Derrite defende operações policiais na região e diz que segurança na Baixada Santista é prioridade

Por Rodrigo Martins em 04/09/2024 às 15:00

Luiza Pires/Santa Portal
Luiza Pires/Santa Portal

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, foi o convidado especial da edição desta quarta-feira (4) do programa ZR News, na 107,7 Santa Cecília FM. Durante cerca de uma hora, o titular da pasta falou sobre o intenso trabalho de segurança pública realizado na Baixada Santista durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas.

“A Baixada Santista sempre foi e vai continuar sendo prioridade na Segurança Pública da nossa gestão. Nós recebemos da gestão anterior muitos problemas em Segurança Pública na região. Todos sabem das operações que foram realizadas, as retomadas de território e não permitiremos que o crime organizado tente criar um estado paralelo aqui no Estado de São Paulo. Tanto a Baixada Santista quanto o Centro de São Paulo eram as regiões com maiores problemas de indicadores criminais, de crime organizado, e isso está sendo combatido não só por conta das operações, como pelas ações de governança da secretaria, onde estamos conseguindo dar boas respostas”, afirmou Derrite, em entrevista exclusiva à 107,7 FM.

Operações na Baixada Santista

Indagado sobre as operações Escudo e Verão, o secretário defendeu o enfrentamento das forças de Segurança Pública ao crime organizado e rebateu críticas que foram feitas sobre supostos excessos que teriam sido cometidos por policiais militares durante as ações na região.

“Com as duas operações realizamos a prisão de 2.162 criminosos, sendo que cerca de 40,5% destes eram procurados pela Justiça, o que dá uma média de quase 900 procurados pela Justiça nas duas operações. Apreendemos 3,5 toneladas de drogas e 238 armas ilegais foram retiradas das mãos dos criminosos. Claro que os confrontos aconteceram e não é algo desejado por nós que os confrontos aconteçam. É importante salientar que dos 28 confrontos da Operação Escudo, 24 que ocorreram o Ministério Público pediu arquivamento corroborando a nossa tese de que a polícia agiu em legítima defesa. Eu confio nos meus policiais. O cenário que eles encontraram na Baixada Santista naquela ocasião era realmente de um território paralelo que estava sendo criado por parte do crime organizado e nós não podemos permitir que isso aconteça. 27 barricadas foram desmobilizadas. O pessoal está acostumado a ouvir sobre barricadas no Rio de Janeiro e a Baixada Santista possuía também, agora não possui mais”, destacou.

Derrite ainda citou dados de pesquisas sobre a aprovação das operações Verão e Escudo para defender o trabalho de combate ao crime organizado realizado por sua gestão no litoral paulista.

“Foi feita uma pesquisa interna e, segundo consta, tive acesso que 85% da população aprovou as operações na Baixada Santista, exceto o pessoal no litoral, (onde a aprovação) foi de 90%. Os 10% que não aprovaram talvez tenham sido influenciados por aqueles românticos, que acham que quando os policiais entram em um território que era dominado pelo crime organizado eles têm que entrar jogando flores e pétalas de rosas. Isso não condiz com a realidade que o policial enfrenta nessas situações ou de repente aqueles que foram questionados compactuam com ações delituosas. Então eu desconheço qualquer pesquisa que aponte 90% de aprovação de uma política pública, nem o Corpo de Bombeiros que é a instituição mais bem avaliada do Brasil consegue chegar nesse patamar”, comentou.

Aumento de efetivo e outras medidas

De acordo com o secretário, a prova de que a Baixada Santista é uma prioridade da sua gestão é o aumento de efetivo policial na região.

“Estou muito tranquilo, porque além dessas operações que foram necessárias existe o pós-operação. Se a gente retirasse todo o efetivo e não fizesse mais nada, a tendência era que o crime organizado voltasse a ocupar espaço. O que nós fizemos? Aumentamos em 620 policiais militares o efetivo da Baixada Santista. De uma turma de 907 policiais que se formaram, 400 vieram para a Baixada. Eu tenho um estado com 44, 45 milhões de habitantes, a PM conta cm 83 mil homens, e em uma formatura de 900 policiais militares colocamos 400 na Baixada Santista. Isso é uma comprovação de que estamos priorizando (a região). Além disso, temos uma turma de policiais civis agora que se forma nas próximas semanas virão 300 policiais para o Deinter-6”, contou.

Derrite também revelou que será criada uma companhia de motocicletas da Rocam para aumentar o trabalho de segurança pública na região.

“Além dos delegados, que não foram definidos, as novas estruturas serão implementadas. Vou deixar o spoiler de uma, uma nova companhia de motocicletas da Rocam do Baep de Santos. Será uma companhia no futuro, mas vamos começar com dois pelotões imediatamente. Esses pelotões vão realizar patrulhamentos na orla e nas principais avenidas de Santos, bem como de toda a Baixada Santista, nos mesmos moldes de quando o pessoal da Rocam do 2º Batalhão de Choque vem para a Operação Verão. A Baixada Santista tem que ter uma estrutura própria e ser o menos dependente possível do apoio do policiamento da Capital”, pontuou.

Prisão de suspeito de atentado

O secretário de Segurança Pública de SP também falou sobre a prisão de um homem suspeito de integrar um plano para matá-lo.

Marcelo Adelino de Moura, conhecido como China, seria o executor do crime. Ele teria ligações com uma facção criminosa e, durante a sua prisão, os policiais descobriram que ele estava fortemente armado.

Em um primeiro momento, a operação que prendeu China não tinha relação com a investigação sobre o planejamento do atentado contra Derrite. Esse plano foi descoberto posteriormente.

De acordo com o secretário, essa prisão mostra que o trabalho desenvolvido pela sua pasta incomoda o crime organizado.

“Sou deputado federal, estou no segundo mandato. Seria mais cômodo continuar na Câmara, seria muito menos arriscado. No meu caso, quando participei do plano de Segurança Pública do então candidato Tarcísio de Freitas, ele havia sinalizado que gostaria de me convidar para essa missão. Eu nunca deixei de transparecer que a gente faria um forte enfrentamento ao crime organizado. Essa prisão ocorreu há um mês e meio, dois meses atrás. Ontem que a imprensa ficou sabendo porque alguém vazou para a imprensa. A minha opção lá atrás foi falar: não vamos divulgar isso. Para não estimular, por uma questão de família e por aí vai. Agora, eu deixo claro que se acham que vão nos intimidar, isso não vai acontecer. Nosso trabalho é sério, feito de maneira inteligente”, concluiu.

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