Armário de Pelé foi aberto em diversas visitas do Rei ao Santos, diz jornalista
Por Santa Portal em 09/01/2023 às 11:05
O mito sobre o que teria no armário do Rei Pelé, no vestiário do Santos, voltou à tona após a morte de Edson Arantes do Nascimento, no último dia 29. O jornalista e radialista Reynaldo Salgado presenciou o momento que ficou marcado na história do futebol.
Após o jogo contra a Ponte Preta, em 2 de outubro de 1974, o ídolo santista teria colocado um objeto dentro do armário. Ainda de acordo com relatos de quem presenciou o momento, Pelé teria trancado o armário com a chave e, depois disso, nunca mais teria aberto.
Para Salgado, a história não é bem assim. Ele acredita que no local havia um objeto religioso e de valor sentimental, mas de acordo com o jornalista, o Rei abriu diversas vezes o armário enquanto treinava na Vila Belmiro.
“É fake essa história de armário trancado há décadas. Pelé sempre soube trabalhar muito bem com o marketing em torno do apelido que o consagrou. Por isso ele mesmo fomentou a história do segredo de seu armário”.
Ainda de acordo com Salgado, Edinho, filho do Pelé, chegou a usar o armário durante a passagem como goleiro do Santos, nos anos 1990.
Do momento que ficou marcado para a história, Salgado se lembra da mensagem de Marinho Peres, zagueiro que defendeu o Santos em 1974. “Marinho escreveu com giz, na porta do armário, a seguinte frase: Eu gostaria de estar aqui na despedida do maior jogador do mundo”, relembra o jornalista.
Salgado se considera um profissional privilegiado por ter participado da cobertura da despedida de Pelé do clube que o consagrou para o mundo. “Fiz parte de um grupo pequeno de jornalistas e radialistas que puderam ter acesso ao vestiário assim que Pelé se despediu da torcida que lotou a Vila”.
Segundo Salgado, a camisa que foi usada no último jogo pelo Santos ficou o tempo todo no ombro de Pelé, que a levou para casa. O último jogo foi marcado por emoções e pelo silêncio do Rei, que supostamente teria ficado chateado com as críticas que recebeu de parte da imprensa em 1969, quando dedicou o milésimo gol para as crianças pobres.
“Acho que esse silêncio teve um motivo: a avalanche de críticas recebidas ao dedicar seu milésimo gol às crianças pobres de todo o Brasil. A crítica nunca o perdoou e o acusou de fazer demagogia”.
A lenda em torno do armário do Rei segue viva, não se sabe ao certo o que ele teria deixado pela última vez no local. O Santos FC informou que não irá abrir o armário e, por esse motivo, o mistério segue vivo.