Santos celebra Nossa Senhora do Monte Serrat nesta segunda; conheça os outros padroeiros da Baixada Santista

Por Rodrigo Cirilo em 07/09/2025 às 18:00

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A festa de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira de Santos, será celebrada nesta segunda-feira (8), com a tradicional subida das escadarias até o Santuário, no topo do morro. Mas você sabe quem são os outros padroeiros das cidades da Baixada Santista?

O Santa Portal preparou uma lista com informações históricas sobre as figuras de devoção e as celebrações que marcam a religiosidade da região desde o século 16.

Bertioga e Peruíbe – São João Batista

Parente de Jesus e filho de Santa Isabel, São João Batista foi concebido graças a intervenção divina, já que seus pais eram idosos. Herdou a missão de preparar os caminhos do Messias, pregando a conversão por meio do batismo. Morreu degolado, sendo celebrado em duas datas no calendário litúrgico: 24 de junho (Natividade) e 29 de agosto (Martírio).

Na Diocese de Santos, é padroeiro de Bertioga e Peruíbe. Em Bertioga, a devoção surgiu no século 18 com a fundação de uma capela. Mais tarde, com a destruição da capela, o Forte São Tiago foi chamado de São João e sua festa é celebrada vivamente pela paróquia da cidade, que leva o nome do padroeiro.

Em Peruíbe, remonta ao século 16, com os jesuítas. As ruínas do Abarebebê, igreja fundada em 1549 pelo padre Leonardo Nunes, ainda guardam essa memória. Hoje, a Paróquia São João Batista e a Irmandade do santo mantêm viva a tradição.

Divulgação/Prefeitura de Bertioga

Cubatão – Nossa Senhora da Lapa

A devoção surgiu em Portugal, quando Joana, uma jovem pastora muda, encontrou uma imagem de Nossa Senhora em uma pequena gruta (“lapa”). Ela sempre se deslocava com seu rebanho para uma região montanhosa e perigosa e ficava lá por longos períodos.

A mãe da menina com medo de algum animal ou ladrão fazer-lhe mal a proibiu de ir até o lugar. A menina então apareceu com uma pequena e formosa imagem de Nossa Senhora a qual rezava por horas. Como medo de que Joana voltasse a ir para a montanha, a mãe jogou a imagem no fogo.

Foi neste instante que a menina muda falou, pedindo para a mãe ter cuidado e as chamas se afastaram da imagem. Então, levaram a imagem para uma igreja, mas de lá ela sumia e voltava para a lapa, onde foi encontrada.

Após milagres associados à imagem, a devoção se espalhou e chegou a Cubatão no século 17, com os jesuítas. Em 1743, já havia registro de missas em sua honra, tradição que resistiu mesmo após a saída da ordem religiosa. Em 1965, Nossa Senhora da Lapa foi oficializada como padroeira do município. Sua festa é celebrada em 15 de agosto.

Divulgação/Prefeitura de Cubatão

Guarujá – Santo Amaro

Discípulo de São Bento, São Mauro (conhecido no Brasil como Santo Amaro) é lembrado por feitos como caminhar sobre as águas para salvar São Plácido. Sua festa é em 15 de janeiro.

Em Guarujá, a devoção remonta ao século 16, quando a ilha foi batizada em sua homenagem. Em 1545,  o comerciante português José Adorno construiu uma capela dedicada ao santo. Hoje, a celebração acontece na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e Santo Amaro, acompanhada de procissão.

Divulgação/Prefeitura de Guarujá

Itanhaém Nossa Senhora da Conceição

Primeira igreja do Brasil sob a invocação da Imaculada Conceição, a Ermida de Itanhaém, no alto do Morro do Itaguaçu, foi fundada por Martim Afonso de Souza em 1561. A devoção, que já existia na Península Ibérica, foi trazida pelos colonizadores e consolidou-se com a criação da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, em 1553.

Foi a Irmandade que possibilitou a construção da igreja no lugar da antiga ermida, em 1561. Ao longo da história, episódios marcantes – como a tentativa de serrar a imagem ou sua troca por outra de São Vicente – reforçaram o apego popular. A festa da padroeira é celebrada em 8 de dezembro, reunindo romeiros de várias regiões.

Divulgação/Diocese de Santos

Mongaguá – Nossa Senhora Aparecida

Padroeira do Brasil desde 1930, Nossa Senhora Aparecida também é padroeira de Mongaguá. Sua festa é celebrada em 12 de outubro, com procissão e encenação no Rio Mongaguá, onde se recria o encontro da imagem. Durante a pandemia, em 2021, a comemoração ocorreu com uma carreata que percorreu as comunidades da paróquia.

Divulgação/Prefeitura de Mongaguá

Praia Grande – São Pedro

Apóstolo de Jesus e primeiro papa, São Pedro é considerado patrono dos pescadores. Desde o início da colonização, pescadores locais celebravam sua festa em 29 de junho com procissões marítimas.

Segundo consta nos arquivos do Museu da Cidade, o vilarejo de Praia Grande foi fundado por pescadores, sendo a pesca a principal economia local. Portanto, as festividades chegaram a contar procissões com os barcos todos enfeitados. Desde 1901, os devotos percorriam do Canto do Forte até a praia do Solemar. Porém, nos anos 50 foi interrompida e retornou somente em 1977.

Em 2007, São Pedro foi oficializado como padroeiro da cidade, após aprovação da Câmara Municipal e sanção da Lei 1347/07 pelo então prefeito Alberto Mourão (MDB).

Richard Aldrin/Prefeitura de Praia Grande

São Vicente – São Vicente Mártir

Diácono do século 3, Vicente sofreu martírio por não renegar a fé cristã. Sua coragem inspirou Santo Agostinho, que o descreveu como vitorioso “em palavras, sofrimentos e testemunho”.

A escolha do padroeiro remonta a 22 de janeiro de 1502, quando uma expedição portuguesa chegou ao porto no dia dedicado ao santo. Após trinta anos, Martim Afonso funda a Vila de São Vicente em virtude do Porto.

Possivelmente, a segunda matriz já trazia o nome de São Vicente como titular. Desde então, sua festa é celebrada em procissão, com consagração da cidade à sua proteção.

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Santos – Nossa Senhora do Monte Serrat

A imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat teria chegado à Catalunha com São Lucas Evangelista, no ano 50. Em Santos, a devoção surgiu no século 16, com a construção de uma capela no Monte de São Jerônimo.

Em 1614, durante um ataque holandês, um deslizamento no morro sepultou os invasores, fato atribuído à intercessão da padroeira. Desde então, a devoção cresceu, tornando sua festa, em 8 de setembro, a mais concorrida da Diocese.

Atualmente, a imagem desce do monte no final de agosto, permanece na Catedral durante a novena e retorna no dia da festa, acompanhada por milhares de fiéis em procissão.

>> Nossa Senhora do Monte Serrat: conheça a história da padroeira de Santos

Fonte: Pe. Renan Mascarenhas, Pe. Wilson Ribeiro, Pe. Gleyson Quirino, Pe. Francisco Greco, Diácono Nicolas Alves e Diácono Ernesto Bechelli.

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