Menino autista é agredido antes de entrar em escola de Praia Grande ao tentar defender irmão

Por Santa Portal em 29/08/2025 às 10:00

Reprodução/Instagram e Google Maps
Reprodução/Instagram e Google Maps

Um menino autista, de nove anos, foi agredido por colegas da escola onde estuda, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, ao tentar defender o irmão mais velho, que era alvo de bullying. O caso ocorreu no último dia 22, na Escola Municipal Maria Clotilde Lopes Comitre Rigo, no bairro Esmeralda.

De acordo com a denúncia da mãe do menino, Pamela Neves, publicada nas redes sociais, a agressão ocorreu por volta das 14h45, horário em que a criança entra na escola. Como ela trabalha em frente à própria casa e a escola fica próxima, o irmão mais velho costuma acompanhar o menino até o portão.

Segundo a mãe, no momento da agressão, o menino tentava defender o irmão, que foi alvo de xingamentos. “Ele foi e tentou defender o irmão e apanhou de vários garotos. O pior é que tinha adolescentes que, ao invés de separar, incentivaram a agressão e filmaram meu filho apanhando. Ele inclusive está em semana de prova e não conseguiu nem entrar na escola para fazer [a prova]”, relatou a Pâmela.

Segundo Pamela, o episódio só não foi ainda mais grave porque uma mulher interveio e levou seu filho até o local onde ela trabalha. Ao chegar na escola após o ocorrido, Pamela percebeu a gravidade da situação e que não se tratava de algo isolado. “Vi que o negócio era muito mais grave. Enquanto uns batiam no meu filho, que é autista, os outros seguravam o seu irmão mais velho para ele não se meter”, contou.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande afirmou que o caso ocorreu “em localização no raio de 100 a 200m da escola”. A Secretaria de Educação informou que a mãe do menino foi devidamente atendida na escola e os fatos foram apurados junto aos alunos envolvidos, que foram identificados pela vítima.

“Ressalta-se ainda que a equipe gestora comunicou imediatamente à responsável legal as providências que adotaria. A pasta municipal enviou o relatório ao Conselho Tutelar, fez o encaminhamento dos alunos envolvidos à serviços públicos de apoio, e, ainda o acionou do Conselho de Escola para análise de possível infração às normas de convivência da unidade escolar, logo, não houve em nenhum momento a omissão estatal”, diz o posicionamento.

A Prefeitura ainda reforçou que as escolas municipais desenvolvem ações educacionais em razão do Protocolo Antibullying da Rede Municipal de Ensino e que o assunto é amplamente discutido com os alunos. Segundo a administração, ações educacionais são desenvolvidas em razão do Protocolo Antibullying da Rede Municipal de Ensino.

Menino tem lápis fincado na cabeça

Um menino, também de nove anos, foi agredido por um colega de sala e teve um lápis cravado em sua cabeça no dia 19 de agosto, na Escola Municipal Mahatma Gandhi, no bairro Jardim Melvi.

De acordo com mãe do menino, Karoline Sthefani, o caso ocorreu por volta das 18h dentro da sala de aula. Segundo o relato do filho, ele já vinha sendo agredido pelo mesmo colega. O menino estava desenhando quando o colega começou a rasgar sua folha. Em reação, a vítima teria tentado afastar o colega com o braço e, sem querer, o lápis encostou no outro menino. O colega teria ficado bravo e agredido o menino com socos no rosto

Em seguida, quando o menino estava se preparando para ir embora, o colega se aproximou novamente e cravou um lápis em sua cabeça. Na sequência, a ambulância foi acionada para socorrer a criança sem Karoline ser avisada, segundo seu relato.

Caso Carlinhos

O adolescente Carlos Teixeira, de 13 anos, morreu no dia 16 de abril do ano passado, uma semana após ser agredido na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, também em Praia Grande. O caso teve grande repercussão e se tornou símbolo da luta contra o bullying na cidade.

De acordo com o relato da família, a coluna do menino foi fraturada durante após dois meninos terem pulado em suas costas. Em outro caso, Carlos teria sido levado para o banheiro e agredido. O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) apontou broncopneumonia bilateral como a causa da morte de Carlinhos.

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