X-9 e Brasil tornam-se patrimônios culturais imateriais de Santos

Por Rodrigo Cirilo em 04/06/2024 às 06:00

Crédito: Julia Lanzilotti
Crédito: Julia Lanzilotti

As escolas de samba mais antigas do Carnaval Santista, X-9 e Brasil, com 80 e 75 anos, respectivamente, tornaram-se patrimônios culturais imateriais de Santos. O reconhecimento inédito para agremiações da cidade foi contemplado na Lei Nº 4.494/2024, sancionada pelo prefeito Rogério Santos (Republicanos) e publicada na edição desta segunda-feira (3) do Diário Oficial Municipal.

Os patrimônios imateriais englobam práticas e aspectos da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos locais, como mercados, feiras e santuários, que abrigam práticas culturais coletivas. Também é considerado patrimônio imaterial aquilo que é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos, gerando um sentimento de identidade e continuidade, promovendo o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

Para o vereador suplente Danilo Alves (PT), que criou projeto de lei que deu origem à legislação, enquanto exercia o mandato em substituição à vereadora Telma de Souza (PT), as agremiações são imprescindíveis para o Carnaval santista. Aliás, considerando os desfiles não oficiais, disputados entre 1947 e 1955, ambas somam 43 títulos, mais da metade das 68 taças já disputadas, sendo 26 da X-9 e 17 da Brasil. Na contagem oficial, a Pioneira possui 19 e a Campeoníssima 11. A terceira da lista é a União Imperial, com dez.

“Imaginem um Campeonato Paulista sem Santos, Corinthians, Palmeiras ou São Paulo. Imaginem um Carnaval Carioca sem Portela ou Mangueira. É o mesmo ter um Carnaval sem X-9 ou Brasil. Não pode acontecer”, defendeu Alves na justificativa do PL Nº 309/2021.  

Além das contribuições para cultura popular de Santos, a dupla expandiu sua relevância para o cenário estadual e nacional, competindo e auxiliando a evolução dos desfiles em outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Uma das grandes façanhas aconteceu em 1954, quando a Brasil faturou o concurso paulistano, sendo até hoje a única agremiação fora da Capital a conquistar o título.

Crédito: Julia Lanzilotti

Momentos distintos

Com a consolidação de novas escolas que surgiram a partir dos anos 70, a Brasil perdeu parte do protagonismo do qual lidava desde sua criação, ainda no Macuco. De 1964 até os dias atuais, a escola hoje estabelecida na Aparecida, ganhou apenas três títulos (1991, 2006 e 2007). No Carnaval deste ano, a Campeoníssima amargou a última colocação e, como consequência, vai disputar a divisão de acesso em 2025, pela quarta vez na sua história.

Enquanto a X-9, por sua vez, manteve-se constante, com títulos em todas as décadas. Jamais rebaixada, nos últimos seis anos, a escola do Macuco somou um triunfo (2017), três vices (2018, 2019 e 2023), um terceiro lugar (2020) e uma quinta colocação, alcançada na edição deste ano, com o enredo Meu nome é favela!.

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