Justiça adia pela segunda vez audiência de PM acusado de matar adolescente em Peruíbe

A audiência do sargento da Polícia Militar, que é acusado de ser o responsável pela morte do adolescente Rodrigo Marques, de 15 anos, durante um baile funk realizado em 2018 em Peruíbe, foi adiada pelo segundo dia consecutivo. Uma nova data ainda será definida.

A primeira audiência estava agendada para quarta-feira (9), porém foi adiada. A segunda audiência, prevista para quinta (10), também foi adiada. Essas audiências serão realizadas em novas datas, que ainda serão definidas pela Justiça.

As audiências não ocorreram pelo fato de algumas testemunhas do crime ainda não terem sido localizadas.

O Santa Portal teve acesso à denúncia feita ao MPSP, que solicitou as gravações da Polícia Militar sobre a ocorrência, inclusive do suposto roubo notificado que levou a PM ao local.

Procurado pela reportagem, o advogado assistente de acusação, Enio Pestana, afirma que a Polícia Civil de Peruíbe realizou um ótimo trabalho no caso. “Com as diligencias capitaneada pelo Delegado Dr. Marcos Roberto, conseguiram alcançar testemunhas que reconheceram o autor do disparo, também acataram os requerimentos deste advogado de acusação, como no caso o Exame de Recenticidade, que acusou uso da pistola do Sargento. Os laudos também mostraram o percurso do projétil que partiu da arma. Tanto que Ele foi denunciado pelo Ministério Público”, explicou.

Conforme o criminalista, a mãe, toda família, amigos, com amparo da população da cidade, imploram por justiça. “A mãe perdeu sentido de sua vida, vive em tratamento, os munícipes estão indignados, o clamor público pede que o caso seja levado adiante nos exatos rigores da lei, isso porque nessa época [do crime], ocorreram quatro fatos na região de Peruíbe, com relação a policiais que atingiram civis que vieram a óbito”, disse.

O crime

O adolescente Rodrigo Marques de Almeida, de 15 anos, foi morto com um tiro na cabeça em meio a um baile funk em Peruíbe, no dia 23 de dezembro de 2018.

De acordo com o boletim de ocorrência feito na época, às 4h37, foi aberto um chamado no 190 a respeito de um roubo que havia acabado de ocorrer na Praça Melvin Jones Aven, no Centro de Peruíbe. Os policiais, Sabino e outros dois, também receberam um alerta de um baile funk na orla da praia.

No relatório final da Secretaria de Segurança Pública (SSP), consta que os policiais foram até o local do baile, sendo recebidos pela multidão com hostilidade, xingamentos e arremesso de garrafas.

Os policiais se separaram, e um deles ouviu três tiros nos arredores. Eles teriam se reunido novamente, e constataram Rodrigo na areia da praia, com uma marca de disparo na cabeça.

O sargento afirmou em depoimento que ouviu dois disparos de arma de fogo, mas não soube dizer de qual direção vinham. Ele então relata ter efetuado um disparo em direção ao mar.