Alimentação é aliada fundamental no tratamento do câncer de mama; entenda

Por Laeticia Bourgeois em 13/10/2025 às 11:00

Foto: Freepik
Foto: Freepik

No enfrentamento do câncer de mama, a alimentação tem um papel importante e decisivo no tratamento e recuperação. Uma dieta balanceada, rica em nutrientes, pode contribuir para melhores respostas ao tratamento, reduzir inflamações e fortalecer o organismo diante dos desafios físicos e emocionais impostos pela doença. 

Conforme o tipo, estágio da doença e o tratamento indicado – como quimioterapia, radioterapia ou cirurgia -, a forma como o paciente se alimenta torna-se crucial, para evitar a baixa imunidade e reduzir os efeitos colaterais. Cada paciente deve ser avaliado de maneira única, já que as necessidades nutricionais variam de pessoa e caso.

A parceria entre o nutricionista e o oncologista ajuda na elaboração de um cardápio nutricional planejado, que contribua para o sucesso do tratamento, trazendo mais conforto durante todo processo. Esse acompanhamento nutricional ajuda a evitar sintomas, manter a energia, o peso, as vitaminas e nutrientes para o organismo, além de diminuir os efeitos colaterais e o risco de infecções, melhorar a imunidade e a rapidez na recuperação do tratamento. 

“Durante o primeiro atendimento é realizado uma anamnese, onde o nutricionista consegue obter dados importantes para a realização do cardápio personalizado de cada paciente, observando por exemplo, tipos de alimentos preferidos, dados antropométricos, idade, situação financeira, tipo de câncer, tratamento indicado pelo oncologista responsável, e medicações utilizadas”, conta a nutricionista Élida Amaral, que atende no Instituto Neo Mama, referência no tratamento do câncer de mama.

Durante o tratamento, certos alimentos e suplementos podem ser evitados ou incluídos, conforme as reações do corpo. Alimentos como álcool, carnes vermelhas em excesso, bebidas açucaradas, doces, embutidos e ultraprocessados costumam ser limitados. Por outro lado, a hidratação é prioridade, sendo altamente recomendada a ingestão de água e água de coco – principalmente durante a quimioterapia e a radioterapia. A exposição diária ao sol também é indicada para estimular a produção de vitamina D, essencial para a imunidade.

Entre os sintomas mais comuns durante o tratamento do câncer estão: diarreia, boca seca, perda do apetite, dor na boca ou garganta, problemas gengivais e dentários, dificuldade de deglutição, alteração do peso, olfato e paladar, desidratação, cansaço e fadiga, depressão, insônia, ansiedade.

“Todos esses sintomas influenciam diretamente na elaboração da dieta, pois se não for bem planejada e adequada ao caso específico, o paciente pode não conseguir segui-la, o que dificulta sua recuperação e pode até mesmo agravar seu estado nutricional”, alerta a nutricionista. 

Sempre que possível, é recomendável o consumo de alimentos orgânicos, mas quando isso não for viável, o mais importante é priorizar alimentos naturais em vez de industrializados. “Produtos orgânicos com certeza seriam a melhor opção de consumo, mas quando analisamos os pacientes, levamos em conta o poder aquisitivo”, explica. “De qualquer forma, mesmo um alimento não orgânico é melhor que industrializado, com aditivos químicos.” 

A correta higienização dos alimentos também é fundamental, principalmente para evitar contaminações por bactérias – algo que pode ser muito perigoso para quem está com o sistema imunológico fragilizado.

“É importante a orientação de como realizar corretamente a higienização dos alimentos antes de consumir e a orientação para se evitar o consumo de produtos crus, principalmente peixes e folhas fora de casa, em restaurantes e lanchonetes”, reforça a nutricionista. 

Outro fator fundamental é a prática da atividade física antes, durante e depois do tratamento do câncer. O exercício físico traz muitos benefícios no tratamento, ajudando a controlar sintomas e reduzindo, inclusive, a mortalidade em alguns tipos de câncer.

“Uma caminhada de 30/40 minutos todos os dias já faz a diferença para quem não pode pagar uma academia”, orienta Élida.

Com o término do tratamento, os efeitos colaterais apresentados durante o tratamento tendem a desaparecer aos poucos, possibilitando ao paciente a volta a uma vida normal em relação à alimentação. Porém, se faz necessário o acompanhamento oncológico e nutricional por um período até o restabelecimento total do organismo.

“O nutricionista segue monitorando as dosagens de vitaminas e minerais, ajustando a dieta para uma total recuperação da imunidade e saúde do paciente”, conclui. 

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.