que liderou o Santos e a seleção brasileira por muito tempo”, concluiu.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.