Cobras corais verdadeiras são encontradas em Peruíbe
Por Santa Portal em 23/03/2022 às 06:10
Duas cobras corais verdadeiras foram encontradas em áreas urbanas de Peruíbe, e assustaram moradores nesta segunda-feira (21). Conforme apurado pelo Santa Portal, elas foram resgatadas e soltas em seu habitat natural. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
À reportagem, o biólogo da Secretaria de Meio Ambiente da cidade, Thiago Malpighi, contou que recebeu os chamados devido a espécie Micrurus corallinus, conhecida como coral-verdadeira. Uma delas delas foi encontrada em imóvel no Recreio Santista, e a segunda foi na calçada da Avenida Luciano de Bona. Ambas haviam sido contidas por moradores.
“A nossa preocupação é primeiro avaliar o estado do animal, tanto comportamental, quanto físico, e constatando que estão bem, como foi o caso, a gente solta em local seguro, para eles e para as pessoas. O que foi o caso desses dois”, explica o especialista.
As duas cobras foram levadas para uma área de vegetação nativa, longe de das áreas urbanas, de habitações, de vias públicas. De acordo com Malpighi, essa espécie não é ameaçada de extinção, mas também não é fácil de encontrar, pois são animais que tem hábitos fosforiais, que estão vinculados ao ambiente florestal, vivendo embaixo das camadas de folhas no solo das florestas.
“Às vezes elas aparecem, principalmente, quando tem episódios de precipitação, bastante chuva, e acaba tendo uma saturação do solo de água no solo. Isso pode estimular mais esses animais a saírem, ficar mais nas superfícies, e acabam aparecendo nas casas das pessoas ou nas vias públicas”, afirma o biólogo.
Ele ainda explica que o veneno dela é neurotóxico [que ataca o sistema nervoso], mas que os ataques são mais difíceis, devido ao tamanho dela, da cabeça pequena e do ângulo da abertura bocal, que é reduzido. “Elas estão envolvidas em, no máximo, 1% do total de acidentes notificado no Brasil. É uma situação que o pessoal tem medo, mas, ao mesmo tempo, estatisticamente, é tranquila” relata.
Em caso de picada, Malpighi alerta para que o paciente não faça torniquete, incisões ou sucção, não aplique nada no local da picada, e também não consuma bebida alcoólica. “Mantenha a calma, busque atendimento médico na unidade de saúde mais próxima o mais breve possível. Se possível, registrar fotograficamente o animal”, finaliza.