Mulher de 85 anos sofre golpe de R$ 14 mil em Santos

POLÍCIA – Uma mulher de 85 anos, moradora do José Menino, em Santos, teve um desfalque em sua conta de R$ 14 mil, entre transferências entre contas do mesmo banco (Caixa Econômica Federal), compras e uso do limite do cheque especial. O cartão de crédito também tentou ser utilizado, mas houve tempo de bloqueio.

Um boletim de ocorrência foi feito pela internet, mas ainda não foi enviado e-mail de confirmação para seguir com o caso, chamar para depoimento e demais providências de praxe.

“Na agência da Caixa, nos atenderam do lado de fora, e havia bastante gente, por causa do dinheiro do governo. Só deram o extrato da conta dela. E foram três transferências de R$ 3 mil cada, sendo que o limite era de R$ 1.500,00. Disseram que o limite havia subido por causa do coronavírus”, contou a advogada Rosa Maria Carrasco Caldas.

Rosa conta que Maria da Conceição recebeu uma ligação pelo celular. na quarta-feira (15) “A pessoa se dizia da Caixa e dizia que haviam tentado fazer compras com o cartão de crédito dela, dizendo que poderia se tratar de fraude. Nisso, ela disse que ia ligar para o filho que tem um cartão adicional”.

Do outro lado da linha, a pessoa perguntou se o filho de Maria da Conceição estava em Santos. “Ela respondeu que sim e a pessoa disse na hora que não precisava ligar para ele porque a tentativa havia sido em Manaus”, completa a advogada.

A suposta funcionária do atendimento do banco que estava no telefone, então, passou a querer confirmar os dados da mulher, dizendo ainda que uma suposta empregada do banco iria até a residência de Maria da Conceição.

“Mais uma vez ela disse que ligaria para o filho. Só que a pessoa a fez desistir de telefonar, alegando que o celular poderia estar com acesso pelos bandidos. Assim fez a dona Conceição ficar no telefone até que a moça chegou”, detalha a advogada.

As imagens foram registradas pelas cãmeras do prédio. Ela, inclusive, usava máscara, comum em tempos de novo coronavírus. “E teve o cuidado de usar as escadas e não o elevador, certamente para não ser vista, mas o edifício possui muitas câmeras”, lembra Rosa.

O Covid-19, inclusive, foi o motivo pelo qual Maria da Conceição não foi até o banco com o filho, embora quisesse. “Ela, ainda insegura com a situação, ouviu a pessoa do outro lado da linha confirmar seus dados pessoais e bancários. E onde foi o ponto que pegou: a pessoa tinha o endereço antigo dela, que não tinha sido atualizado no banco desde que mudou de residência”, detalha a advogada.

Foi a senha para Maria da Conceição pensar que era realmente do banco, o que deu segurança a ela acreditar que não se tratava de um golpe. Só que não foi bem isso. A história foi bem construída.

“Foram anotados nomes e protocolos que eram dados a ela. E logo a moça chegou na residência. Fizeram-na digitar a senha no celular e entregar todos os cartões. A moça ainda pediu o celular para pegar a senha digitada, obviamente. E tirou o chip dizendo que ela não poderia mais usar aquele porque tinha aplicativo do banco no celular”, detalha Rosa.

Caixa
A Caixa Econômica Federal enviou a seguinte nota:

“A Caixa utiliza os mais modernos recursos para garantir a segurança de suas transações bancárias, porém podem ocorrer tentativas de fraude.

Caso o cliente desconfie de alguma ligação vinda da Caixa, deve desligar o telefone e retornar para a Central de Atendimento Cartões Caixa, ligando de outro número de telefone ou, preferencialmente, 5 minutos após a ligação suspeita. Os números de telefone da Caixa e todos os outros canais podem ser encontrados no site ou no verso do seu cartão.

O banco disponibiliza orientações de segurança em seu portal da internet com o objetivo de alertar seus clientes quanto a golpes, seja por e-mails spam, sites falsos, presencialmente ou por telefone.

A Caixa reforça que cartão e senha são pessoais e não devem ser entregues a terceiros. O banco nunca recolhe cartões bancários do cliente, mesmo que inutilizados. Pedir que o cliente digite ou informe senhas também não é uma prática do banco. Caso precise jogar fora um cartão, destrua-o completamente, cortando seu chip ao meio, e nunca o entregue a ninguém.

Caso o cliente perceba que caiu em um golpe em sua conta da Caixa, deve fazer imediatamente o bloqueio/cancelamento do cartão por meio dos canais de atendimento, se possível, com os dados do cartão que foi alvo do golpe. É sempre importante comunicar aos órgãos policiais para investigação”;