Marcelly Peretto foi ouvida como testemunha, diz advogado
Por Santa Portal em 02/09/2024 às 20:00
O advogado de Marcelly Peretto, irmã de Igor Peretto, morto a facadas em Praia Grande no último sábado (31), disse que sua cliente foi ouvida como uma testemunha declarante do crime e também garantiu que ela não está sendo investigada. Marcelly compareceu nesta segunda-feira (2) à Delegacia Seccional de Polícia de Praia Grande (DIG) para prestar depoimento.
“Ela foi ouvida como uma testemunha declarante, não é investigada, não é autora, não é nada. Ela trouxe as informações já para isso mesmo, para não surgir nenhuma dúvida se ela teve alguma participação ou não”, explicou o advogado de Marcelly, Felipe Pires de Campos.
De acordo com Campos, Marcelly e a família ainda estão muito abalados com o acontecido, mas mesmo assim fez um depoimento bem detalhado com quatro folhas de informações.
“Ela trouxe as informações do dia e do dia anterior, informações do momento do crime, informações que serão apuradas. Trouxe os detalhes que ela pode”, conta o advogado.
Campos disse ainda que Marcelly teria sido coagida a sair do apartamento junto com Mário, assassino de Igor, e que durante a briga dos dois, ela estava em um outro quarto do apartamento.
O advogado garantiu ainda que Marcelly não sabe como foi a execução de Igor e também não tem a informação do paradeiro de Mário e Rafaela.
Relembre o caso Peretto
Igor Peretto, de 27 anos, irmão do vereador vicentino Tiago Peretto, foi morto a facadas dentro de um apartamento no Canto do Forte, em Praia Grande, na madrugada do último sábado (31). A irmã e o cunhado da vítima também estavam no imóvel, mas foram embora antes da chegada de policiais militares. A motivação do homicídio ainda é ignorada e a Polícia Civil não descarta qualquer hipótese.
A irmã e o cunhado foram tratados preliminarmente pela Polícia Civil como “investigados”. Até a publicação desta matéria, eles não haviam sido localizados. A mulher de Igor também estava no apartamento no momento do crime, mas igualmente não foi encontrada no local, e nem posteriormente, para prestar esclarecimentos. O edifício onde ocorreu o assassinato fica na Avenida Paris, 724.
Acionados para atender a uma ocorrência de “desentendimento” no prédio, policiais militares chegaram ao local por volta das 7h30 e foram recepcionados pela síndica. De acordo com essa testemunha, foram ouvidos muito barulho e gritos vindos de um apartamento do quarto andar. Como ninguém atendeu a campainha do imóvel, os PMs recorreram a um chaveiro para abri-lo.
No corredor e em outras partes do apartamento havia diversas manchas de sangue. O corpo de Igor foi encontrado caído em um quarto, próximo à janela. O imóvel estava bastante revirado, indicando a ocorrência de luta corporal. Com 22 centímetros de lâmina, uma faca foi encontrada no banheiro suja de sangue, sendo apreendida para ser submetida a perícia.
Filmagens
Câmeras do condomínio registraram a chegada das mulheres (a irmã e a companheira de Igor) às 4h37. Cerca de uma hora depois, Igor e o cunhado surgiram no edifício, mas inicialmente o porteiro os impediu de entrar, provavelmente, por ter recebido alguma ordem nesse sentido. Porém, não demorou muito, quem já estava no apartamento autorizou o ingresso de ambos. A partir daí, foram escutados os gritos no imóvel.
Os equipamentos de filmagem também registraram a saída da irmã e do cunhado de Igor às 6h05. Eles deixaram o prédio pelas escadas e atingiram a rua passando pelo estacionamento do prédio. Essas mesmas câmeras não captaram o horário e a forma como foi embora a companheira da vítima, cujo depoimento poderá revelar informações importantes para a elucidação do crime.
O delegado Alex Mendonça do Nascimento se dirigiu ao apartamento, acompanhou o trabalho de peritos e registrou o homicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ). O número de facadas que a vítima levou ainda será apurado no exame necroscópico, mas foram vários golpes pelo corpo. A expectativa da Polícia Civil é a de que os investigados e a mulher de Igor se apresentem para apresentar a sua versão sobre o caso. (EF)