Julgamento de acusado de atentado contra Solange Freitas é marcado
Por Marcela Ferreira em 19/07/2022 às 21:53
O julgamento do réu acusado de tentativa de homicídio contra a jornalista e, na época, candidata à prefeitura de São Vicente, Solange Freitas, foi marcado para o dia 20 de setembro de 2022, às 10 horas da manhã. O crime aconteceu no dia 11 de novembro de 2020, em São Vicente, quatro dias antes das eleições municipais.
O réu, o policial militar rodoviário Gustavo de Souza Militão Pavlik, que atualmente está preso, irá a júri popular. A decisão foi tomada após pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) à Justiça. O júri acontece no Fórum de São Vicente. Outro responsável pelo crime continua foragido.
Ao Santa Portal, Solange afirmou que acredita na justiça. “Tenho fé e acredito que a justiça vai ser feita. O policial militar preso desde a época do atentado tem de continuar preso e tenho certeza que vai ser condenado. Mas ainda falta prender o falso atirador que está foragido até hoje. E o principal que as investigações ainda não apresentaram: quem atirou e quem mandou atirar. O crime foi provocado por motivação política e todos os culpados têm de ser punidos. Os detalhes de tudo que aconteceu no atentado eu conto no meu livro ‘Um inimigo chamado poder’”.
Entenda o caso
No dia 11 de novembro de 2020, Solange Freitas estava com a sua equipe de campanha trafegando pela Avenida Prefeito José Monteiro, quando uma moto Biz branca emparelhou com o carro onde a candidata estava e atirou contra o veículo. Dos quatro disparos ao carro de Solange, um deles foi na direção da cabeça.

No dia 14, um dia antes da eleição, um homem havia se apresentado no 1º DP de São Vicente como autor dos disparos contra a candidata. Porém, a polícia afirmou que o sujeito não tinha características semelhantes com a do autor dos disparos, como o fato de o criminoso ser canhoto e ter uma lesão no pé.
Além disso, o falso atirador não soube dizer à polícia a chapa do carro de Solange e disse que sabia apenas o local, horário, modelo e cor do carro. A versão do rapaz, sem que fossem dados detalhes, não convenceu a polícia.
Pedido na Justiça
O requerimento pelo julgamento com júri popular foi apresentado pela Promotoria após análise da investigação da Polícia Civil, bem como a coleta de outros materiais que estavam na casa do policial rodoviário Gustavo de Souza Militão Pavlik, acusado de participação na tentativa de homicídio. No local foi encontrado um estojo com cinco munições a menos.

Policiais da 3º Delegacia de Investigações sobre Homicídios conseguiram a informação de que o carro do policial rodoviário circulou por um período de tempo razoável na região onde ocorreu o atentado. Imagens de câmeras de segurança mostraram que o automóvel do suspeito estaria acompanhando a motocicleta que foi pilotada pelo autor dos disparos.
Diego Nascimento Pinto, que teve a prisão preventiva decretada em janeiro de 2021, continua foragido. A defesa dele informa que ainda não possui conhecimento completo da acusação contra o seu cliente.
Já o policial rodoviário foi preso em novembro do ano passado e está no presídio Romão Gomes, na Capital.