Mãe de criança espancada em São Vicente é presa em Itanhaém

Por Santa Portal em 05/10/2022 às 19:13

Julia Cristina Pereira, mulher suspeita de agredir brutalmente o próprio filho, em São Vicente, foi presa no começo da noite desta quarta-feira (5), em Itanhaém. Ela estava foragida após a 1ª Vara Criminal do Foro de São Vicente ter expedido um mandado de prisão no fim da tarde. Agora, passará a noite na Cadeia Pública Feminina de São Vicente. Nesta quinta-feira (6), Julia deverá passar por uma audiência de custódia.

De acordo com informações apuradas pelo Santa Portal, a vítima foi encontrada por policiais do 2º DP de São Vicente, em um barraco abandonado, em Itanhaém, e não resistiu à prisão. Ao chegar no DP de São Vicente, Julia foi hostilizada por moradores da região (confira vídeo abaixo).

O padrasto do garoto foi encontrado morto na última quinta-feira (29), mas teve a confirmação da identidade apenas hoje.

A investigação corre sob segredo de justiça, mas o Santa Portal teve acesso ao mandado de prisão de Julia. De acordo com o documento, a finalidade da custodia cautelar é a “de prevenir a reprodução de fatos criminosos, tranquilizar meio social em razão da gravidade do fato e de sua repercussão”.

O documento indica ainda que, no caso, tem “fortes indícios das autorias dos crimes em tela pela averiguada, em especial pelas declarações das conselheiras tutelares, filmagens e relatório de investigação policial”.

“Além disso, como bem ponderou a representante do Ministério Público, o crime a ela imputado é gravíssimo. A forma como foi praticado, bem como seus motivos, denotam ser ela pessoa de índole violenta e perigosa, capaz de agredir de forma cruel o próprio filho, criança em tenra idade”.

Histórico

O padrasto acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, junto com a mãe da criança, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax. A criança continua internada na Santa Casa de Santos, mas já saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.

Desde então, é ignorado o paradeiro de Júlia Cristina Pereira, de 24 anos, mãe do menino e suspeita de participação na violência contra o próprio filho. Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.

Julia e Julian, mãe e padrasto da criança brutalmente espancada por eles (Foto: Reprodução)

Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.

A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Na comunidade onde o ex-detento residia os comentários dão conta de que a sua companheira, mãe do menino espancado, teria sofrido idêntica retaliação à imposta ao padrasto da criança.

Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.

O Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.