Criança de Praia Grande depende de rifa para diagnóstico definitivo
Por Anna Clara Morais em 05/09/2025 às 06:00
Maria Vitória Vallejo, de Praia Grande, é uma criança de apenas sete anos que precisa de ajuda financeira para realizar exames que ajudem no tratamento correto. Ela foi diagnosticada com esclerose mesial temporal, um cisto no hipocampo e encefalopatia epiléptica, que causam crises convulsivas de difícil controle. Saiba como ajudar mais abaixo.
A pequena Mavi, como foi carinhosamente apelidada, nasceu com pé torto congênito esquerdo e, com 15 dias de vida, foi à Santa Casa de Santos fazer o primeiro gesso do tratamento do pé. Porém, na mesma noite, a mãe percebeu que a mesma apresentava falta de ar e, ao chegar no pronto-socorro, Maria foi encaminhada para a internação por estar com baixa saturação. Horas depois, precisou ir para a UTI, onde ficou 40 dias.
Durante esse período, precisou ser entubada e chegou a entrar em sepse. A mãe da menina, Juliana Vallejo, chegou a receber a notícia que a pequena provavelmente não sobreviveria, mas, como uma guerreira, ela contrariou as expectativas.
“Um belo dia ela foi extubada e conseguiu respirar sozinha. Deu tudo certo, ela foi aos poucos ficando sem o oxigênio e tivemos alta direto pra casa”, conta a mãe.
No entanto, após dez dias em casa, Juliana começou a notar que a recém-nascida revirava os olhos com frequência e estranhava a situação. Porém, ao levar a observação aos médicos, a mãe era tranquilizada pelos profissionais, que afirmavam ser apenas uma brincadeira.
A condição se arrastou por oito meses, até que uma pneumonia acometeu Mavi, que novamente precisou ser internada.
“Nesse dia ela revirou os olhos 23 vezes. Acabei gravando e finalmente consegui mostrar pra uma neurologista. A partir de então começamos o tratamento, Mavi tinha crises de ausência”, explica Juliana.
Ainda nessa mesma internação, Maria foi encaminhada para a fisioterapia e chegou a realizar sessões na Universidade Santa Cecília (Unisanta), que a ajudaram no desenvolvimento da coordenação motora.
Diagnóstico
Após dois anos de tratamento, as crises persistiram, causando até 27 em um mesmo dia. O número levou a menina até o hospital mais uma vez, onde passou por mais uma bateria de exames.
“Pediram uma ressonância magnética do crânio e foi descoberto um cisto no hipocampo direito, o que poderia ser a causa das crises. A partir desse novo diagnóstico, chegou a tomar três medicamentos e, por um tempo, as crises pararam. Por esse motivo, parou de tomar todos os remédios”.
Aos cinco anos, Juliana notou outro comportamento diferente, Mavi começou a ter noites agitadas, mas a mãe pensava ser apenas pesadelos. Mas uma publicação nas redes sociais mudou a visão.
“Vi um vídeo de um menino tendo um outro tipo de convulsão que não era aquela tradicional, mas também não era ausência. Ali aprendi que existem vários tipos de convulsões. Então gravei e marquei o neurologista”.
O médico fez um novo diagnóstico, Maria estaria passando por uma crise parcial focal. A menina passou por novos exames e na ressonância magnética, foi constatado a esclerose mesial temporal do lado esquerdo, consequência de toda a crise de ausência que teve e não foi tratada.
Hoje, Mavi segue passando por crises, cerca de sete por dia. E, segundo Juliana, profissionais da saúde seguem procurando pelo motivo que explique todos os problemas.
“Ela passou por alguns testes e a neurologista explicou que ela não tem só pé torto congênito, ela tem uma má formação na tíbia e no cérebro. Possivelmente se encaixa em algum tipo de síndrome”.
Agora, a mãe luta para arrecadar dinheiro para que a pequena faça os exames que faltam.
“Estou fazendo uma rifa, para conseguir arrecadar dinheiro, porque esses exames que ela precisa fazer são bem específicos. Preciso fazer o mais rápido possível para descobrir o que é e cuidar exatamente do que ela tem. Ela está tomando quatro medicações e mesmo assim, ainda está convulsionando durante a noite”.
