“Não é nenhum absurdo congelar o IPTU de PG”, projeta Danilo Sugoi
Por Santa Portal em 04/09/2024 às 15:00
Candidato a prefeito de Praia Grande, Danilo Sugoi (Mobiliza) defendeu que é possível congelar os reajustes anuais do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). No entanto, o empresário afirmou, em entrevista ao programa Rumos & Desafios, exibida na última terça-feira (3), que, para tanto, a administração municipal precisa fazer uma gestão econômica do dinheiro público, cortando os gastos com o secretariado em 50% e reduzindo os custos com shows, por exemplo.
Sugoi, que tem Rodrigo Rosário (Mobiliza) como candidato a vice-prefeito, criticou a demora em processos de saúde, a falta de transparência no projeto do Complexo Andaraguá e a ausência de pontos turísticos na cidade. Além disso, o empresário revelou que pretende, entre outras propostas, reconhecer o valor dos professores da rede de ensino, criando planos de carreira.
Assim como Danilo Sugoi, o programa Rumos & Desafios entrevistará, até 12 de setembro, os postulantes às prefeituras das cidades da Baixada Santista, sendo televisionado todas as terças e quintas-feiras, às 21h, com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.
Por que ser prefeito de Praia Grande?
Pergunta complexa. São muitos motivos, acho que o primeiro é o amor a cidade. Nasci em Praia Grande, sou muito grato. Gosto de falar que Praia Grande sempre sorriu para mim e quero sorrir de volta, quero devolver isso para quem mais precisa.
E nessas andanças, vou começando a conhecer mais gente que precisa do poder público, então a cada dia tem um motivo novo. Quando você percebe que tem uma criança que precisa do poder público para uma sonda de R$ 2,70, tem três meses que não recebe é mais um motivo.
Quando você percebe que o poder público nas escolas municipais já deixou de ter a qualidade de ensino que tinha no passado. Então são vários fatores, mas se pudesse definir um mesmo, acho que é o amor à Praia Grande, preciso devolver o que recebi por ela.
O que mais te incomoda hoje na gestão da Prefeitura de Praia Grande?
O que mais incomoda é a distância entre o poder público e a sociedade. Hoje a sociedade não consegue conversar com o poder público. Como falei há pouco, quando a gente começou a andar, a descobrir os maiores problemas da cidade, porque eu até achava que a cidade não tinha tanto problema quanto eu descobri.
A área da saúde, principalmente, é uma bandeira que quero levantar por vários fatores. A Praia Grande está doente, e todo mundo fala que essa questão na Baixada é complexa, eu concordo, mas não posso ficar olhando para os municípios vizinhos. Tenho que olhar para a minha cidade, tenho que procurar criar meios que a saúde comece a funcionar direito. Então essa é a maior deficiência que vejo atualmente.
O que o seu plano de governo apresenta como solução para a saúde?
Dar mais agilidade aos exames que estão parados, aos projetos cirúrgicos. Os equipamentos estão lá, nós gostaríamos de prorrogar o atendimento para que tirássemos essa fila, diminuísse isso. E junto com o secretário de Saúde, entender qual é o orçamento que nós temos para mudar o cenário que está acontecendo, principalmente dos médicos que estão há quatro meses sem receber.
Praia Grande terceiriza a saúde, e dessa terceirização surge uma quarterização. A SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) hoje que administra, depois passa para a CAP, e nesse repasse os médicos já estão quatro meses sem receber.
Você tem ouvido muita reclamação dos próprios médicos?
Sim. Tem médico hoje que já atende o paciente dizendo, ‘olha, possivelmente semana que você venha aqui e eu não esteja mais’. Ninguém consegue ficar quatro meses sem receber. E tem aquele comentário que acho até desnecessário, que diz que médico ganha muito bem. Só faltava não ganhar bem, o cara salva vidas, mas ficar quatro meses sem receber é injusto, é desleal. Então é descabido quando escutamos isso.
Poderia até ganhar mais. Acho que Praia Grande deveria pagar melhor. Quando passo para uma terceirização, dessa terceirização, uma quarterização, fatia disso está ficando só em impostos, então lá na ponta para o médico vai chegar um salário menor.
Você não acredita que chegou a hora de Praia Grande reivindicar a instalação de um hospital regional para atender não somente os munícipes da cidade, mas também de todo o litoral sul?
Olha que interessante, nós temos hoje três deputados federais eleitos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Rosana Valle (PL) e em Praia Grande temos outro (Alberto Mourão, MDB). Eu mais do que ninguém peço para que o nosso deputado federal se mantenha eleito, até para honrar com a palavra. Ele foi eleito com 60 mil votos só em Praia Grande.
É desleal quando você vem com esse poder todo, além de ser um poder financeiro absurdo, mas com esse poder político, voltar a disputar a eleição de Praia Grande e abandonar esses 60 mil eleitores que acreditaram que ele ia buscar recurso e ia trazer melhorias.
O hospital regional seria um sonho para a Baixada, nós estamos sonhando com isso há muito tempo, basta ver se você tiver em Praia Grande hoje uma criança quebrar um braço, uma perna, algo assim, nós não temos um ortopedista pediátrico. Vai ter que ir para Santos e aí Praia Grande é premiada como uma das melhores saúdes da Baixada Santista. São informações que não são reais, essa é a grande motivação de tentarmos essa mudança.
No seu plano de governo, você fala em implantação da primeira zona de processamento de exportação do estado de São Paulo. O que seria isso?
Nós temos o projeto do aeroporto que não sai do papel há muito tempo, então aquela área tem muito compromisso do passado, tem vários donos, nós precisamos criar um desembaraço disso e decidir se aquilo vai funcionar de vez. Acredito que não seja verídico, é a informação que vem à tona a cada quatro anos para que a gente crie essa expectativa, essa geração de emprego.
Nossa ideia é que se decida se isso vai acontecer, se for acontecer, de que forma vai. Precisamos ter noção de onde está esse processo, pois para quem está fora do poder, a informação que chega é a que é divulgada e de fato a gente precisa entender. Se isso for viável, é fazer que isso aconteça para que possamos gerar mais emprego e assim fazer a cidade crescer, na verdade na totalidade, a Baixada inteira.
Você acha possível dar incentivos fiscais para trazer empresas para a cidade? Quais tipos poderiam se instalar em Praia Grande, na sua avaliação?
Praia Grande é uma instância balneária, não podemos ter indústrias. No entanto, para indústria de tecnologia, indústria limpa, seria interessante ter o incentivo fiscal, até porque, nossos jovens hoje não têm nem tanta formação, não temos amparo algum.
É difícil ver os jovens hoje estudando, se formando e indo para municípios vizinhos. Então, o incentivo fiscal é de extrema importância para que possamos manter esses jovens sonhando em Praia Grande, gerando renda dentro da cidade.
Como a sua experiência, enquanto empresário da construção civil, ajuda nessa caminhada?
Tudo acontece através da construção civil em Praia Grande. E olha que engraçado, hoje a Secretaria de Obras Particulares praticamente parou no tempo. A cidade cresceu, aumentou o número de construção, de habitantes, de empresários envolvidos na construção civil e o número de funcionários da secretaria diminuiu.
Ou seja, a maior fonte de renda e geração de emprego é a construção civil, quando isso para em Praia Grande, para-se tudo praticamente. Então a experiência de construir há bastante tempo, estar envolvido com os construtores da cidade, que são os grandes geradores de renda, acrescenta muito para podermos enxergar esse cenário e continuar fazendo a construção crescer.
Ainda tem lugar para crescer?
Muito lugar, Praia Grande geograficamente é muito interessante ainda.
O que você pensa para atender as moradias populares, para as pessoas que moram em locais inadequados?
Isso é um levantamento que já comecei a fazer com a equipe. Nós temos algumas ocupações, o Melvi é uma ocupação gigantesca, já está para depois do rio e não foi feito esse controle. Precisamos hoje ter a informação de quantos vamos ter de verba para investir nisso e manter o projeto da habitação funcionando.
Então precisa de um levantamento mais minucioso para que tenhamos a noção do déficit de moradia para ocupação desse pessoal que está nessa faixa que é muito arriscada de se morar.
Recentemente eu visitei, é questão humanitária mesmo, e vi uma mãe com três crianças com uma lata colocando fogo dentro de uma sala para se aquecer, um perigo absurdo com três crianças pequenas. Imagina se uma dessas pega um graveto e encosta num colchão alguma coisa, seria uma fatalidade absurda. Por isso, é um projeto que precisamos correr atrás, ter as informações corretas e colocar o pessoal para morar dignamente, com dignidade.
Mudando para a educação, desde outubro do ano passado, as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) incluídas nas classes comuns do ensino regular tem direito a um acompanhante especializado. É o que determina a lei, mas sabemos que isso nem sempre acontece tanto em escola pública quanto particular. No seu plano está escrito fomentar a especialização em educação inclusiva. Como é que fica essa questão? Porque na prática é muito difícil que isso aconteça.
É muito difícil. A sensação que tenho, é que Praia Grande tende a diminuir o diagnóstico, porque se diagnosticar, se comprovar, tem que tratar. São vários exames e com a demora, vai postergando o atendimento. Tenho um funcionário que tem uma criança que precisa de um atendimento especial e vejo quanto ele sofre. Quando ele estava com plano de saúde, ele conseguiu o atendimento, sofria-se menos, e quando não conseguiu mais pagar, por alguma ocasião, percebia-se o quanto sofre.
Isso é ruim, as pessoas têm que fazer um quebra galho para ter minimamente o direito garantido. Então precisa ter treinamento para os profissionais da educação, precisa humanizar mais. É aquilo que falo, o profissional pode ser muito bom em algum setor, mas cuidar de gente é diferente. Só tecnicamente não vai solucionar o problema. Quem tem uma criança que precisa de um atendimento especial sabe do que estou falando. Precisa de carinho, de atenção e precisa preparar esse profissional para receber essa criança.
Hoje em Praia Grande tem um déficit, sim. É difícil ter o atendimento, as próprias escolas particulares têm dificuldade. No entanto, eu não posso, porque lá tem a dificuldade, admitir que dentro do poder público vou ter a mesma dificuldade. A cidade tem uma arrecadação próxima a R$ 3 bilhões. É uma cidade bilionária, tem muitos recursos, basta ser usado com responsabilidade.
Ainda na área da educação, temos a questão do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que nenhuma cidade da região atingiu a meta traçada em 2021. Como a prefeitura pode melhorar o ensino para as crianças?
Reconhecendo o valor dos professores, o projeto de plano de carreira precisa sair. Se pararmos para analisar, Praia Grande gastou 50% do orçamento pagando locação das escolas no passado. A gestão dessa forma não funciona mais, precisamos investir em mão de obra, nos profissionais que estão lá.
Tecnicamente funciona, mas é aquele trato final, aquele atendimento final. Quem tem filho sabe disso, tenho os meus filhos, um professor que tem um carinho com a criança, o rendimento do aluno é maior. Quando você pega uma sala de aula superlotada, com ar-condicionado quebrado, quando é que tem, fica difícil ter um rendimento completo, fica muito distante de alcançarmos o Ideb ideal.
O seu plano fala em Novo Código Tributário de Praia Grande. Como isso funciona?
Hoje nós somos a sétima cidade com maior IPTU do Brasil e a 42ª em qualidade de vida. A ideia é entregar aquilo que cobramos, que seja pago algo justo. Precisamos equilibrar isso para que possamos melhorar essa qualidade de vida e congelar os impostos nesse momento.
Você cita na rede social essa questão do congelamento do IPTU. Gerou muita repercussão, muita gente acreditando, outros desacreditando, como que seria isso na prática?
É tão simples. Se analisarmos hoje, cinco secretarias que, ao meu ver, fazem uma redundância, o mesmo trabalho, elas custam aos cofres públicos de Praia Grande R$ 108 milhões ao ano. A arrecadação do IPTU, ou o reajuste que foi feito no ano passado, é de 4,61%. Isso não dá R$ 4 milhões.
Se cortarmos essas secretarias em 50%, é muito fácil. O problema é que o gasto de Praia Grande, a gestão do dinheiro não está sendo feita de uma forma correta. Nós temos shows de verão a R$ 242 milhões. O processo licitatório que os abriga foi aberto neste valor. É importante que uma cidade igual a Praia Grande tenha lazer, show, turismo, mas de uma forma consciente. Acho que é desnecessário, se analisarmos que do ano de 2022 para 2023, o mesmo evento, a licitação foi aberta em R$ 134 milhões.
Não consigo explicação para que no próximo ano tenha aumentado tanto. Então se conseguirmos economizar, fazer uma gestão econômica do dinheiro público, fica muito fácil congelar o IPTU, não é nenhum absurdo. Muita gente não acredita porque nunca viu acontecer, nunca viu a boa vontade da gestão pública de transformar isso em realidade.
É porque ninguém reclama, há quase 40 anos é a mesma gestão da cidade, só muda o nome. Mas na verdade Praia Grande não é um grupo político, é uma família que detém o poder da cidade por muitos anos. Então fica difícil acreditar em qualquer coisa que possa beneficiar o povo, porque ninguém fez no passado.
Quando falo de realizar transformações que vão ajudar o contribuinte, até entendo que muita gente desacredite, não leva isso a sério. Até porque eu, durante muito tempo, acreditava que essa gestão era ideal. No entanto, quando você começa a entender um pouquinho mais de máquina pública, você percebe que a cidade está parada no tempo, porque, naturalmente, quem está fazendo aquela função por quase 40 anos se acomodou, não precisa mudar nada, não tem concorrência.
Você tem já ideia de quantas ou que secretarias poderiam ser extintas?
Não falo em extinguir secretarias, mas em diminuir o custo dela em 50%, porque não há necessidade de nós termos Secretaria Assistência de Gabinete, Secretaria de Governo, então são secretarias que fazem o mesmo trabalho, praticamente assessoria do prefeito e vão custar R$ 108 milhões ao ano.
Na verdade, se trata de um grande cabide de empregos. Não é necessário ter tanta gente pendurada lá e o contribuinte de Praia Grande pagando com aumento. Sabemos que pagar o IPTU é difícil, falamos também sobre tarifa zero, que é embutido nesse corte.
A Praia Grande já paga 25% da tarifa do ônibus. É muito fácil, basta economizar que dá para oferecermos tarifa zero. Hoje temos 111 municípios que oferecem isso, são 5 milhões de pessoas que se beneficiam desse ônibus, do transporte público com tarifa zero.
E é interessante falar, porque o pessoal do transporte por aplicativo pergunta quanto vai prejudicá-los. Em nada, quem anda de transporte público não é a mesma condição de quem vai andar de transporte por aplicativo, mas se ele puder economizar no transporte público, no lazer dele, ele vai usar o por aplicativo. Ou seja, a economia da cidade também melhora.
Com o congelamento do IPTU, como ficaria o reajuste dos servidores públicos, que recentemente houve uma greve da categoria, buscando melhores salários?
Dentro desses custos também, desses gastos, dá para abranger bastante coisa também. O que aconteceu na Praia Grande, o que entendo, não é só a cobrança do reajuste, foi a falta de diálogo, o poder público mandou no último dia para a Câmara o reajuste, goela abaixo, para que os funcionários não pudessem reclamar. E aí aconteceu a maior greve da história da cidade.
Então, se analisar friamente, converso com muitos funcionários, não é só o reajuste, é a forma que é colocado. Como tudo aconteceu, a conduta, ao meu ver, foi falta de diálogo. E a greve, que não sou a favor, para deixar claro, mas naquele momento tinha que acontecer.
Portanto, quando isso aconteceu, por legitimidade, foi reconhecido e a Prefeitura cedeu algo. Porém, os funcionários tiveram que pagar esses dias de greve, então não foi legítima. Acho que os funcionários não tinham que pagar esses dias que ficaram parados, até porque eles estavam brigando atrás de algo no coletivo, algo real.
Qual é o diálogo ideal entre Executivo e Legislativo?
Não tem que ter diálogo, tem que ter fiscalização. A Câmara está lá para fiscalizar o prefeito, não para ser amiga. Espero que, no dia 1º de janeiro, eu tenha os vereadores fiscalizando as minhas ações. Não preciso de vereadores meus amigos. É por isso que sou muito contra, quando falamos sobre o partido que faz aquele montante de vereadores, o famoso chapão.
Ficou fácil de entender. Monto o chapão e a Câmara vai aceitar tudo o que o prefeito quer. Já sai com a maioria, já se negocia presidente da Câmara antes. Onde entra o interesse da população, quando você tem o prefeito mandando e o Legislativo aceitando tudo? É difícil. Então, aquilo que é de interesse da sociedade, dificilmente vai ser discutido.
A nossa sessão é de terça-feira às 10h. Quem consegue ir lá assistir? Fiscalizar o vereador que deveria estar fiscalizando o prefeito? Ninguém consegue participar. Isso, na minha gestão, deveria mudar. Os vereadores precisam conversar com o Executivo. É claro que sim, mas não é concordar. Sempre vou bater nessa tecla, fiscalização.
Nenhum gestor está livre dos erros dos seus. Ou seja, os secretários podem errar. Todo funcionário que está subordinado pode errar e o vereador é o fiscal do povo. Ele precisa orientar onde estão os erros. E a fiscalização não pode parar de acontecer. Quando você tem a maioria da Câmara e você define isso antes da eleição, e é o que acontece em Praia Grande, em todas as eleições, não tem fiscal. Nós temos um comum acordo entre as duas partes.
Quais são as suas ideias para potencializar o turismo na cidade e também atrair uma maior rede hoteleira?
O turismo em Praia Grande nem existe. É uma cidade veranista. Não posso admitir que seja uma cidade turística. Não consigo elencar facilmente cinco pontos turísticos. Temos o Portinho, claro, que é um ponto turístico, gosto. Vou muito com a minha família lá, meus filhos gostam de correr lá, brincar. Mas qual é um outro ponto?
Digo ponto turístico quando o turista chega em casa, tira as malas do carro, entra no carro e vai passear. Ele vai para a praia. A praia é uma beleza natural que nós temos, atrai o turista.
Entendo isso. Contudo, o que é oferecido para o turista para poder gastar? E aí sim vem uma rede hoteleira. Todo mundo reclama que a rede hoteleira não vem, mas não tem como vir porque não temos esse turista para consumir.
Esse turista que vem para a praia com o isoporzinho dele cheio, vai para o carrinho de praia, dá problema para o meu salva-vidas, utiliza a minha malha viária, dá problema, vai parar no hospital, aquela fila aumenta, é importante também. Mas não é ele que vai manter a minha economia funcionando, não é ele que vai gerar emprego. Acredito muito que nós temos que criar outros polos turísticos em Praia Grande.
Nós não temos um zoológico simples, poderia ter algo menor. Em Mongaguá tem, uma cidade bem menor, com um orçamento bem menor. Várias outras ações precisam acontecer. Até o próprio Portinho precisa receber benefício, precisa mudar. Poderíamos ter campeonato de futebol, de vôlei e outras modalidades, mas não acontece.
É aquilo que sempre venho falando. As gestões que estão lá já se acomodaram no poder porque não tem dificuldade de ganhar outras eleições. É a primeira vez que surgiu um candidato da Praia Grande que não tem viés político, não tem nenhuma marra, não tem um padrinho político que vai disputar a eleição. Essa é a primeira eleição que, de fato, a gestão que está lá enfrentou um grande desafio.
Você acha que tem potencial turístico, mas não tem investimento correto? Seria isso? Poderia atrair investidores que potencializem o turismo?
Acho que nós não temos atração turística, só a praia. Quando recebo algum parente que quer conhecer a Praia Grande. Ele vai conhecer as praias da Guilhermina, do Forte, do Caiçara, só a praia, só o quiosque. Poderíamos explorar de uma forma melhor. Não temos uma concha acústica, coisa simples.
Não estou falando de projetos mirabolantes, de fazer um teleférico, como já escutei candidato falar e que acho um absurdo, mas tem que ouvir. Um teleférico saindo da Mallet, indo até o Portinho. Nossa, que lindo. Será que tem orçamento para isso tudo?
Estou falando de coisa simples que realmente mantém o turista na cidade, tem um cartão postal. Quando você tem um ponto que agrada, ele vai fotografar, divulgar, marcar a cidade, criar curiosidade nos parentes, nos amigos, para quem frequenta a nossa cidade.
No ponto de vista da segurança, isso também acaba contribuindo para trazer mais pessoas para a cidade?
A Guarda Municipal foi um exemplo para toda a Baixada durante muito tempo, mas a falta do plano de governo desestimulou. E um ponto que falo muito, Praia Grande não celebra o contrato entre o Governo do Estado e a prefeitura para fazer atividade delegada. Tão simples de fazer.
Vejo o policial arriscando sua vida, a dignidade da sua família, porque se ele vai para um confronto no dia do bico, ele perde todos os direitos, sabemos disso. E nós poderíamos celebrar esse contrato entre o governo do Estado e a prefeitura. Nada mais é que redobrar a segurança da cidade.
Muitas vezes, em Praia Grande, a Guarda Municipal chegava nas ocorrências antes que a polícia. Converso com muito guarda, em off, porque tem muito medo da retaliação. Nesses dias, estava tomando um café, na Cidade Ocian, e chegou a viatura, comecei a conversar e ele já falou, ‘vamos conversar dentro da padaria, se alguém ver a gente conversando aqui, pode ser que eu sofra uma punição depois’. Mas o que se fala é isso, que aconteceram reuniões internas, e foi definido que a Guarda Municipal é para cuidar dos próprios.
No passado de Praia Grande, a Guarda foi apelidada, de uma forma até ruim, de ‘Guarda Coco’. Nós tiramos esse estigma do passado e a Guarda Municipal se tornou uma polícia municipal. Contudo, agora parece que queremos resgatar isso. O guarda perdeu o estímulo.
O próprio guarda que estava conversando comigo falou, ‘dificilmente, quando tenho uma ocorrência, saio correndo, se eu chego lá e tenho uma decisão muito ativa, depois o comando vai falar que não é meu papel, é papel de polícia’. Então parece que se acomodou, pode acontecer o delito, mas não é próprio, pode deixar acontecer até que a polícia chegue. Temos a Guarda hoje com um poder bélico muito bom, então fica difícil, parece que nós armamos eles para deixar só de enfeite.
O que a sua família acha da sua candidatura e podemos contar com a sua participação no debate?
Então vou começar pelo debate. Não só pode contar como vai ser um prazer debater, trazer ideias, poder confrontar os candidatos. Acho aquele que tem oportunidade e não vem, é muito feio, é feio para a cidade, é feio para o candidato. Se algum candidato não vier, já demonstra as intenções dele para a cidade. De repente, ele nem tem, as ideias são individuais.
Quando falo da família, vou tentar não me emocionar. Meus filhos estão encantados com esse cenário novo. Eles brincam, vão para a escola, e falam para a professora que o pai vai ser prefeito da cidade. Falo, ‘filho, não é bem por aí’.
Lembro que no primeiro outdoor da cidade, meu filho viu com a minha esposa, e ela me ligou, passou para ele, que disse, ‘pai, você já é o prefeito, estou te vendo no outdoor’. Minha filha tem 13 anos e meu filho tem 11. Mas, de alguma forma, começo a perceber que dentro de casa comecei a educar eles politicamente.
Porque minha filha pergunta muito, ‘por que isso, por que aquilo? Por que você falou do hospital? Por que você falou da segurança? Você acha que é ruim?’. Falo, ‘filha, infelizmente, nem todas as pessoas vão ter acesso ao que você consegue ter hoje. Outras pessoas precisam ter as mesmas coisas. Vai ser difícil. Por isso que tenho que abrir mão de estar com vocês às vezes’.
Acho que o voto mais difícil de ganhar foi o da minha esposa. Ela pedia para eu não me envolver com a política e o entorno disso. É bíblico até, ‘se afaste da aparência do mal’. Mas queria mudança, decidi fazer algo para o próximo. Tenho esse dom, Deus me deu o dom de cuidar de pessoas, sempre tive isso e não é só dentro da minha casa, preciso levar isso para fora.
Outras pessoas precisam conhecer quem de fato é o Danilo Sugoi. Gosto muito de ser caridoso, de cuidar de pessoas, e a política é maravilhosa. Embora ela tenha esse lado sujo, acho que o político é muito bem remunerado, são bons salários para fazer o bem.
Não tem necessidade alguma de se envolver em corrupção, de ter desvio de dinheiro público. Esse é o meu papel, continuar fazendo o bem, levar o bem para cidade, transformar o que consigo fazer com a minha família para dentro da Praia Grande. ganhar foi o da minha esposa. Ela pedia para eu não me envolver com a política e o entorno disso. É bíblico até, ‘se afaste da aparência do mal’. Mas queria mudança, decidi fazer algo para o próximo. Tenho esse dom, Deus me deu o dom de cuidar de pessoas, sempre tive isso e não é só dentro da minha casa, preciso levar isso para fora.
Outras pessoas precisam conhecer quem de fato é o Danilo Sugoi. Gosto muito de ser caridoso, de cuidar de pessoas, e a política é maravilhosa. Embora ela tenha esse lado sujo, acho que o político é muito bem remunerado, são bons salários para fazer o bem.
Não tem necessidade alguma de se envolver em corrupção, de ter desvio de dinheiro público. Esse é o meu papel, continuar fazendo o bem, levar o bem para cidade, transformar o que consigo fazer com a minha família para dentro da Praia Grande.