Ex-jogadores do Jabaquara falam das diferenças dos anos 1970 para os dias atuais
Por Adriano Bastos em 16/11/2024 às 13:00
Grandes nomes do futebol tiveram passagens marcantes pelo Jabaquara, entre eles o bicampeão do mundo pela seleção brasileira e Santos, Gylmar dos Santos Neves, e o segundo maior artilheiro do Corinthians, Baltazar, o “Cabecinha de Ouro”. Isso atraiu a atenção de jovens jogadores da região a partir dos anos 1960. Celso Cesar Monteiro Duarte, o “Celsinho”, Waldir Dias e Luís Gustavo, todos atletas da equipe de 1979, foram atraídos por esse histórico poderoso do Jabaquara.
Amigos até hoje, eles vêm com bons olhos a evolução do clube nos últimos anos, mas chamam a atenção para as principais mudanças na modalidade.
Celsinho, que jogava como ponta-esquerda, acredita que a maior dificuldade no final dos anos 1970 era a falta de estrutura dos clubes. “Os clubes não ofereciam as condições que hoje oferecem. Aquela dificuldade de você ter um descanso adequado, uma preparação adequada, um fisiologista, mas hoje tem uma estrutura diferente do tempo que nós jogávamos”.
De acordo com Celsinho, que era uma referência na equipe no fim dos anos 1970, o Jabaquara tem totais condições de prosperar nos próximos anos.
“É um clube que a gente vê com muito futuro, um clube que sanou as suas dívidas, não tem mais dívidas, tudo foi sanado. É um clube centenário, mas novo na sua estrutura. O Jabaquara precisa procurar parceiros para poder desenvolver a parte social, porque a parte física do Jabaquara é uma das melhores possíveis”.
Waldir Dias, que era centroavante do time de 1979, ano que o Estádio Espanha, na Caneleira, foi inaugurado, cita também a mudança no futebol como um todo.
“Antes tínhamos um 4-2-4 ou 4-3-3. Lateral era defensor, mas hoje é um ala, praticamente mais um atacante. Atacante hoje é obrigado a marcar”.
Luis Gustavo, meia-atacante do time de 1979, ressalta que as categorias de base têm um desafio extra na formação dos novos atletes.
“Na minha época tinha bastante campos pela cidade. Chegava da escola, era só futebol, você só pensava em futebol. Hoje em dia tem celular, videogame, outras coisas que tiram o foco da criança. Vejo desse jeito porque sou professor de educação física, dou aula de futebol, acompanho isso diariamente. Hoje, muita coisa tira a atenção da criança, que antigamente era só voltada para o futebol”.