Reféns são libertados e criminosos presos após invasão em prédio de luxo; porteiro é detido
Por Rodrigo Martins em 01/10/2024 às 15:50
As seis pessoas que eram mantidas reféns por criminosos que invadiram um prédio de alto padrão na manhã desta terça-feira (1º), no bairro Embaré, em Santos, foram libertadas após negociações entre a quadrilha e a Polícia Militar. Três suspeitos foram presos, enquanto o quarto foi baleado pelos PMs durante a ação.
A delegada do 3º DP de Santos, Liliane Lopes Doretto, destacou que as negociações para a rendição dos criminosos foram conduzidas pelo comando da Polícia Militar presente na ocorrência.
“Fui acionada por volta das 10h30, quando fomos informados sobre um sequestro em andamento. Pedi acionamento do GOE, para termos exata noção de quem estaria com os reféns e quem estaria no apartamento. Como foi a primeira a chegar e seguindo protocolo da Secretaria de Segurança Pública, os policiais militares assumam as negociações. Eles foram brilhantes nas negociações, não precisaram nem do auxílio do Gate”, disse a delegada.
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Seis pessoas foram mantidas como reféns no apartamento. Por isso, as famílias dos criminosos foram chamadas para ajudar a polícia a convencê-los a se entregarem.
“O pessoal da negociação também conversou e aí eles resolveram se entregar. Depois da entrega nós assistimos as imagens e sabíamos que eram quatro indivíduos. Só estava o terceiro (criminoso) e demorou mais porque ele não queria se entregar”, informou Liliane.
De acordo com a delegada, os criminosos entraram com um carro com placa clonada no edifício. Eles teriam contado com o auxílio do porteiro do prédio para invadirem o condomínio.
“Eles fizeram ali a codificação de um controle remoto, eles entraram sem nenhuma resistência. O morador havia saído para fazer compras e quando ele chegou no elevador, se deparou com dois indivíduos e uma faxineira. Os bandidos os conduziram até o último andar”, destacou.
O porteiro foi interrogado pelos investigadores e, como o seu depoimento continha inconsistências, ele foi preso.
“Um dos indivíduos que participava do assalto se apavorou na fuga, foi atingido no braço e teve uma fratura. Ele conseguiu falar com o policial civil dando informações de que efetivamente o porteiro estava envolvido e que havia mais três pessoas no interior do prédio. Quando os policiais militares estavam fazendo a negociação comecei a fazer o interrogatório e formalizei a oitiva deles. Aí começamos a ver contradições com as imagens que eu estava olhando. Os investigadores viram que ele era do mesmo local desses indivíduos. Ele disse que perdeu o telefone celular, isso chamou a atenção. Conversando com o porteiro ele acabou confessando a prática criminosa”, revelou.
A delegada ressaltou que o porteiro facilitou a entrada da quadrilha no local. “Ele cedeu o controle remoto com a codificação. Eles (criminosos) não tiveram dificuldades para entrar com esse carro clonado, logo ganharam o interior do prédio e ingressaram no apartamento”, concluiu.