Moradores da Prainha Branca são qualificados para ação de resposta em caso de desastres naturais

Por Santa Portal em 05/03/2023 às 21:00

Divulgação/Prefeitura de Guarujá
Divulgação/Prefeitura de Guarujá

Educar e preparar os moradores da Prainha Branca com noções de autosuficiência e conhecimentos básicos de primeiros socorros. Essa foi a meta do primeiro Núcleo Comunitário Experimental de Proteção e Defesa Civil, que qualificou integrantes do bairro para atuar na prevenção e na ação de resposta em caso de desastres naturais. A formatura, com um grupo de 10 participantes, aconteceu na quarta-feira (28), no Centro Comunitário da Prainha Branca. O projeto é um convênio entre a SOS Mata Atlântica e a Prefeitura de Guarujá.

Em março de 2020, os cerca de 400 moradores ficaram totalmente isolados devido às chuvas que assolaram a Baixada Santista. Por conta da distância e do difícil acesso – realizado apenas por barco ou por uma trilha de 30 minutos de caminhada – o projeto piloto teve como objetivo oferecer para essa comunidade, que mora em área de proteção ambiental, conhecimentos sobre o meio que vivem e os riscos do local, como erosão costeira, alagamentos, deslizamentos, entre outros.

Para isso, voluntários que atuarão como agentes multiplicadores dentro do bairro foram capacitados por meio de aulas virtuais e presenciais, em teoria e prática. A fim de fechar esse ciclo de aprendizado com chave de ouro, a gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Guararu, Mirella Baldacconi, organizou a formatura dos participantes com um café da tarde, diplomas e a entrega de equipamentos necessários para colocar todo o conhecimento em prática, tais como colete, lanternas, cordas, fita zebrada, maca, entre outros.

Ação conjunta

Devido à complexidade do projeto integrado, estiveram envolvidas, em conjunto, equipes das secretarias de Meio Ambiente; de Defesa e Convivência Social, por meio da Defesa Civil; e de Saúde, por meio do Samu.

“Nós ligamos a gestão e a área ambiental. O trabalho da Secretaria de Meio Ambiente foi feito em conjunto com a Defesa Civil, a fim de qualificar os moradores para conhecimentos que serão utilizados mesmo no dia a dia, como segurança no lar, afogamentos e salvamentos tanto de integrantes da comunidade quanto de turistas”, explica Mirella.

Para os geólogos da Defesa Civil de Guarujá, Jozzefer Vincov de Abreu e Carlos Adolfo Silva Fernandez, o Núcleo Preventivo de Defesa Civil (Nupdec) foi colocado em prática. “Foram discutidas a geografia da comunidade e suas suscetibilidades, por exemplo, deslizamentos, erosão costeira e alagamentos, além de fogo em mata”, diz Carlos.

As questões como uso e ocupação de solo frente à adaptação climática foram discutidas, além de mostradas situações em que os moradores estão suscetíveis e ações do dia a dia que prejudicam essa interação com o meio em que vivem. Para enfrentar um possível desastre natural, a Defesa Civil de Guarujá ainda criou o plano de evacuação, que conta com rotas de fuga até o ponto de concentração, além de placas orientativas ao longo da trilha de acesso com informações e telefones úteis.

Para a coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Guarujá, os moradores serão um braço da unidade. A turma aprendeu, com a equipe do Núcleo de Educação Permanente, regida pelo chefe Airton Gonçalves Júnior, sobre parada cardiorrespiratória, convulsão, desmaio, atendimento à vítima de trauma, engasgo e contenção de hemorragia.

“Eles foram preparados com noções básicas de primeiros socorros para realizar um primeiro atendimento, que é fundamental para salvar vidas até a chegada de uma unidade nossa. Nossa missão é qualificar o máximo de pessoas possível”, explica a coordenadora.

Reconhecimento

A presidente da Associação de Moradores da Prainha Branca, Claudenice Oliveira de Almeida Flávio, agradeceu em nome dos 400 moradores da comunidade. “O conhecimento e os suprimentos são de grande importância para a gente. Somos o último bairro de Guarujá e termos esse rico aprendizado ajudará e muito caso aconteça algo”.

Morador da Prainha Branca há 50 anos, Alexandre de Oliveira Alves já se colocou à disposição para novos cursos. “Quero contribuir e estou disponível para receber mais informação. Gostei muito de ter  participado de cada etapa e conseguido concluir cada uma delas, pois é algo que já gosto e tenho interesse”.

Escolha

A proposta de tema da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Guararu foi enviada à SOS Mata Atlântica, que prontamente patrocinou todo o projeto realizado na Prainha Branca. A exigência é que as ações fossem realizadas em Unidade de Conservação da Natureza. O sucesso do convênio foi tanto que já existem recursos para uma segunda fase do projeto, cujo local ainda será definido.

A SOS Mata Atlântica é uma organização não-governamental (ONG) criada em 1986 cuja missão é a de defender a Mata Atlântica do Brasil, conservando os patrimônios naturais e histórico, buscando um desenvolvimento sustentável que possa preservar a fauna e flora.

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