"Se não estancarmos, o Guarujá acabará nos próximos cinco anos", alerta Thaís Margarido
Por Santa Portal em 09/09/2024 às 05:00
Candidata à Prefeitura de Guarujá, Thaís Margarido (União Brasil) destacou sua insatisfação com os casos de corrupção nas gestões que passaram pela cidade, em entrevista ao Rumos & Desafios, exibida na última quinta-feira (5). A jornalista afirmou ser a mais capacitada para estancar os prejuízos deixados e que, se eleita, terá um trabalho árduo para “resgatar os índices econômicos e financeiros para poder manter serviços básicos”.
A ex-secretária de Turismo, estabeleceu saúde, educação e segurança como as principais áreas de atuação de seu governo, destacando projetos para tornar a cidade totalmente monitorada, com câmeras de 360° graus, e criação escolas integrais. Thaís, que está em uma chapa pura, ao lado do candidato a vice-prefeito Maurício da Capra, também explicou que a criação de um centro de convenções é essencial, entretanto, precisa de um amplo planejamento, incluindo mobilidade urbana, por exemplo.
Assim como Thaís Margarido, o programa Rumos & Desafios entrevistará, até 12 de setembro, os postulantes às prefeituras das cidades da Baixada Santista, sendo televisionado todas as terças e quintas-feiras, às 21h, também com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.
Por que você resolveu ser prefeita de Guarujá?
Na verdade, a escolha ela veio de forma natural. Digo às vezes que as pessoas acabaram me escolhendo já no instante em que elas começaram juntas a convergirem da mesma opinião. E sentimos essa necessidade hoje em Guarujá de um sentimento muito forte de indignação. Então as pessoas não estão mais contentes com o que tem, estão cansadas, machucadas, desacreditadas e indignadas.
Por isso, parei para pensar que com a experiência que adquiri ao longo desses últimos oito anos, tendo a oportunidade de ser secretária municipal em três cidades diferentes, trabalhar com três prefeitos diferentes, ver como as máquinas trabalham, ou seja, ver como fazer a gestão de uma cidade.
Então fui secretária em Guarujá, vi tudo o que é possível fazer e o que não se deve fazer. Na sequência, fui para Cubatão, com total liberdade. Uma cidade que tinha aquele histórico da cidade mais poluída da região, do polo petroquímico, junto com o prefeito Ademário (PSDB), trouxe uma nova vertente, a cidade do turismo de aventura, do ecoturismo. Porque lá temos uma natureza exuberante, 44% da costa da Mata Atlântica está dentro do perímetro urbano de Cubatão.
Tudo me encantava, porque eu não era de Cubatão, então o olhar é outro. Isso acabou me gabaritando para receber o convite para vir para Santos, onde aprendi uma outra forma de fazer gestão, como é que funciona, você coloca vapor numa máquina que já está acelerada. No entanto, é sempre possível fazer avançar ainda mais.
Me candidatar à Prefeitura de Guarujá foi a melhor forma de aplicar essa experiência. Ver o rumo que a minha cidade, onde nasci, moro, vivo, crio as minhas filhas, está indo, além de todos os meus concorrentes, que os conheço, pois sou de lá, e nenhum deles conseguiu passar para mim realmente a credibilidade e a segurança de que vão sentar na cadeira para trabalhar, que será um trabalho árduo.
Quem assumir a Prefeitura de Guarujá a partir de janeiro de 2025 vai ter muito trabalho. A cidade está muito machucada, devastada, arrisco dizer que o prefeito ou prefeita que sentar na cadeira terá um trabalho absurdo de resgatar os índices econômicos e financeiros da cidade para poder manter serviços básicos.
Já fiz um levantamento até porque é público, no portal de transparência, do valor de precatórios que hoje a cidade deve. São dívidas passadas que somos obrigados a pagar, que se o município não pagar, ele não tem autenticidade para receber recurso público, não tem autorização para cair dinheiro público do Governo do Estado e do Governo Federal.
Então são coisas que a olho nu para o leigo que somos nós eleitores, porque antes de ser candidata, sou munícipe eleitora do Guarujá, são assuntos que às vezes desconhecemos, é natural, não nascemos sabendo tudo. Mas comecei a ver que realmente faltava comprometimento e coragem para sentar numa cadeira e poder enfrentar e reerguer Guarujá, reconstruir a cidade.
E naturalmente, as pessoas que são da minha convivência pediram minha candidatura, tendo em vista minha experiência em administrações municipais. Eles estão cansados do político profissional. São sempre os mesmos nomes. Quer ser prefeito, porque é vereador. Onde está escrito? Que regra é essa? Que para ser prefeito você tem que ser vereador antes. Não precisa ser político para ser gestor público.
A Thaís não é política. Me tornei um agente político. Sou gestora pública e aprendi gestão pública na prática, quando fui secretária em três cidades diferentes. Então, a Thaís é candidata a prefeita porque é o meu senso de responsabilidade, é uma missão diante da cidade de onde eu vivo até hoje.
A escolha vai ser do eleitor que está em casa, mas não podia me furtar de ser uma opção de escolha. Primeiramente para mim quanto eleitora e depois para quem vive na minha cidade junto comigo. Por isso que a Thaís é candidata a prefeita.
Você saiu candidata a vereadora pelo PSB e migrou para a União Brasil a convite da deputada estadual Solange Freitas (União Brasil). Recentemente, surgiu a informação que a deputada não vai mais te apoiar neste ano. Como você reagiu à notícia e até que ponto isso atrapalha a sua campanha?
Recebi a notícia com grande surpresa, até porque há menos de duas semanas nós caminhamos juntas na cidade, ela foi fazer uma visita, tem algumas obras do Governo do Estado que foram iniciadas na cidade e foram paralisadas. Fomos pedir inclusive o apoio dela como deputada estadual para buscar reativar essas obras. E a gente conversava constantemente.
Até hoje não recebi um telefonema dela me informando que eu não tenho mais o apoio dela. Ela não me ligou, não me informou. Mas assim, foi uma surpresa. O que posso dizer, é que para eu hoje estar aqui é porque as pessoas pediram. Eu realmente caminho sozinha, tanto é que estou disputando as eleições com um único partido que é o meu, que me abraçou. O que tenho é a garantia da estadual do meu partido.
Então o União Brasil entendeu que realmente Guarujá é uma cidade que precisa ser cuidada e que hoje o melhor nome para cuidar do Guarujá é o da Thaís. Por isso que o partido e a estadual apoiam a minha candidatura, que era apoiada pela deputada até dias atrás. Realmente não sei o que houve, mas continuo focada na campanha.
O apoio que preciso é do povo. O voto que preciso é do eleitor, porque não vou trabalhar para o deputado, mas sim para a população, para o morador do Guarujá. Ter apoio de deputados, lógico que é muito bom, mas vou trabalhar para a população. O apoio crucial e fundamental para mim é o seu que está em casa, é do morador indignado, é do morador inconformado.
Portanto, estou focada em fazer uma campanha, em trabalhar para a população do Guarujá, em sanar problemas que a gente vive há anos, que virou meme na cidade, que é a falta d’água. Sou nascida e criada lá. Meu Deus, quantos prefeitos sentaram na cadeira em 46 anos e nenhum deles foi capaz de resolver o problema de falta d’água, por exemplo.
Ao invés de diminuir este problema, ele só aumenta. O que acontece? Ninguém nunca nos explicou. Então assim, hoje sou eternamente grata ao partido União Brasil, que me abraçou, sou grata à deputada Solange Freitas, que abriu as portas para eu entrar. Me deu a oportunidade de entrar no partido, conquistar o respeito e o carinho dos meus correligionários para hoje estar aqui e ter a minha candidatura endossada pelo partido.
E nós vamos até o final. Vamos trabalhar para Guarujá, para a população. O amparo que tenho maior é do povo, das pessoas e de Deus.
Você fala que Guarujá está muito machucada. Nesse sentido, o que o seu plano de governo prevê em relação a propostas para a cidade melhorar?
Posso dizer que três pontos são cruciais em Guarujá. Acredito que saúde sempre vai ser um calcanhar de aquiles, porque saúde não tem hora e não tem vez. São vidas que correm risco. Além de segurança e educação.
Então a saúde não tem hora. Hoje você leva de seis a nove meses para passar em uma consulta. Estou falando de atenção básica à saúde, UBS, Unidade Básica de Saúde. Você vai para marcar uma consulta com um clínico, demora de seis a nove meses para passar em consulta.
Por isso que hoje os prontos-socorros e os prontos atendimentos médicos estão superlotados. Porque se não consigo passar na UBS em uma consulta, vou no pronto-socorro, porque o clínico está lá. Sendo que o PS é para ser emergência, para salvarmos vidas.
Ou seja, é trabalhar, primeiramente, a saúde de qualidade, com o mínimo de dignidade e infraestrutura. Ter atendimento é diminuir o tempo de espera para uma consulta, reduzir ao máximo isso para a realização de exames que são fundamentais, que fazem o diagnóstico precoce de doenças que são letais. Então hoje não consigo fazer uma colonoscopia. Não tem máquina. São 320 mil habitantes em Guarujá. Estamos brincando com a vida das pessoas.
É muito sério. Pago um preço muito alto por estar aqui. Só eu sei a minha luta para continuar, manter a minha candidatura. E ela é mantida porque as pessoas estão incentivando. Sabemos exatamente o que não queremos. E hoje temos plena consciência do que queremos.
E o que não queremos mais é isso, não ter saúde digna. Não conseguir realizar um exame, fazer tratamento passar por uma cirurgia eletiva. Guarujá tem 320 mil habitantes e não tem um Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Cubatão vai inaugurar dentro dos próximos meses, uma cidade que tem menos da metade de habitantes que hoje tem Guarujá.
É disso que estou falando. É de trabalho. Onde estavam os gestores públicos? Os mandatários? Os vereadores? Os prefeitos que não conseguiram trazer um AME? Que não conseguiram colocar um hospital 100% SUS?
Guarujá só tem um hospital que tem 100% SUS, que é o Santo Amaro. Ao invés dele ser ampliado, ele foi diminuído. Metade virou hospital particular. Diminuiu o número de leitos de UTI. Gente, estou falando de leito de UTI. É vida. Só sofre aquele que passa. É mãe implorando leito para internar o filho na UTI que está correndo risco de morte.
A minha campanha é de despertamento para que as pessoas acordem de indignação e de falar, ‘vamos juntos mudar a realidade?’. Não estou dizendo que a Thaís é o hors concours. Estou dizendo que sou a melhor opção de escolha. Porque quero trabalhar. Todos que estão aí, os meus concorrentes, são conhecidos. E se já tiveram mandato, por que não o fizeram? E agora vem com o discurso bonito de que vai fazer? Para! Chega! Não aguentamos mais.
E aquele que não tem mandato, que é um novo que veio, nem conhece a cidade. Não sabe o pormenor, não sabe a dor de quem vive. Não sabe o que é trabalhar o dia inteiro na praia. Ficar uma hora e meia porque não tem mobilidade hoje. Não tem fluidez no trânsito no Guarujá. Depois de uma hora chegar na sua casa em Vicente Carvalho, quem trabalha na Enseada ou no Pernambuco, e não tem água para tomar banho. Vai tomar banho de canequinha.
Sabe o que é uma mulher lavar o cabelo no tanque? Pegando a água do balde? É disso que estou falando. É de acordar. Chega de casos de corrupção no Guarujá, de notícia de violência. Parou! Ou paramos agora, fechamos a torneira, estanca ou acabou o Guarujá nos próximos cinco anos.
Na sua opinião, ter uma boa zeladoria ajuda na questão da segurança?
Ajuda e muito. Uma cidade bem iluminada coíbe a ação do meliante. Ele pensa três vezes porque está tudo claro, está a luz do dia. Se está a noite bem iluminada, ele pensa três vezes. Se tem alguém vendo o que ele vai fazer, o que ele vai agir. Principalmente em casos de furto de veículo e outro tipo de ação.
Então, assim, zeladoria ajuda e muito. Mas realmente para acabar com a sensação de insegurança, é ter uma cidade 100% monitorada, com câmeras de 360° graus, principais avenidas e ruas da cidade. Não adianta. É alta tecnologia a favor do cidadão. Uma cidade bem monitorada, um centro de controle operacional todo informatizado e ligado, inclusive, com o trabalho que já existe, da vizinhança solidária.
Tem condomínios na orla da praia que já têm e ofertam isso para a iniciativa pública. Você pode pegar as imagens do monitoramento da orla, dos edifícios que estão lá, de bairros como Guaiúba, Enseada, Jardim Virgínia, Pernambuco, as casas têm isso. Então pode fazer essa conexão de imagens, ter um controle e até economizar em relação à instalação das câmeras ao fazer a parceria com a sociedade civil. Acho que é um tripartite, iniciativa privada, pública e sociedade civil.
Ou seja, faz um centro operacional bem monitorado, controlado, as câmeras instaladas e Guarda Municipal nas ruas. Sou totalmente favorável a armar 100% dos agentes de Guarujá, porque coíbe, sim, o meliante pensa duas, três vezes antes de agir, quando ele vê uma viatura passando. Fora isso, pedir o amparo do Estado, porque segurança pública é competência do Governo do Estado de São Paulo.
Então todo verão ele manda a Operação Verão, um grupo de policiais para cá, mas que pelo menos um terço desse efetivo fique permanente na cidade. Tem muito policial querendo se aposentar. Que a gente faça uma reciclagem entre a Polícia Militar, para que ele realmente se sinta partícipe da cidade. Ele está ali para cuidar da segurança do munícipe.
Segurança numa medida emergencial e de primeiro resultado é o monitoramento, centro de controle operacional e a parceria com a sociedade civil. Contudo, não dá para tratar e trabalhar a segurança sem falar de educação. Hoje, parte dos índices de criminalidade no Guarujá são praticados por menores de idade. Então tenho crianças de 8 a 17 anos cometendo furto ou assaltando na orla da praia.
Quais são as imagens que o Guarujá ficou conhecido, infelizmente, em nível nacional? Foram duas. Um escândalo da atual gestão, do atual prefeito, mas, fora ele, a questão da imagem dos meninos de bicicleta, que vão em grupo, em bando e abordam os turistas na orla da praia, abordam a pessoa chegando em casa. Ao olhar a idade do grupo, percebe-se que são crianças.
Tem que tirar da rua, oferecendo escola em período integral. Hoje o poder público tem obrigação de ofertar e não tem em Guarujá. É de manhã, período matutino, alfabetização, período vespertino, à tarde, aula de reforço, porque nós estamos formando analfabetos funcionais. Você pega uma criança do quarto ano e ela não sabe ler. É muito grave isso. E os pais trabalham. Não tem tempo de fazer o reforço dentro de casa. Não é como era na nossa época. Às vezes a mãe trabalhava e ainda tinha tempo. Então é período integral.
Além da modalidade esportiva, à tarde. Hoje não tem esporte na cidade. E o esporte, além de qualidade de vida, porque isso é comprovado cientificamente, é um celeiro de talentos. E damos oportunidade para aquele jovem se tornar um atleta, um triatleta, competir. Acabamos de acompanhar a Olimpíada. É o maior retrato de que esporte é transformação de vida. Hoje não tem.
Então de segunda a sexta-feira, o aluno vai de manhã, sai de casa às 6h30 e volta às 18h. Para os pais que trabalham, é ótimo, o filho está seguro, está estudando. Já para os que não trabalham, uma mãe que não trabalha, aquela que, infelizmente, vive da cultura do assistencialismo, até para ela está bom, porque ela não vai nem precisar fazer almoço.
E para aquele pai e mãe que vive do bico porque não conseguiu trabalho através de CLT, vive na informalidade, dia sim, dia não, ele está em casa. Ele sabe que o filho não está na porta de casa com o uniforme da escola, empinando pipa, pois está na escola.
Sobre a criação de subprefeituras, que é uma ideia do seu plano de governo, como que isso poderia ajudar na gestão do município?
As subprefeituras são a ligação direta e mais próxima com o munícipe. É ter, em menor espaço de tempo, a solução de um problema. Então, hoje, o munícipe que quer pedir a poda de uma árvore, por exemplo, na porta da casa dele, ele tem que sair e fazer um ofício, ou vai até a prefeitura solicitar. Se tenho uma subprefeitura daquela região, ele vai até lá, que é muito mais perto, e, de repente, a demanda vai ser atendida em menos tempo do que se fosse na prefeitura.
Porque quando você monta uma subprefeitura, entende-se que todas as ações que a prefeitura deveria atender aquele munícipe, talvez levem um tempo maior, porque passa o processo por três, quatro secretarias. Nesse caso, ela vai estar ali de prontidão para resolver tanto zeladoria quanto até outros serviços, como rede de apoio, seja na área da educação ou na saúde.
A subprefeitura, além de atender de forma imediata a parte de zeladoria, poda de árvore, desentupir a galeria pluvial, se faltou luz, já logo acionar para que seja ligado. Essas ações de zeladoria, de cuidado da cidade, questão do lixo, ela também tem que ser um ponto de informação sobre os serviços que a prefeitura tem à disposição do munícipe, rede de apoio.
As pessoas não sabem hoje o que a prefeitura oferta na saúde, na educação. Precisam saber. É a ligação direta e mais próxima do munícipe. É assim, ‘estou aqui para te ouvir, passa, se eu não conseguir resolver aqui, levo lá para a prefeitura’. Esse é o sentido. Então, quando regionalizo, consigo atender em menos tempo a necessidade do munícipe. O cuidado é mais próximo, o olhar é mais cuidadoso.
Enquanto apresentadora, você sempre teve uma postura de cobrança em cima do poder público, em todas as cidades aqui da região. Você está pronta para ser vidraça?
Boa pergunta, porque sempre cobrei. E, graças a Deus, tenho um bom relacionamento com todos os prefeitos, porque acho que o que fica da vida é isso aqui, relacionamentos. Poder, status e dinheiro passam. E é isso que me dói, porque a política tem um lado muito duro e hostil quando você não atende os anseios de determinados grupos, por isso que não tenho grupo.
Hoje, sou sozinha e quero formar um grupo com você que está em casa. Nós seremos um grupo para cuidar de Guarujá. Por isso, sofro muito, apanho, mas permaneço de pé, porque Deus tem me sustentado até aqui e o povo tem me ajudado. Mas estou preparada para ser vidraça. Porque como já fui do Executivo, sei o quanto é possível fazer.
Nosso ímpeto de jornalistas, de não se contentar com o não, de ir buscar a solução, ajuda. Vivemos no ao vivo. É tomada de decisão. A gente acerta ou erra, mas tem que tomar a decisão. Então, isso nos faz colocar dentro da máquina pública e implantar o ritmo da iniciativa privada. Demanda e resultado. Talvez eu não atenda os anseios da população tão imediatamente, mas nós sempre, nós jornalistas, nunca deixamos de esclarecer e levar a informação para quem está em casa.
Enquanto prefeita, eu vou trabalhar. E toda vez que não conseguir resolver no tempo que esperava, vou informar quem está em casa. A população do Guarujá vai governar com a Thaís. Se tiver que fazer live todo dia, vou fazer isso. ‘Pessoal, hoje não consegui isso. Preciso da autorização da Câmara para um financiamento para a gente fazer obra de macrodrenagem na bacia do Santo Amaro. Câmara não aprovou. Difícil. Eu sei, a Câmara deve ter o motivo dela, mas vou mandar mais uma vez o projeto de lei’.
Eu vou ser vidraça no quê? Quando a gente anda na transparência e, na verdade, com vontade de trabalhar, eu vou ser vidraça para quê? Só se for por oposição por oposição.
Porque política tem disso, sem fundamento. Quero bater por bater, cutucar, caçar pelo em ovo. A minha vida é um livro aberto. Faço um desafio para você que está em casa. Joga o meu nome no Google e vê o que aparece. Sou ficha limpa. Só tenho trabalho e vou continuar a trabalhar.
Claro que terei 20 secretários e não consigo ter olhos em todos. No entanto, todos eles serão técnicos e serão cobrados. E aquele que me chegar à prova de que realmente usurpou o povo, não a Thaís, a nossa cidade, e não trabalhou e não atendeu, não serve. Próximo.
Vários candidatos que passaram por aqui falaram da necessidade de Guarujá ter um centro de convenções. Como que você pensa isso? Seria um centro de convenções privado, do município?
Olha, vejo que, nesse sentido, o ideal seria uma PPP, uma parceria pública-privada. A cidade precisa ter um centro de convenções. Mas antes disso, preciso fazer outras coisas. Para ter um centro de convenções, preciso colocar em prática uma lei que foi aprovada recentemente de incentivo fiscal.
É bonito falar de um centro de convenções, mas você estudou onde você vai implantar um? Ao pensar nesse projeto, você imagina que o espaço vai abrigar, no mínimo, 5 mil pessoas. Para um grande evento, para um grande show. Aonde ele vai ser instalado no Guarujá? Vai ter mobilidade? Vai ter fluidez de trânsito? Imagina um grande show. São 5 mil pessoas. Hoje o trânsito está legal no Guarujá? Tem fluidez?
Precisa ter planejamento. É muito interessante. Lógico que tem que ter um centro de convenções. Entretanto, antes de implantar, preciso fazer um plano. Onde é o melhor lugar para ser instalado? Qual o reflexo que isso vai causar? Estudo de impacto de vizinhança. É muito bonito falar, mas as pessoas não param para pensar.
Então, antes de colocar um centro de convenções, que é necessário, sou favorável sim, preciso trabalhar o turismo de forma profissional. Porque a Secretaria de Turismo, infelizmente, em algumas prefeituras, é cabide de emprego. Ela é para acomodar o meu parceiro político, e não para colocar alguém que tenha noção e que entenda que turismo é fator econômico. Ele gera emprego e renda desde que seja bem trabalhado.
A sua família apoia a sua candidatura?
A minha família apoia, sim. Não é fácil, porque hoje mal vejo as minhas filhas. Isso é muito duro, é muito difícil, foi difícil até para o Paulo, meu marido, jornalista também, aceitar, mas ele entendeu que é um propósito meu de vida. É uma missão. Estou fazendo a minha parte pela cidade onde nasci e vivo até hoje. Não podia, nesse momento crucial, porque essas eleições são cruciais para o Guarujá, me furtar de ser uma opção de escolha.
É sacrificante e me machuca. Não vejo as minhas filhas. Saio de casa, elas vão para a escola cedo, eu volto, elas já estão dormindo, porque no dia seguinte elas têm que estudar e no final de semana elas não me veem, porque já acordo, vou fazer feira livre e outras coisas. Então assim, dói, mas elas sabem que é para uma boa causa. Nasci para servir. Amo servir as pessoas.
Servi a minha cidade enquanto secretária que fui, nunca escondi de ninguém, no primeiro mandato do atual prefeito. Então não adianta o meu concorrente achar que isso vai me queimar. Fiz parte do primeiro mandato e tanto que não concordava com o que era feito, que não voltei no segundo. Pelo contrário, fui ser secretária em outra cidade que recebi o convite de outro prefeito.
Então assim, minhas filhas entendem que amo servir. Servi Guarujá, Cubatão e Santos e vou servir com muito amor, sempre, todas as pessoas, porque amo fazer isso.
Podemos contar com a sua participação no debate em 26 de setembro?
Com certeza. Estarei aqui com o maior prazer para debater com os meus concorrentes, porque falo que eles não são meus adversários, até porque conheço todos, vivemos na mesma cidade. A gente concorre para o mesmo cargo, não adversário e nem opositores. Só vamos discutir no debate, com certeza, as melhores propostas.
Mas vai ser o toma lá, dá cá, porque quero a transparência. E nós jornalistas somos questionadores, então vou questionar. Vou ser questionada também? Com certeza. No entanto, vou perguntar, e muito, porque quero saber uma série de coisas, porque a maioria tem mandato. E por que que não fez?