Suspeito de matar Igor Peretto fugiu após ameaças; advogado nega premeditação

Mário Vitorino, que estava foragido pelo assassinato de Igor Peretto, teria fugido após o crime com medo das ameaças que vinha recebendo. A declaração foi feita pelo advogado do suspeito, Mário Badures.

“Ele estava sendo caçado na rua, diversas e já catalogadas ameaças de morte. Ele se socorreu e tentou oritentação de outros defensores, que estavam com uma tase totalmente diferente da postura da nossa defesa técnica”, afirmou o defensor.

Segundo Badures, não houve premeditação do crime. Na visão da defesa, Vitorino teria agido em legítima defesa.

“A linha defesa já existe na investigação, existe demonstração através das provas que já se tem neste caderno investigativo que apontam para legítima defesa. Quantos golpes foram não existem ainda catalogado, o exame necroscópico ainda náo foi feito. Os próprios policiais não sabem dizer. Dezenas de golpes como falam é só uma expectativa, questões aleatórias que são ditas no mundo da internet”, disse.

O advogado citou ainda ferimentos sofridos pelo suspeito que seriam provas de que houve um confronto no apartamento.

“O Mário tem diversas lesões pelo corpo, mesmo 16 dias após os fatos. Quando tive o primeiro contato, pude ver que ele tem lesões no rosto, pelo golpe que recebeu, além de um corte bem profundo na mão. Ele recebeu chutes, tem uma marca na coxa. Tudo isso é importante para elucidar o caso, é totalmene diferente e surreal afirmar que ele teria executado o amigo e sócio na sua própria casa. A própria investigação deixa claro que houve luta corporal”, acrescentou

Após ser transferido do interior de São Paulo para Praia Grande, Vitorino foi encaminhado para o 5º DP de Santos, onde segue preso. Ele deve prestar esclarecimentos sobre o caso nesta quarta-feira (18), às 16h, em Praia Grande.

“Na verdade ele não prestou interrogatório nesta quarta, pois os autos correm em segredo de justiça e a defesa técnica constituída ainda não tinha tido acesso ao inquérito policial e, tampouco, conhecimento das medidas cautelares. Acreditamos que esse material já tenha sido liberado pelo poder judiciário e, desta forma, a defesa vai se preparar e o Mário será interrogado, vai esclarecer todos os pontos para elucidação dessa tragédia”, concluiu.

Relembre o caso Peretto

Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas dentro de um apartamento no Canto do Forte, em Praia Grande, na madrugada de 31 de agosto. A irmã e o cunhado da vítima também estavam no imóvel, mas foram embora antes da chegada de policiais militares. O edifício onde ocorreu o assassinato fica na Avenida Paris, 724.

Acionados para atender a uma ocorrência de “desentendimento” no prédio, policiais militares chegaram ao local por volta das 7h30 e foram recepcionados pela síndica. De acordo com essa testemunha, foram ouvidos muito barulho e gritos vindos de um apartamento do quarto andar. Como ninguém atendeu a campainha do imóvel, os PMs recorreram a um chaveiro para abri-lo.

No corredor e em outras partes do apartamento havia diversas manchas de sangue. O corpo de Igor foi encontrado caído em um quarto, próximo à janela. O imóvel estava bastante revirado, indicando a ocorrência de luta corporal. Com 22 centímetros de lâmina, uma faca foi encontrada no banheiro suja de sangue, sendo apreendida para ser submetida a perícia.