Presidente do Condesb cobra Cetesb sobre ações de enfrentamento às enchentes na Baixada Santista
Por Santa Portal em 13/02/2025 às 11:00
O Presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) e Prefeito de São Vicente, Kayo Amado, enviou à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) um ofício pedindo ações que auxiliem os nove municípios a evitarem desastres naturais ocasionados pelas mudanças climáticas, principalmente pelas chuvas que tem assolado a região.
No documento, Kayo Amado ressalta que os municípios têm buscado, com empenho, a adesão ao Programa Rios Vivos do Governo do Estado de São Paulo, que está sob administração da SP Águas, antigo DAEE, Departamento de Águas e Energia Elétrica.
O Programa atua no desassoreamento e drenagem de canais e rios naturais, ação essencial para a melhora do cenário de escoamento das águas, principalmente nas épocas de maior incidência de chuvas, como os meses de dezembro a março.
“A gente também precisa pontuar que a Baixada Santista sofre muito com a questão de estar no nível do mar, em alguns locais abaixo do nível do mar e essa proximidade influencia diretamente na nossa realidade. Se a gente imaginar um rio, um canal funcionando como uma espécie de reservatório natural, podemos imaginar que a influência das marés e correntezas ao longo do tempo tem assoreado nossos canais e rios e, dessa forma, a capacidade deles torna-se menor. Com chuvas cada vez mais intensas, há, muito rapidamente, o acúmulo de um volume alto de água. Estamos vendo locais que não enchiam tanto começarem a ficar embaixo da água de um jeito completamente fora do normal e do razoável”, explica o Presidente Kayo Amado.
Ele reforça a importância da região ser contemplada e participar do Programa Rios Vivos: “Estamos vendo o Programa Rios Vivos novamente em pauta e a gente se mobilizou enquanto região para perguntar: Como podemos nos enxergar enquanto Baixada e o que a gente tem de oportunidades para trabalharmos juntos? É importante termos uma conversa com o Governo Estadual, baseada em evidências, em programas abertos, em busca por orçamento, depois que já fizemos a nossa lição de casa técnica”.
Com essa expectativa, a comunicação com a Cetesb tem por objetivo cobrar ações para a resolução de um problema que pode comprometer a eficácia das ações do próprio Programa Rios Vivos: a destinação dos resíduos dragados ou retirados dos canais de drenagem e dos rios da região. Hoje, a realidade dos aterros sanitários é de inexistência na Baixada Santista, após o esgotamento do Sítio das Neves.
Atualmente, a única solução para a destinação dos resíduos gerados pelo desassoreamento dos canais de drenagem e rios locais é enviá-los para o Aterro de Mauá. No entanto, os altos custos do transporte comprometem parte significativa dos recursos financeiros destinados a outros serviços do Programa Rios Vivos.
“É por isso que pedimos à Cetesb um olhar urgente para esta questão. O que ela pode fazer para auxiliar na prevenção de desastres climáticos extremos? Qual a solução para a questão da destinação de resíduos na região metropolitana? Precisamos de apoio para nos anteciparmos às situações que podem acontecer e que são monitoradas pela Defesa Civil Estadual e Municipal e pelas estações meteorológicas. Sabemos que há potencial, dependendo da situação, para que novos desastres naturais aconteçam e, mais do que evitar perdas financeiras e materiais à população da Baixada Santista, queremos preservar a vida, a saúde e o bem-estar das pessoas”, afirma Kayo Amado.