Suspeitos são presos em Santos durante operação para combater pedofilia na internet
Por Rodrigo Martins em 10/12/2021 às 17:18
Dois homens foram presos em Santos durante a Operação Debug, deflagrada na manhã desta sexta-feira (10), para combater e prevenir a prática de pedofilia cibernética. As atividades ocorreram em mais de 30 municípios do estado de São Paulo – inclusive quatro da Baixada Santista – e nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em entrevista coletiva no Palácio da Polícia, em Santos, Leonardo Amorim Nunes Rivau, delegado do 1º DIG/Deic, revelou que os detidos são um homem, de 40 anos, morador do Embaré, e um idoso, de 64 anos, que reside na Vila Mathias.
A prisão do idoso foi realizada pelo Deic, enquanto o outro suspeito foi detido pela equipe da 5ª Delegacia de Polícia de Atendimento ao Turista (Deatur).
“O Deinter prestou apoio em sete mandados de busca e apreensão. Em um desses alvos, na casa de um senhor de 64 anos, ele armazenava muitos arquivos de filmagens de sexo explícito com crianças pequenas. No computador também existiam arquivos que permitem troca de conteúdo pela internet. Ele armazenou esses vídeos, fez download, mas ele não produziu esses vídeos. A maior parte dessas gravações estavam com os caracteres em inglês”, disse Leonardo.
Segundo o delegado, o idoso negou que fazia a distribuição desse material. “Ele é um senhor aposentado, casado e sem filhos. Ele não tinha passagem pela polícia anteriormente. Ele disse que viu apenas por curiosidade. Orientado posteriormente por um advogado, ele admitiu ter pesquisado, mas alegou ter apagado. No entanto, a Polícia Científica verificou bastante material no computador. A nossa investigação apontou que ele disponibilizava e até enviou alguns desses vídeos para outras pessoas”, afirmou.
O idoso também teve uma arma apreendida durante os trabalhos da polícia no local. Ele alegou que tinha permissão para portar o revólver, porém a arma não constava nos registros.
Foto: Divulgação/Polícia Civil
De acordo com a Polícia Civil, esse homem irá passar por audiência de custódia neste sábado (11).
Já sobre o outro preso durante a operação na Baixada, a polícia definiu que o perfil dele é de uma pessoa introvertida. Ele, que também não possuía antecedentes criminais, mora com a mãe. “No local foram encontradas roupas que temos a suspeita de serem infantis. Apesar do biotipo do indivíduo ser compatível com o tamanho das roupas, algumas eram menores e possivelmente não pertenciam a ele. Vamos apurar se ele produzia conteúdo, já que ele possuía computador com quatro HDs. A Polícia Científica tem um volume enorme de informações a serem analisadas”, declarou o delegado.
O Deic também esteve em outros seis endereços espalhados pela Baixada Santista – três em Santos, um em Praia Grande, um em São Vicente e um em Guarujá – para cumprir os mandados de busca e apreensão dessa operação. Cinco pessoas ainda são consideradas suspeitas de terem cometido o crime de armazenamento e distribuição de pornografia infantil.
“Estivemos em outros seis locais. Um dos endereços não foi localizado, fica em área de comunidade. Nos outros locais a perícia esteve presente, mas não encontrou material naquele momento. Esses computadores ainda serão analisados, porque as pessoas podem ter feito os downloads e, depois, apagado. Até porque, a investigação apontou aqueles endereços como sendo de pessoas que tiveram acesso a esse tipo de conteúdo. A perícia vai se debruçar sobre as informações para apontar o possível envolvimento dessas pessoas também”, completou Leonardo Amorim.
Foto: Divulgação/Polícia Civil
O que é a Operação Debug?
Os trabalhos da Operação Debug foram coordenados pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e pelo CyberGaeco, com apoio de peritos da Polícia Técnico-Científica e todos os Departamentos de Polícia Judiciária do interior de São Paulo. Ao todo, foram mobilizados mais de 400 policiais civis.
A Operação Debug é resultado de mais de 40 dias de monitoramento, com a utilização das mais avançadas técnicas de investigação, que permitiu identificar mais de 90 alvos envolvidos com o armazenamento, distribuição e consumo de pornografia infantil pela internet. Somado a isso, equipes da Polícia Técnico-Científica auxiliam, por exemplo, na quebra das criptografias de HDs, materializando a atividade criminal desses criminosos.
Os presos nesta operação vão responder por adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. As investigações prosseguem para responsabilizar todos os envolvidos e identificar os responsáveis pela produção desse material.
Foto: Rodrigo Martins/Santa Portal
