‘Caçador ecológico’ encontra revólver em praia de Santos
Por Santa Portal em 24/10/2021 às 07:46
Professor universitário de Engenharia da Computação e caçador de metais nas praias santistas nas horas vagas, Eduardo Henrique Gomes, de 47 anos, encontrou com o seu detector, enterrada na areia, uma carcaça de revólver.
A localização da arma aconteceu na manhã de sexta-feira (22), na Praia do Gonzaga. Por se tratar de um objeto de posse e porte regulados por lei, o professor ligou para o número 190, da Polícia Militar. O revólver foi regularmente apreendido no 7º DP e será periciado.
“Pesquisei na internet e apurei que o revólver é da marca Ina, modelo Tigre, calibre 32 e da década de 70”, informa Eduardo. Conhecida por ‘canela seca’, a arma estava desmuniciada. Com a numeração intacta, ela poderá ter a procedência apurada.
A investigação sobre a origem do revólver poderá revelar se ele foi extraviado ou é produto de furto ou roubo. A sua eventual utilização em crimes, como homicídios e assaltos, também é possível de ser desvendada.
Porém, o mais importante com a localização da arma foi retirá-la de circulação. “Imagina se um marginal acha? Recupera fácil ela, com pouco dinheiro ou fabricando as peças. Mas nem precisaria, porque poderia ser usada em roubos como simulacro”, diz Eduardo.
Terapia ecológica
O professor conta que comprou o seu detector de metais, de fabricação turca, em uma viagem que fez a Nova Iorque. Ele usa o aparelho desde fevereiro de 2020, como forma de desenvolver uma “higiene mental”, que também tem um caráter ecológico.
“É a minha terapia”, declara Eduardo ao definir o seu hobby de detectorismo. Para o melhor rendimento desta atividade, ele costuma praticá-la quando a maré está baixa e, consequentemente, é maior a faixa de areia a ser desbravada.
Neste período de um ano e oito meses, o que ele mais achou foram lacres de latinhas de bebida e outros detritos metálicos. Ele afirma que materiais deste tipo é recolhido em sacos para posterior descarte em lixeiras de coleta seletiva.
“É impressionante a falta de educação ambiental das pessoas”, lamenta o professor. Segundo ele, o revólver foi o objeto mais inusitado que já encontrou nas praias de Santos, seguido, pela ordem de importância, por uma medalha e uma aliança de ouro.
“Há dois meses encontrei em minhas escavações uma medalha da Federação Paulista de Basquete. Ela é referente à terceira colocação do campeonato de 1951, mas não tem referência à equipe ou ao atleta”, detalha o mestre em Engenharia da Computação. (EVF)
