Orgulho que nem todos podem ter: Santos FC completa 112 anos
Por Guilherme Esron em 14/04/2024 às 08:00
Nascer, viver e no Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter. Neste domingo, 14 de abril, o Santos completa 112 anos com uma história repleta de glórias, conquistas e um legado que ficará para a eternidade.
Em 2024, o Santos está escrevendo um dos capítulos mais marcantes da sua história, após amargar a inédita queda no Campeonato Brasileiro. Sob a direção de Marcelo Teixeira, presidente que trouxe os títulos mais importantes do passado recente, o Peixe busca uma reconstrução. Recuperando esse orgulho santista que ficou bastante ferido nos últimos anos.
E para isso, o Peixe busca nas glórias do passado, inspirações para o presente e faz planos com objetivos ainda mais altos para o futuro.
Ao longo da semana que antecedeu o aniversário do clube, a Santa Cecília TV exibiu uma série de reportagens que contou em três capítulos um pouco da história alvinegra. Começando pelos grandes craques que, literalmente, nasceram no Santos FC.
Com o surgimento do maior jogador de futebol que o planeta Terra já viu, o Rei Pelé, o Santos se tornou conhecido através do mundo. O ataque formado por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe é até hoje o maior da história. Mas e depois deles?
Para manter o legado vivo, nasceram os Meninos da Vila. Já perto do final da década de 70, a primeira geração dos Meninos da Vila foi lançada pelo técnico Chico Formiga, responsável por batizar os jovens da base.
“No Sul, se fala guri e em São Paulo, garoto. Eu sou mineiro e falo meninos”, explicava o treinador.
Com João Paulo, Juary, Pita e companhia, a equipe conseguiu o título do Campeonato Paulista de 1978 e tirou o clube da fila de cinco anos sem títulos, justamente o período pós Pelé, que anunciou a aposentadoria em 1974, antes de rumar para o New York Cosmos.
“Foi feita uma junção de jovens com veteranos e deu resultado”, disse João Paulo, o Papinha da Vila.
Assim como em 1978, a próxima geração de Meninos da Vila surgiu quando o Santos mais precisou dela. Em 2002, o Peixe vivia um ano bastante complicado, era desacreditado e não tinha dinheiro para contratações. A solução, então, foi promover jovens talentos das categorias de base como Diego Ribas, Robinho, Paulo Almeida, Elano e Renatinho.
Talentos esses que se provaram dentro de campo e levaram o Santos até a conquista do título Brasileiro de 2002 e 2004 e também até a final da Libertadores de 2003. Mais recentemente, a partir de 2010, o Santos revelou Paulo Henrique Ganso, Neymar e Rodrygo.
Léo, um dos líderes do time que foi campeão em 2002, era considerado um torcedor dentro de campo. Sua paixão pelo Santos é tão grande que até hoje ele defende o manto sagrado do Peixe. Atualmente, ele atua nos bastidores do clube, ao lado do presidente Marcelo Teixeira.
“Eu sempre fui, e continuo sendo, um cara autêntico. Falo o que penso, sem muitos filtros. É claro que às vezes me dou mal por isso… As minhas declarações e posicionamentos eram espontâneos. Percebendo isso, e o meu amor verdadeiro pelo Santos, a torcida me abraçou como seu representante em campo”.
Léo, ex-lateral-esquerdo do Santos
No elenco atual do Peixe, quem herdou a braçadeira de capitão foi Diego Pituca. em 2017, o jogador chegou desconhecido e para jogar no time B, mas suas atuações foram tão boas, que logo ele ganhou a confiança dos treinadores, da diretoria e o coração dos torcedores.
Em 2021, Pituca se transferiu para o futebol japonês e, coincidentemente ou não, o Santos viveu o seu pior momento na história. Então, no meio de 2023, o aguardado retorno de Diego Pituca foi anunciado e no começo deste ano, o jogador voltou a vestir a camisa do Peixe.
Em uma entrevista para o especial de aniversário do Santos, Pituca falou sobre o atual momento do clube e disse que o clima está muito bom. O capitão fez questão de exaltar a confiança que sente na diretoria e na comissão técnica.
Após anos de luta e desconfiança, o torcedor santista volta a sonhar alto e novamente se enche de orgulho, aquele que nem todos podem ter.