Transplantes de intestino delgado e multivisceral estarão disponíveis no SUS
Por Giulia Peruzzo/Folhapress em 24/02/2025 às 19:06

O SUS (Sistema Único de Saúde) passará a ofertar transplantes de intestino delgado e multivisceral para pessoas com falência intestinal ou demais questões relacionadas à insuficiência do intestino e outros órgãos digestivos, divulgou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (24).
O tratamento foi demandado pelo próprio órgão e recomendado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
Antes dessa recente incorporação, essas condições não tinham tratamento definitivo no Brasil. Pessoas com falência intestinal tinham acesso à terapias paliativas no SUS, com nutrição parenteral -administração de nutrientes diretamente na corrente sanguínea, que pode trazer consequências negativas para a saúde do paciente.
Como funciona?
O transplante de intestino delgado envolve a substituição do órgão doente por um que seja saudável, de um doador, e é indicado em casos de falência intestinal ou complicação da nutrição parenteral.
Já o transplante multivisceral é quando dois órgãos abdominais são transplantados ao mesmo tempo, técnica indicada quando múltiplos órgãos estão comprometidos e não podem ser tratados com terapias convencionais ou transplantes de órgãos isolados.
Apenas alguns hospitais privados do Brasil ofereciam os transplantes pelo SUS por meio de um convênio com o Ministério da Saúde e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa permitiu a sua ampliação nacional.
Estudos mostram que 15 pacientes por ano precisam desses transplantes.
Embora o processo seja complexo e a recuperação longa, ele oferece uma melhora significativa, permitindo ao paciente uma rotina mais próxima da normalidade.