MP recorre para que viúva de Igor Peretto seja submetida a júri popular
Por Santa Portal em 21/10/2025 às 10:00
O Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão judicial que retirou Rafaela Costa, ex-esposa do comerciante Igor Peretto, do julgamento pelo Tribunal do Júri e determinou sua soltura. O recurso, apresentado na sexta-feira (17), foi protocolado pelo promotor de Justiça Rafael Vidal, que também pediu a decretação da prisão preventiva da acusada
Rafaela havia sido libertada após decisão proferida pelo juiz de Praia Grande na quinta-feira (16). O magistrado desclassificou a acusação de homicídio doloso, o que afastou as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Com a decisão, ela deixou a Penitenciária Feminina de Santana, na capital paulista, onde estava presa preventivamente desde o ano passado.
Os outros dois acusados, Mário Vitorino e Marcelly Peretto, foram pronunciados a júri popular e continuam respondendo por homicídio triplamente qualificado. A Promotoria sustenta que o assassinato foi resultado de um plano articulado entre os três acusados, motivado por relacionamentos extraconjugais e interesses pessoais.
No recurso, o promotor afirma que a decisão de primeira instância ultrapassou os limites legais da fase de pronúncia ao aprofundar a análise das provas. Ele argumenta que apenas o Tribunal do Júri tem competência para avaliar o grau de participação da acusada, conforme estabelece a Constituição Federal.
Vidal aponta ainda a existência de indícios de envolvimento de Rafaela no crime, que inclui a suposta atração da vítima ao local do homicídio, trocas de mensagens com os demais acusados durante e após o assassinato, a fuga conjunta e a adulteração de provas em seu celular.
Relembre o crime
Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas dentro de um apartamento no Canto do Forte, em Praia Grande, na madrugada de 31 de agosto do ano passado. A irmã e o cunhado da vítima também estavam no imóvel, mas foram embora antes da chegada de policiais militares. O edifício onde ocorreu o assassinato fica na Avenida Paris, 724.
Acionados para atender a uma ocorrência de “desentendimento” no prédio, policiais militares chegaram ao local por volta das 7h30 e foram recepcionados pela síndica. De acordo com essa testemunha, foram ouvidos muito barulho e gritos vindos de um apartamento do quarto andar. Como ninguém atendeu a campainha do imóvel, os PMs recorreram a um chaveiro para abri-lo.
No corredor e em outras partes do apartamento havia diversas manchas de sangue. O corpo de Igor foi encontrado caído em um quarto, próximo à janela. O imóvel estava bastante revirado, indicando a ocorrência de luta corporal. Com 22 centímetros de lâmina, uma faca foi encontrada no banheiro suja de sangue, sendo apreendida para ser submetida a perícia.
Mário Vitorino foi localizado e preso na manhã de 15 de setembro, em Torrinha, no interior de São Paulo, a 352km de onde ocorreu o crime. Mário estava foragido desde o dia 31 de agosto, quando ocorreu o crime.
O cunhado foi localizado por Tiago Peretto, irmão de Igor, após familiares receberem uma denúncia. Tiago, que é vereador em São Vicente, foi até Torrinha e localizou o foragido.