Quarto suspeito pela execução do ex-delegado-geral tem mandado de prisão expedido

Por Santa Portal e Folha Press em 18/09/2025 às 15:26

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Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, quarto suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros de fuzil em Praia Grande, no litoral de São Paulo, teve mandado de prisão temporária expedido nesta quinta-feira (18). Ele se une a Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, e Felipe Avelino da Silva, 33, e Dahesly Oliveira Pires, 25, na lista de identificados.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que as investigações mostraram que o homem pediu para que Dahesly – única presa – buscasse o fuzil na Baixada Santista. “Foi comprovado também que o carro usado no crime já esteve em posse dele”, completou. Informações sobre o paradeiro de Miranda devem ser repassadas através dos números 190 ou 181.

Dahesly foi presa pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na madrugada desta quinta-feira. Ela é apontada como responsável por ter transportado um dos fuzis usados no crime de Praia Grande para Diadema, no ABC. Ela é namorada do suspeito de participação no crime.

O ex-delegado-geral de São Paulo foi assassinado em emboscada no fim da tarde desta segunda-feira (15). Segundo as investigações, o carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil quando ele saía da Prefeitura de Praia Grande, onde trabalhava como secretário de Administração.

Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e colidiu com dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes à prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e o alvejaram. Ele morreu no local.

Os dois veículos usados pelos criminosos foram furtados em ocasiões distintas na capital, segundo informações da Polícia Civil paulista.

O crime mais recente da Toyota Hilux ocorreu na noite de 29 de julho, na rua Arapiraca, Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. O segundo, um Toyota Renegade, foi furtado em 25 de março, na rua Monsenhor Freitas, no bairro Cidade Dutra, zona sul da capital.

Outros identificados

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou na manhã desta quinta-feira (18) os nomes de dois envolvidos no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes: Flávio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano.

Flávio, sem antecedentes, está foragido, com mandado de prisão temporária em aberto. Mascherano já possui antecedentes por tráfico de drogas e roubo. O papel de cada um dos dois no crime ainda não foi esclarecido, segundo Derrite.

Segundo o secretário, Mascherano exerce função de disciplina na região do ABC, nome dado à liderança que dita regras dentro da organização criminosa. O acusado cumpriu seis anos de prisão e tem duas passagens por roubo e duas por tráfico de drogas.

Os suspeitos foram identificados por meio de análise de impressões digitais deixadas em um dos veículos usados pela quadrilha, abandonado a poucos metros do local do crime. “Não há como descartar a participação do crime organizado, mas a motivação ainda está em investigação”, afirmou Derrite.

Divulgação/Polícia Civil

Mascherano tem condenações por roubo e tráfico de drogas em São Bernardo do Campo. Saiu do sistema penitenciário no ano passado, recebendo alvará de soltura em 5 de setembro de 2024. Os processos pelos quais foi condenado, em 2014 e 2019, foram extintos.

Derrite lembrou que, em 2011, Ruy foi alvo de um atentado frustrado orquestrado pelo PCC, no qual dois criminosos foram detidos com uma arma de fogo. Um deles, Francisco Aurílio, conhecido como XT, fazia parte do chamado “Grupo dos 14” da facção, formado pelos criminosos de maior periculosidade.

“Por conta da fragilidade da legislação, mesmo estando ali para cometer um atentado contra um delegado de polícia, ele foi preso em flagrante com um fuzil e liberado. Em 2020, cometeu outro atentado violento em Criciúma, que vitimou um soldado da PM de Santa Catarina”, concluiu.

Em entrevista coletiva, o secretário também mencionou uma denúncia sobre possível envolvimento de um guarda civil no assassinato, embora ainda não existam indícios dessa participação. “Também não está sendo descartada essa possibilidade, considerando a postura dos atiradores com o fuzil em mãos”, disse sobre a forma como um dos criminosos segurava a arma no momento da execução.

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamentos oficiais.

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